Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos

Provisão Espiritual Garantida


 
João registrou que quando Jesus estava ensinando na sinagoga de Cafarnaum lhe perguntaram o que deveriam fazer para executar as obras de Deus. 
Como há muito pensamento envolvido no fato de se julgar que a obra de Deus é para atender às nossas necessidades materiais, Jesus disse que a obra de Deus consiste em ter fé nEle, porque foi a Ele que Deus Pai encarregou de fazer a Sua obra na terra.
Então é em associação com Cristo, pela fé nEle, que se pode fazer efetivamente a obra de Deus.  
Eles haviam perguntado pelo modo como deveriam fazer a obra de Deus, mas na verdade queriam que Deus trabalhasse para eles.
Não havia neles uma verdadeira disposição de servir ao Senhor, porque pediram que fizesse um sinal demonstrando que era enviado de Deus tal como foi o caso de Moisés, através de quem Deus havia dado o maná ao povo de Israel no deserto.
Jesus lhes disse que aquele não era um sinal da vida eterna celestial que somente Ele pode dar, porque aquele pão não era celestial, não era o pão vivo que dá vida eterna, mas um alimento natural que foi provido de maneira sobrenatural por Deus para tão somente suprir as necessidades dos israelitas de alimento material.
Então nada havia da vida do céu no maná que os israelitas consumiram por quarenta anos.    
Se eles achavam que o maná era uma grande evidência para se ter fé em alguém como tendo sido enviado por Deus, quão maior evidência não era, portanto o próprio Jesus, como o pão da vida que havia sido enviado pelo Pai para dar vida eterna àqueles que nEle creem?
Mas eles não podiam enxergar isto porque não creram nEle.
Se tivessem crido, como os apóstolos, teriam visto que Ele próprio é o maior sinal e evidência que podemos ter da parte de Deus, porque passa a viver em nós, dando-nos a vida do céu, em testificação com o nosso espírito (v. 36).
Eles queriam esta vida, mas sem se entregarem a Cristo. Sem crerem verdadeiramente nEle.
Não é possível ter vida eterna sem Cristo, porque Ele próprio é a vida eterna. 
Jesus não estava buscando o favor e o aplauso dos homens.
Ao contrário veio fazer o maior dos favores àqueles que necessitam de salvação para poderem ser resgatados da condenação eterna e serem feitos filhos de Deus.
Desta maneira, nenhum dos que Lhe foram dados pelo Pai se perderá, mas serão ressuscitados no último dia (v. 39). 
Aqueles que enxergam com os olhos da fé que Jesus é o pão vivo que desceu do céu e que dá vida, creem nEle, e terão vida eterna; e seus corpos serão ressuscitados no último dia da dispensação da graça (v. 40). 
Estas palavras de Jesus deram ensejo a uma grande murmuração dos judeus, porque havia dito que era o pão que tinha descido do céu, e eles sabiam que Ele era filho de José e de Maria.
Como poderia portanto ter descido do céu?
A história da encarnação de Jesus foi mantida em segredo até ser registrada pelos apóstolos nos evangelhos.
Importava que estas coisas fossem ocultadas aos judeus e que fossem ensinados por parábolas, porque Deus não pretende ser servido e conhecido por evidências externas, mas por um conhecimento íntimo da Sua pessoa, por revelação do Espírito. 
Assim, não é pela mera decisão do homem que Ele chegará a conhecer a Deus, mas por um ato do próprio Deus em atraí-lo à salvação em Seu Filho, tal como fizera com o centurião Cornélio (v. 44).   
Jesus deu a sua carne como sacrifício na cruz para que pudéssemos ter vida eterna.
Se Ele não tivesse se oferecido como sacrifício por nós, jamais poderíamos participar da Sua vida, por causa dos nossos pecados. 
Como os judeus entenderam erroneamente que Jesus estava falando literalmente de se comer da sua carne, ele reforçou ainda mais o erro deles dizendo que não deveriam somente comer a carne, como também beber o Seu sangue, porque ofereceria a Sua própria vida para que tivéssemos vida eterna estando nEle e sendo alimentados espiritualmente por Ele.
 
 Baseado em João 6.28-59
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 03/11/2012
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