Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Áudios
Deus Requer Santificação aos Cristãos 72
Data: 26/03/2022
Créditos:
Texto: Silvio Dutra
Voz: Silvio Dutra

 

"O SENHOR, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua descendência, para amares o SENHOR, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas". (Deuteronômio 30: 6)

O objetivo da santidade é que possamos "viver"; e a obra principal de santidade é "amar o Senhor nosso Deus com todo o nosso coração e alma" - este é o efeito de Deus "circuncidar nossos corações", sem o qual não ocorrerá.

Cada ato de amor e temor e, consequentemente todo dever de santidade é consequência da circuncisão de Deus em nossos corações.

Para esse fim, Deus escreve Sua lei em nossos corações:

"Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo." (Jr 31: 33)

O coração precisa ser circuncidado para que Deus escreva a Lei da graça nele.

 

O hábito ou princípio que temos descrito, nada mais é do que uma transcrição da lei de Deus implantada, permanecendo em nossos corações, pela qual cumprimos e respondemos a toda a vontade de Deus - isso é santidade em seu hábito e princípio, mais plenamente expressado em Ezequiel 36: 26,27.

"Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne".

"Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis."

Toda essa obediência real e todos os deveres de santidade que Deus exige de nós, está contido nestas expressões: "farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis."

 

Há pelo Espírito Santo um novo princípio ou hábito espiritual da graça comunicada a nós, e habitando em nós, do qual somos feitos e designados santos.

É ainda mais expressamente revelado e declarado no Novo Testamento, João 3: 6.

 

Há uma obra do Espírito de Deus sobre nós, em nossa regeneração: "nascemos novamente do Espírito."

É algo existente em nós, que é de natureza e eficácia espiritual. É algo habitando em nós, agindo em oposição contínua contra a carne ou o pecado (Gl 5: 17), e agindo com todos os deveres de obediência a Deus.

Até que este espírito ou princípio seja formado em nós, isto é, até que toda a nossa alma tenha sido fornecida com poder espiritual e capacidade, não podemos realizar qualquer ato que seja espiritualmente bom, nem qualquer ato de obediência vital a Deus; daí a necessidade de se aumentar a fé para que seja confirmada.

Este espírito, ou natureza espiritual que nasce do Espírito, pelo qual somos capazes de viver para Deus é esse hábito da graça, ou princípio da santidade que pretendemos enfocar; por isso também é chamado de nova criatura:

"Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura," (2 Co 5: 17)

É algo que, por um ato de criação todo-poderoso do poder de Deus pelo seu Espírito tem a natureza de uma criatura viva, produzida na alma de todos os que estão em Cristo Jesus, ainda que não seja algo corpóreo, palpável, mas efetivamente um poder e inclinação que nos vem do céu.

E assim, como é chamada de "nova criatura", é também chamada de "natureza divina", (2 Pe 1: 4)

 

Certamente não é para o propósito de nos deixar em dúvidas quanto ao que seja a santidade, ou esta nova natureza, que ela não pode ser discernida facilmente.

O motivo está em que Deus é espírito, esta natureza também é espírito, e coisas espirituais só podem ser discernidas espiritualmente. Assim, se não andarmos no Espírito, se não formos espirituais, de modo nenhum poderemos conhecer a Deus e Sua vontade, ou pelo menos progredir neste conhecimento.

Muitos pensam que Deus deveria se manifestar de forma visível, para que fosse crido por eles, mas como Jesus disse a Tomé, "bem-aventurado é aquele que não vê, mas que crê", porque é pelo progresso na fé que se aumenta mais e mais em nós, a expressão da vida e realidade de Deus.

Por isso, Jesus diz que o mundo (incrédulos) não pode receber tal manifestação do Espírito Santo, porque não O conhece. Deus só pode ser conhecido em espírito, daí que todo aquele que faz progresso na vida espiritual, terá cada vez mais um maior conhecimento da pessoa de Deus - podemos dizer, que a realidade e intimidade deste conhecimento será muito maior, até mesmo do que aquele que podemos ter de alguém que nos seja próximo, pois Deus tem prazer em abrir os segredos do Seu coração para aqueles que Lhe obedecem, uma vez que almeja que cheguemos à plenitude da Sua imagem e semelhança.

 

Deus é amor e espírito; portanto não podemos ter comunhão com Deus, sem amor e sem sermos espirituais. Temos recebido o Espírito Santo para poder participar deste amor; por isso se diz em Romanos 8: 5, 6.

“Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito para a vida e paz”.

Em todo o verso 6, onde se diz “Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito para a vida e paz”, há duas proposições completas contendo uma antítese dupla, e esta oposição se refere a bem-aventurança eterna e ruína eterna.

Os assuntos opostos são o "pendor da carne" e o "pendor do Espírito", ou o ser “carnal” ou ser “espiritual”. Estes dois constituem dois estados do gênero humano. Estas condições expressadas por "a carne" e "o Espírito" podem estar misturadas, ao mesmo tempo nas mesmas pessoas – naqueles que foram regenerados, isto é, nascidos do Espírito, porque neles há "a luta da carne contra o Espírito, e do Espírito contra a carne, e estes são contrários". (Gl 5: 17)

 

“Vós porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”. (Rm 8: 9)

“Aqueles que estão na carne não podem agradar a Deus”. verso 8

Buscam a carne (verso 5), porque vivem segundo a carne (verso 13), o que é um estado.

Outros estão "no Espírito" (verso 9); "buscam o Espírito” (verso 5); "são guiados pelo Espírito". (verso 14)

 

Este é o outro estado; a um destes pertencem todos os homens; eles estão debaixo da ação governante da carne ou do Espírito; não há nenhum estado intermediário entre estes estados, assim como não há entre céu e inferno, entretanto há graus diferentes em cada um destes.

Os que não têm o Espírito estão somente na carne, e os que têm o Espírito estão em ambos, sendo que num maior ou menor grau em um deles.

A diferença entre estes dois estados é grande, e a distância até certo ponto é infinita, porque uma eternidade em bem-aventurança ou de miséria depende disto; o que é comprovado no momento pelos frutos diferentes e efeitos dos princípios e  operações deles, que constituem estes estados diferentes que são expressados na oposição que está entre os predicados das proposições:

“o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito para a vida e paz”.

(Rm 8: 6)

Ser inclinado carnalmente é morte.

Morte, é absolutamente penal, espiritual ou eterna. É morte formalmente espiritual, porque aqueles que se inclinam para a carne estão "mortos em transgressões e pecados" (Ef 2:1), porque aqueles que "cumprem os desejos da carne e da mente são por natureza filhos da ira" (verso 3), e estão penalmente debaixo do poder da morte espiritual.

Eles estão "mortos em pecados na incircuncisão da carne". (Cl 2: 13)

É merecidamente morte eterna para os que vivem na carne, porque foi esta a condenação proferida por Deus contra o estado de se viver em pecado.

"Porque os que vivem segundo a carne caminham para a morte” (Rm 8: 13); como "o salário do pecado é a morte". (Rm 6: 23)

A razão por que o apóstolo denuncia uma destruição assim tão terrível da mente carnal, está declarada nos dois próximos versos de Rm 8.

"Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar".

"Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” (Rm 8: 7, 8)

 

Viver na presença de Jesus

não é um mero sentimento.

É ter união espiritual real

formando um só espírito com Ele.

 

É ser justificado e regenerado,

ser transformado pelo Espírito.

É ter o pecado perdoado e mortificado.

É ter o coração renovado.

É estar crucificado com Cristo.

 


 

Enviado por Silvio Dutra Alves em 28/01/2022
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