Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
SODOMA E GOMORRA
Ló, sobrinho de Abraão, insistiu em hospedar os dois anjos que Deus havia enviado a Sodoma e Gomorra, em sua casa e isto revelava o seu caráter justo, em contraste com o dos moradores de Sodoma que rodearam a sua casa intentando abusar dos anjos pensando que eram homens.
Eles foram cegados pelos anjos de maneira que não podiam achar a porta da casa de Ló.
Os dois anjos ordenaram a Ló que fugisse da cidade juntamente com os seus, porque eles a destruiriam ao amanhecer.
Quando amanheceu os anjos ordenaram que Ló se levantasse e fugisse para o monte juntamente com sua mulher e filhas.
Mas Ló parecia não entender a urgência daquela hora, e se demorava a sair, e por isso os anjos o pegaram pela mão, bem como sua mulher e filhas e o puseram para fora da cidade, e é destacado que com esta ação o Senhor foi misericordioso para com Ló (19.16).
Quando estava fora da cidade os anjos lhe ordenaram que fugisse para o monte, mas Ló retrucou, pois temia morrer no monte, e sugeriu em face da misericórdia que lhe foi exibida que o deixassem se refugiar numa pequena cidade que estava ali perto.
A cidade foi chamada de Zoar, que no hebraico significa pequeno.
Os anjos declararam que poupariam, pois aquela pequena cidade, e que nada poderiam fazer em relação à destruição de Sodoma e Gomorra enquanto Ló não alcançasse aquela cidade.
Isto mostra que os anjos obedecem estritamente às ordens de Deus.
A ordem era que Ló fosse preservado e ele teria que ser preservado, ainda que não se devesse retardar a hora determinada para a execução do juízo.
Estas duas realidades teriam que seguir as ordens de Deus: a preservação de Ló e a destruição das duas cidades.
Era fim de madrugada, e quando o sol trouxe o alvorecer, Ló chegou em Zoar, e então o Senhor fez chover enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra.
Os anjos são espíritos ministradores enviados para serviço, a favor dos que hão de herdar a salvação (Hb 1.14).
Devemos ser gratos a Deus pelos muitos livramentos de que somos alvo por parte do ministério dos anjos que servem ao Senhor para o benefício daqueles que são Seus filhos.
Mas vimos como exemplificado no caso de Ló, que nestes livramentos são beneficiados nossos cônjuges e filhos, ainda que não sejam do Senhor, também em muitos livramentos temporais, embora não possam ser livrados da condenação e morte eterna, porque isto é somente por meio da graça mediante a fé em Cristo.
A misericórdia do Senhor para com o próprio Ló foi muito grande, porque exibiu grande paciência para com ele.
Note que ele havia recusado a instrução recebida dos anjos de se refugiar no monte, e sugeriu que o deixassem habitar em Zoar, pois alegou que se sentiria inseguro no monte.
Entretanto, lemos em Gên 19.20 que ele e suas filhas se sentiram inseguros em Zoar e decidiram ir para o monte.
Ló era um homem justo mas não muito dado a fazer as escolhas acertadas, pois em vez de buscar e se sujeitar à direção de Deus, procurava agir de acordo com aquilo que lhe parecia mais favorável, conforme lhe indicava a própria razão.
Muitas vezes, as direções recebidas do Senhor parecerão contrariar a lógica da razão, mas é melhor ser dirigido por elas, do que por aquilo que nos parecer ser o mais adequado, segundo a nossa própria avaliação.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 30/10/2012