Não Devo Represar a Fonte
“Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência:
tenho grande tristeza e incessante dor no coração;
porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne.” (Romanos 9.1-3)
Ah minha alma!
Quão profundo e misterioso é este sentimento expressado pelo apóstolo!
Acaso não sentes o mesmo, especialmente em relação àqueles, que de Deus são tementes, assim como eram os judeus a quem ele havia se referido?
Há no coração de Deus um amor imenso, que sequer pode ser medido, porque é amor infinito.
Todavia, este amor padece, sofre, morre, onde reina o pecado.
Quando digo pecado, não me refiro, necessariamente, a erros grosseiros, a torpezas inomináveis, mas ao simples estado em que se encontram naturalmente, todos os seres humanos.
Mas quão difícil é enxergar e aceitar isto, que estamos sem a cobertura da justiça de Cristo, completamente perdidos.
Complica-se mais ainda o quadro, porque a natureza terrena humana é muito sensível e se melindra facilmente com palavras, que possam ser mal interpretadas.
Então a nossa alma dói de tristeza, por esta nossa quase completa insuficiência, para revelar este amor divino aos outros, para que a Ele sejam atraídos.
Querendo ajudar, quantas vezes atrapalhamos o divino plano.
Falamos a verdade, mas sem sabedoria, não tendo a palavra bem temperada, para que seja apetecível ao paladar humano.
Aí bradamos um cântico dorido juntamente com Paulo: “Ah, quisera ser de Deus maldito, se isto resultasse em salvação ao mundo.”
Todavia não há nisto qualquer proveito e sentido, porque Alguém já se fez maldito por nós, carregando os nossos pecados na cruz do Calvário.
Na verdade, era o Único que poderia fazê-lo, para que tal Sacrifico fosse por Deus Pai aceito.
Corramos então todos juntos à Fonte, que foi aberta, para termos os nossos pecados lavados pelo precioso Sangue, que por amor foi derramado.