Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Áudios
Deus Requer Santificação aos Cristãos 53
Data: 23/02/2022
Créditos:
Texto: Silvio Dutra
Voz: Silvio Dutra

 

1 Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.

2 Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.

3 Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado,

4 a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.

5 Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito.

6 Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz.

7 Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar.

8 Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.

9 Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.

10 Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da justiça.

11 Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita.

12 Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne como se constrangidos a viver segundo a carne.

13 Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.

14 Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus." [Rm 8: 1-14]

 

Vemos neste texto, que não somos devedores à carne, como se fôssemos constrangidos a viver segundo a carne, a qual se opõe e luta contra o Espírito Santo. Ora, se é somente andando constantemente no Espírito que podemos ter uma vitória satisfatória sobre a carne, concluímos que onde isto não está presente na vida do crente, é impossível, enquanto nesta condição, que ele possa ter uma real comunhão com Deus e com seus irmãos em Cristo que estão andando de fato no Espírito. Comunhão esta que pode ser evidenciada e medida pela força, amor, alegria e paz sobrenaturais, celestiais e divinos que sentimos quando há um encontro de dois ou mais crentes cheios do Espírito. Daí importa que sejamos de fato crentes espirituais e não carnais, por uma transformação real segundo a renovação da nossa mente, não sendo mais conformes a este mundo, ao qual não pertencemos e para o qual morremos em Cristo.

 

No verso 3 é afirmado que Deus condenou o pecado na carne, a fim de que o preceito da Lei se cumprisse nos crentes.

A carne ali referida é a de Jesus em Sua morte na cruz, e pelo período que permaneceu morto no sepulcro, pois que aquela morte foi nos conselhos de Deus, também a nossa morte, a saber, dos que nEle creem; assim como a Sua ressurreição significou também a nossa ressurreição, pois uma vez tendo morrido com Ele pelo decreto de Deus, morremos também para a maldição e condenação da Lei, para o pecado, para o mundo e para a escravidão a Satanás. 

Tendo sido justificados através da morte e ressurreição de Jesus, pela graça e mediante a fé nEle, fomos levantados da morte espiritual em que nos encontrávamos como novas criaturas, para vivermos em novidade de vida espiritual para Deus, não mais para o mundo, e nem para carne, para os quais nos achamos crucificados juntamente com Cristo, e ressuscitados espiritualmente em poder pelo Espírito Santo, para sermos regenerados e santificados; de modo que a ressurreição de Jesus foi também a nossa ressurreição dentre os mortos.

 

A natureza humana triunfou sobre a morte na ressurreição de Jesus, e os que creem nEle ganharam também pela identificação com Ele, poder sobre a morte, inclusive no que se refere ao corpo físico, que há de ser transformado e ressuscitado em corpo glorificado no arrebatamento.

Quando o apóstolo diz que o crente não está na carne, mas no Espírito (v.9), isto não significa que ele não esteja em um corpo de carne, mas sim, que não é considerado por Deus como estando ainda debaixo da maldição da lei, pela condenação que há em razão do pecado original, porque disto foi libertado por meio da fé em Cristo.

 

Esta é a condição de todos aqueles que não foram regenerados pelo Espírito Santo, pois não foram justificados porque não creem em Jesus; daí ser dito que o crente não está sob a lei e sim sob a graça, e não na carne, mas no Espírito. É por meio desta sua condição que é salvo na esperança da glória vindoura.

 

Estar sob o pendor exclusivo da carne, como é o caso dos não regenerados gera a morte espiritual e eterna deles, além da morte física por causa do pecado original, mas como o crente se encontra no Espírito, segundo o decreto judicial divino que assim o considera, por causa da justificação que obteve por meio da fé em Cristo, e pela operação real do Espírito Santo em sua regeneração e santificação; a morte, a que o crente está sujeito além da física é somente a espiritual e não a eterna, porque ainda que seja enfraquecido por se deixar vencer pelo pecado, esta condição pode ser revertida para a vida espiritual em Cristo, por meio do arrependimento, e esta é a razão porque vemos o Senhor Jesus, nas cartas dirigidas às igrejas citadas nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse, chamando os crentes desviados a se arrependerem e abrirem a porta de seus corações para Ele.

 

A pecaminosidade da humanidade sempre foi motivo para os juízos extremos de Deus, em todas as épocas, como bem foi demonstrado no dilúvio dos dias de Noé e da destruição das cidades de Sodoma e Gomorra.

Há, entretanto várias razões para o adiamento do juízo final, que conforme dissemos, caso o único fator a ser considerado fosse a iniquidade que graça na humanidade, já teria ocorrido há muito tempo, e dentre tais razões podem ser destacados:

1) O grande amor, misericórdia, longanimidade, bondade e graça de Deus.

2) A exibição da grande malignidade de Satanás e dos demônios.

4) Os grandes malefícios produzidos pelo pecado.

3) A impossibilidade do homem santificar-se por si mesmo, ou de conduzir o mundo a uma paz real e duradoura, fundada em vidas verdadeiramente justas.

4) A necessidade de se trazer à existência todos os eleitos que devem ser salvos e participantes do reino de Cristo.

 

Além destes há vários outros motivos intermediários como, por exemplo a expansão do evangelho por todo o mundo; a manutenção da nação de Israel; a punição e extinção de impérios e governos ímpios; etc.

 

Enviado por Silvio Dutra Alves em 28/01/2022
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