Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Áudios
Deus Requer Santificação aos Cristãos 15
Data: 27/11/2021
Créditos:
Texto: Silvio Dutra
Voz: Silvio Dutra

 

 

 

 

 

 

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras. Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus.” [Jo 3:16-21]

 

A santificação é uma obra realizada pelo Espírito de Deus na alma de crentes, purificando e limpando sua natureza da poluição e impureza do pecado, renovando neles a imagem de Deus e, assim capacitando-os, a partir de um princípio espiritual e habitual da graça, a render obediência a Deus, de acordo com o teor e os termos da nova aliança, em virtude da vida e morte de Jesus Cristo - ou mais resumidamente; é  a renovação da nossa natureza pelo Espírito Santo, à imagem de Deus, por meio de Jesus Cristo.

Daí decorre que a nossa santidade, que é fruto e efeito deste trabalho como terminado em nós, compreende o princípio ou imagem renovada de Deus operada em nós; portanto consiste em uma santa obediência a Deus, por Jesus Cristo, de acordo com os termos da aliança da graça, a partir do princípio de uma natureza renovada.

 

Nosso Senhor Jesus Cristo morreu por nós, para que não vivêssemos mais para nós mesmos, mas para Ele, de forma que a salvação é por graça, mas não somos dados a nós mesmos como despojo ou resgate, mas a Deus, em Jesus Cristo.

“19 Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?

20 Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.” [I Co 6: 19,20]

 

“15 E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.

16 Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, se antes conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo.

17 E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” [II Co 5: 15-17]

 

“3 Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?

4 Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.

5 Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição,

6 sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos;

7 porquanto quem morreu está justificado do pecado.

8 Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos.” [Rm 6: 3-8]

 

Esta verdade central do evangelho, quanto a estarmos em Cristo é ignorada por muitos crentes. Eles morreram para o pecado nEle, mas não estão conscientes de sua nova condição; tanto que ao falar sobre o discipulado, nosso Senhor foi bastante enfático quanto à necessidade de se carregar a cruz diariamente para a negação do ego, porque se não considerarmos que não nós, mas que Ele deve viver em nós, não podemos ser seus discípulos.

Em reforço a isto Ele também disse que, aquele que quiser salvar sua vida vai perdê-la, e que somente poderá achar a verdadeira vida, aquele que perder a vida do velho homem. [Mt 10: 37-39; 16: 24,25]

 

É por falta de conhecimento e santificação para a renovação de nossa mente, que podemos ser achados ainda sendo guiados por sentimentos, emoções, tradições, convicções próprias, do que pela Palavra de Deus, segundo o poder do Espírito Santo.

Aquele que está em Cristo Jesus é uma nova criatura, que significa tanto a renovação da nossa natureza, e a dotação de nossa natureza com um novo princípio espiritual de vida e operação, com atos para com Deus adequados a esta nova criatura.

Uma nova criatura pressupõe a morte e remoção da antiga, pois tudo o que herdamos de Adão deverá dar lugar ao que é de Cristo, sobretudo no que se refere às disposições de nossa mente, coração e espírito.

Assim como a Nova Aliança substituiu e removeu a Antiga, o mesmo se refere principalmente, à nossa nova condição em Jesus Cristo em relação a Adão.

 

Assim, santificação é a nossa renovação pelo Espírito Santo, e é um verdadeiro, trabalho interno, poderoso - Ele não nos torna santos, apenas nos persuadindo para sermos santos.

Ele não exige apenas que sejamos santos, mas propõe motivos para a santidade, nos convence da necessidade de santidade e, assim nos excita a buscar e alcançar, embora Ele também o faça pela Palavra e sua ministração.

Ele atuará nas experiências práticas da vida, provando-nos de diversas formas para que possamos conhecer os resquícios do velho homem que ainda permanecem em nós (inveja, ira, impureza, falta de domínio próprio, etc.) para que possamos nos despojar dos mesmos pela confissão e arrependimento, de maneira que possamos ser sempre renovados na comunhão com Deus, uma vez que tais coisas entristecem o Espírito, e afastam Seu refrigério e consolação de nós.

 

É muito alto o atrevimento de alguém fingir que possui o evangelho e, ainda assim, negar uma obra do Espírito Santo na santificação e, afirmarem a salvação por nossas obras.

Mas, o que é que realmente atribuem a Ele?

Eles atribuem apenas a excitação de nossas próprias habilidades, ajudando-nos para o exercício de nosso próprio poder nativo. Quando tudo estiver feito, Ele deixa o trabalho por nossa conta, e a glória e o louvor  devem ser atribuídos a nós, mas já provamos suficientemente que as coisas prometidas e efetuadas por Deus, são realmente operadas pela grandeza do poder do Espírito de Deus; e isso ficará ainda mais evidente depois.

Como a santificação é um processo, algo que é realizado por Deus em nós, por etapas, não raro Ele intervirá em determinadas épocas de nossa vida para que sejamos trazidos de uma condição carnal, para a espiritual, por exemplo; alguém pode ser purificado de seus hábitos mundanos, por alguma enfermidade grave que demande internação hospitalar, ou retirada abrupta do meio contaminado em que vivia, para poder ser despertado para uma renúncia a todo proceder mundano a que estava habituado, e  uma nova consagração ao Senhor, em que poderá ser instruído e movido pelo Espírito Santo, a buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a Sua justiça.

 

Assim, esta obra de santificação difere da obra de regeneração, principalmente pela forma como é trabalhada. O trabalho de regeneração é instantâneo, consistindo em um único ato criador - ninguém é mais ou menos regenerado do que outro; todos no mundo são absolutamente assim, ou não.

Mas, a obra de santificação é progressiva e permite graus. Um pode ser mais santificado e mais santo do que outro, que ainda é verdadeiramente santificado e verdadeiramente piedoso; começa imediatamente e prossegue gradualmente.

Esta observação é de grande importância e, se bem ponderado contribuirá com muita luz para a natureza de toda a obra de santificação e santidade.

 

Na Escritura, um aumento e crescimento na santificação ou santidade é frequentemente prescrito e prometido a nós; então o apóstolo Pedro diz, por meio de uma ordem;  "Não caia", não seja derrubado, “de sua própria constância, mas cresça” ou aumente “na graça”.  [2 Pe 3: 17,18]

Não é suficiente não decair de nossa condição espiritual, ou não ser desviado e levado embora de um curso constante de obediência, pelo poder das tentações, mas o que é exigido de nós é um esforço pela melhoria, um aumento, um florescimento na graça, isto é, em santidade.


 

Enviado por Silvio Dutra Alves em 26/10/2021
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