Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Áudios
Deus Requer Santificação aos Cristãos 41
Data: 30/01/2022
Créditos:
Texto: Silvio Dutra
Voz: Silvio Dutra

 

 

 

 

 

 

 

“Por isso, pondo de parte os princípios elementares da doutrina de Cristo, deixemo-nos levar para o que é perfeito, não lançando, de novo, a base do arrependimento de obras mortas e da fé em Deus, o ensino de batismos e da imposição de mãos, da ressurreição dos mortos e do juízo eterno. Isso faremos, se Deus permitir. É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia.” [Hb 6: 1-6]

 

O que significa a exortação do texto “deixemo-nos levar para o que é perfeito”, senão o progresso em santificação pelo qual somente se pode garantir que somos de fato, salvos e pertencentes a Cristo?

E mais do que isso, em assim sendo santificados, estamos cumprindo o propósito de Deus em nossa eleição, tendo a firme certeza de que alcançamos de fato, o objetivo da nossa fé em Jesus, que é o da salvação da nossa alma? [I Pe 1: 9]

Ainda mais do que tudo isso, o que é perfeito está relacionado ao próprio Cristo e toda a obra que realizou por nós, para a glória do Pai.

A perfeição do plano de Deus se cumpre somente por meio da nossa fé em Jesus, pois é por tudo o que Ele realiza na Igreja e através de nós, que O fazem digno de toda honra, glória e louvor. 

Toda a obediência e serviço dos homens a Deus, por sua própria conta e capacidade, ainda que obedecendo aos mandamentos da Lei, encontram-se cheios de imperfeições à vista do Deus verdadeiro que exige absoluta perfeição em todas as coisas para que Ele seja glorificado. Então, não é nada difícil perceber que fora de Cristo e do Seu próprio poder operando em nós, pouca ou nenhuma glória Deus pode receber, ainda que as melhores obras sejam feitas pelo próprio homem.

Quem de si mesmo entre os homens teria poder para ressuscitar mortos, tanto no corpo quanto ao espírito?

Quem poderia transformar o endemoninhado gadareno em um verdadeiro santo, conforme somente Jesus pôde fazer?

E regenerar e santificar imediatamente um ladrão, e conduzi-lo ao céu como um ser resplandecente, conforme fez com aquele que foi crucificado ao Seu lado?

Isto, para não citar todas as grandiosas operações necessárias para a expiação e perdão da culpa do pecado, dentre todas as demais que são levadas a cabo pelo Senhor ,através do Espírito Santo.

 

Muitos que haviam se unido à igreja visível dos hebreus, aos quais o apóstolo dirige sua epístola estavam confiando, que pelo simples fato de terem chegado ao conhecimento nocional da verdade, conforme foi pregada a eles, referindo-se a Cristo, segundo a iluminação e convencimento do Espírito Santo, inclusive sobre a condição de serem pecadores, todavia não passaram disso, nem chegaram a uma real conversão de suas almas, pelo que se encaixavam na condição temerária a que se refere o apóstolo neste capítulo, de estarem se autoenganando pensando serem salvos, quando na verdade não o eram de fato, pois lhes faltavam as evidências, que só podem ser fornecidas por um viver santificado pelo Espírito Santo.

 

Agora, ao olharmos para a história da igreja no mundo desde então, principalmente em nossos dias; quantos que se professam cristãos, não se encaixam nesta condição abordada pelo apóstolo em sua epístola?

Quantos não se encontram apenas sob a influência de uma iluminação e convicção, sem serem de fato convertidos, uma vez que não receberam a operação da graça salvadora, que nos purifica de todo pecado e nos faz progredir no crescimento da graça, no conhecimento da pessoa e caráter de Jesus, tornando-nos cada vez mais semelhantes a Ele?

Assim, somos exortados a fazer progresso em santificação, conforme as seguintes palavras do apóstolo no mesmo capítulo:

“Desejamos, porém, continue cada um de vós mostrando, até ao fim, a mesma diligência para a plena certeza da esperança”; “para que não vos torneis indolentes, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela longanimidade, herdam as promessas.”

[Hb 6.11,12]

 

A salvação é somente pela graça e mediante a fé, mas é pela diligência no exercício dos meios ordenados por Deus, e pela transformação cada vez maior de nossas vidas segundo a Palavra da verdade, que podemos ter a plena certeza da esperança de que a promessa que foi feita, de sermos salvos por Cristo, diz respeito a nós, porque Ele viveu e morreu aqui embaixo, para que pudéssemos ser tornados santos - e se este efeito não está sendo produzido em nós, não temos qualquer participação em Jesus.

Portanto, “os que caíram”, que são citados no texto não caíram da fé salvadora, nem mesmo da união real com Cristo, mas da posição em se manterem congregados na Igreja, desviando-se para o mundo, revelando assim a falta de eficácia do batismo que eles haviam feito nas águas, e da profissão de terem crido em Cristo - isto tornaria extremamente difícil um futuro arrependimento deles, ou seja, a mudança de suas mentes e corações voltando-se de fato para o Senhor, a fim de serem salvos e santificados por Ele, uma vez tendo tido toda aquela experiência inicial com as coisas do evangelho, e não tendo tirado qualquer proveito real delas, porque não haviam se rendido realmente ao Senhor Jesus, pela fé, para serem regenerados e santificados pelo Espírito Santo; assim quão dificilmente voltariam atrás na decisão que tomaram, de viverem segundo o mundo, para se converterem de fato a Jesus. 

 

Disso podemos fazer algumas inferências de caráter prático, quanto a não julgarmos como sendo um apóstata caído da graça, e para o qual não há possibilidade de arrependimento algum crente que seja ainda fraco na fé, que permanece sujeito à prática de pecados e quedas em tentações, porque não será por esta régua que deverá ser medida por Cristo a  genuinidade da sua conversão, mas pelo real e sincero interesse deste crente em obedecer a Deus por temê-Lo e amá-Lo, e por estar sempre lutando contra o pecado em busca de uma maior santidade de vida, pois na aliança eterna que foi feita entre Deus Pai e Jesus, ficou decidido que o próprio Jesus responderia por todas as nossas deficiências, até conduzir-nos à perfeição em glória, e seria nosso Advogado junto ao Pai, para termos perdoados através da nossa confissão, os nossos pecados atuais depois de nos termos convertido a Ele.

Enviado por Silvio Dutra Alves em 26/11/2021
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