Legado Puritano

Quando a Piedade Tinha o Poder

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Mente Natural e Mente Espiritual – Parte 5
Data: 02/03/2025
Créditos:
Texto: SilvioDutra
Voz: Silvio Dutra

Mente Natural e Mente Espiritual – Parte 5

Como o reino de Deus não é visível, mas invisível; sobrenatural e não natural; não deste mundo, mas do céu; tudo o que se refere a este reino, como não é da letra, mas do Espírito, é operado através da mente espiritual do crente, tanto que quando se exige dele que ore em todo o tempo no Espírito, ao mesmo tempo se requer vigilância constante – ora, esta vigilância é contra os poderes das trevas e operações do diabo que são também invisíveis e que podem ser discernidas somente em espírito – de modo que não é por simples exame da letra da Palavra, mas por sua prática em nossas vidas, e isto, em espírito. Daí que nos é ordenado antes de tudo estarmos revestidos do Senhor Jesus e da força do seu poder.

10 Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder.

11 Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo;

12 porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.

13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.

14 Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça.

15 Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz;

16 embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno.

17 Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;

18 com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos

19 e também por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho, (Ef 6.10-19).

É preciso orar no Espírito para vencer as tentações da carne e do diabo. Por isso Jesus ordenou aos seus discípulos no Getsêmani que o fizessem, pois somente o esforço da mente natural para não dormirem e poderem estar prontos para resistir a tudo o que sucederia logo a seguir com a traição de Judas, não seria forte o bastante e suficiente para mantê-los em boa ordem para o combate espiritual que se travaria.

41 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca. Mateus 26.41.

Vigilância e oração são sempre apresentados juntos, e mais uma vez destacamos, que a oração deve ser em Espírito, ou seja com a mente espiritual.

36 Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem. Lucas 21.36.

26 Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.

27 E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos. Romanos 8.26,27.

A própria pregação da Palavra não deve se resumir à simples apresentação da letra de maneira natural, mas de forma espiritual, no poder do Espírito Santo, e para tanto, é necessário que a mente espiritual do pregador e dos seus ouvintes esteja em ação.

4 reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição,

5 porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós. I Tes 1.4,5.

4 A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder,

5 para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus. I Cor 2.4,5.

Com isto não se quer dizer que a Palavra de Deus lida e exposta, mesmo com a mente natural, não seja importante, mas que é preciso, para que seja espírito e vida, conforme Jesus afirmou que sua palavra era isto, é necessário que seja apresentada no poder do Espírito Santo, operando em e através de nossa mente espiritual.

17 Tenho, pois, motivo de gloriar-me em Cristo Jesus nas coisas concernentes a Deus.

18 Porque não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir os gentios à obediência, por palavra e por obras,

19 por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo; de maneira que, desde Jerusalém e circunvizinhanças até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo, Romanos 15.17-19.

Bem ilustra a total dependência que os discípulos de Jesus têm do Espírito Santo operando na mente espiritual deles, estas palavras que lhes dirigiu:

19 E, quando vos entregarem, não cuideis em como ou o que haveis de falar, porque, naquela hora, vos será concedido o que haveis de dizer,

20 visto que não sois vós os que falais, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós. Mateus 10. 19,20.

Mas, a própria Palavra de Deus revelada nas Escrituras é o maior e melhor exemplo da mente espiritual em operação, pois foi por homens inspirados pelo Espírito Santo que ela foi produzida:

16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, (II Timóteo 3.16).

20 sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação;

21 porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo. (II Pedro 1.20,21)

Quem poderia escrever usando sua mente natural as coisas que os profetas e os salmistas escreveram? As Escrituras são espírito e são vida, e portanto, sua produção requeria mentes espirituais que estivessem em comunicação direta com Deus. Os profetas e salmistas foram movidos em experiências reais do poder de Deus em suas vidas, em meio a batalhas espirituais contra a carne, o diabo e o mundo.

Veja, por exemplo como esta mente espiritual é observada no Salmo 62 de Davi, que transcrevemos a seguir:

1 Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa; dele vem a minha salvação.

2 Só ele é a minha rocha, e a minha salvação, e o meu alto refúgio; não serei muito abalado.

3 Até quando acometereis vós a um homem, todos vós, para o derribardes, como se fosse uma parede pendida ou um muro prestes a cair?

4 Só pensam em derribá-lo da sua dignidade; na mentira se comprazem; de boca bendizem, porém no interior maldizem.

5 Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa, porque dele vem a minha esperança.

6 Só ele é a minha rocha, e a minha salvação, e o meu alto refúgio; não serei jamais abalado.

7 De Deus dependem a minha salvação e a minha glória; estão em Deus a minha forte rocha e o meu refúgio.

8 Confiai nele, ó povo, em todo tempo; derramai perante ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio.

9 Somente vaidade são os homens plebeus; falsidade, os de fina estirpe; pesados em balança, eles juntos são mais leves que a vaidade.

10 Não confieis naquilo que extorquis, nem vos vanglorieis na rapina; se as vossas riquezas prosperam, não ponhais nelas o coração.

11 Uma vez falou Deus, duas vezes ouvi isto: Que o poder pertence a Deus,

12 e a ti, Senhor, pertence a graça, pois a cada um retribuis segundo as suas obras. (Salmo 62).

Agora, para a conversão de uma pessoa a Cristo, é preciso que a mesma seja atraída a Ele pela vontade de Deus Pai, e pelo poder do Espírito Santo. E a forma deste poder se manifestar não pode ser amarrada a nenhum método específico, pois Deus é soberano e o Espírito, como o vento, sopra quando, onde e como quer. O meio geral e comum usado para a conversão é a pregação da Palavra, pois a fé vem pelo ouvir a pregação da mesma, mas Deus pode usar outros meios para tal, como o testemunho de um bom comportamento espiritual, como o caso das esposas que ganham maridos descrentes para Cristo, coforme afirmado pelo apóstolo Pedro no terceiro capítulo de sua primeira epístola. Mas em todos estes e outros casos o fator fundamental é a operação poderosa do Espírito Santo na mente e no coração da pessoa que está sendo convertida ou renovada.

 Assim, para que um ímpio seja conduzido para ser transformado em um santo é necessário mais do que a simples apresentação da letra da lei a ele de modo natural, pois não nascerá de novo do Espírito por simples argumentação natural, ou por se esforçar para guardar as obras da lei; é preciso que seja movido pelo poder do Espírito.

1 Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado?

2 Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?

3 Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?

4 Terá sido em vão que tantas coisas sofrestes? Se, na verdade, foram em vão.

5 Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé? (Gálatas 3.1-5).

 

 

Enviado por Silvio Dutra Alves em 01/03/2025



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