Paulo tinha também o mesmo sentimento de humildade e dependência total de Deus nas circunstâncias difíceis de escassez, de fome e necessidade.
Então, ao dizer “posso todas as coisas naquele que me fortalece” no verso 13, Paulo dizia que; sua força e alegria não se apoiavam nas circunstâncias deste mundo, mas somente no Senhor.
Paulo era grato aos filipenses por suas demonstrações de amparo, especialmente no princípio da sua obra missionária, quando havia deixado a Macedônia e partido para Corinto em sua segunda viagem missionária.
Mesmo quando ainda tinha ido de Filipos para Tessalônica, os filipenses lhe enviaram por duas vezes a provisão que lhe era necessária para que pudesse evangelizar os tessalonicenses, e fizeram o mesmo, pelo que se depreende de suas palavras em II Cor 11.9, quando foi para a Grécia e evangelizou Corinto.
A provisão dos ministros está ordenada por Deus em Sua Palavra. No entanto, Paulo abria mão deste direito no sentido de não exigir das Igrejas o cumprimento desta ordenança bíblica, porque queria deixar bem claro para todos, que não pregava por interesse em ser provido materialmente, como se vê no verso 17, mas reconhecia que agiam bem todos aqueles que buscavam atender à provisão das necessidades dos seus ministros, inclusive dele próprio, como afirmou no verso 14.
Tudo pertence a Deus e é Ele quem na verdade provê a todos, inclusive àqueles que têm o dever de prover seus ministros.
Desta forma, Paulo estava certo que Deus continuaria suprindo todas as necessidades dos filipenses, quer materiais, quer espirituais segundo as Suas riquezas na glória, por causa de Jesus Cristo, e não propriamente pelo seu mérito, como se vê no verso 19.
Por isso é ao Senhor que devemos sempre tributar glória pelos séculos dos séculos, como Paulo fez no verso 20.
A epístola é encerrada com uma exortação nos versos 21 e 22, para que cada um dos santos fosse saudado em Cristo Jesus, assim como Paulo e os santos que se encontravam com ele estavam saudando os santos em Filipos. Ele faz uma menção especial àqueles que eram da casa de César, ou seja, aqueles que ele havia ganho para Cristo, não somente da guarda pretoriana do Imperador, como certamente a muitos que eram da corte de César.
A última citação desta epístola é a que encontramos no verso 23 :
“A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito.”
Há maior necessidade do que esta para um cristão?
Certamente não.
Tudo o que ele precisa é estar com seu coração fortalecido com a graça do Senhor, porque o próprio Jesus nos tem dito, como disse a Paulo: “A minha graça te basta!”
Nós precisamos da força e do poder de Cristo para executar nossos deveres; não somente os que são puramente cristãos, mas até mesmo aqueles que são fruto da virtude moral.
Nós precisamos da Sua força para nos ensinar a estarmos contentes em toda e qualquer situação.
É por isso que Deus nos quebrará muitas vezes, para que possamos ser enfraquecidos em nossa própria força, e aprendamos a viver com a Sua força, a qual nos fortalece em tudo; não com nossa força que é inconstante e frágil, e desaparece principalmente diante das circunstâncias difíceis.
Somente quando somos enfraquecidos por Deus através das tribulações e aflições, é que podemos ser fortalecidos com Sua força. Daí, poderemos dizer junto com Paulo, que quando somos fracos aí é que somos fortes espiritualmente.