Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Nenhum Outro Fala Como Ele
 

Os guardas que tinham saído da parte dos fariseus e dos principais sacerdotes para prenderem Jesus, retornaram a eles perplexos afirmando que nunca tinham ouvido alguém falar com tanta autoridade e poder como o Senhor. 
Eles temeram lançar mão dEle para não receberem nenhum juízo severo da parte de Deus, tal como havia sucedido com aquelas duas guarnições dos capitães de cinquenta que tinham saído a mando do rei de Israel para prenderem Elias, e que haviam sido consumidos pelo fogo que veio da parte de Deus sobre eles.  
Os próprios fariseus e sacerdotes estavam procurando um estratagema para pegarem o Senhor, conforme veremos nos capítulos seguintes, mas não tentariam fazer nada diretamente contra Ele, primeiro por temerem aqueles do povo que haviam crido nEle, e aqueles que estavam considerando que Ele fosse de fato realmente o grande Profeta e o Messias. 
Eles conspirariam fortemente contra Ele entre si e às ocultas.  
Os fariseus estavam muito seguros do falho conhecimento que eles tinham das Escrituras, e na sua cegueira por causa do ódio e inveja que tinham de Cristo, não podiam enxergar a verdade.
Eles consideravam o povo maldito porque não tendo o conhecimento que eles julgavam ter das Escrituras, acabaram crendo em Cristo, apesar deles estarem afirmando que Jesus estava enganando o povo.
Não foi sem razão que Jesus falou duramente contra a hipocrisia dos escribas e fariseus, que sendo guardiões das Escrituras, usavam-nas contra os propósitos de Deus, por causa dos próprios interesses carnais e egoístas deles. 
A maioria dos escribas e fariseus estava perseguindo a Cristo por motivo de inveja e de falso zelo religioso, porque desejavam manter o status de únicos guias espirituais do povo de Israel, e para fins políticos na preservação da estima que tinham alcançado junto ao povo.
Outros, como Paulo, que viria a se converter mais tarde perseguiram ao Senhor e Seus discípulos por motivo de ignorância e pensando estarem fazendo de fato um grande serviço a Deus, tentando suprimir aqueles que eles pensavam estar agindo contra a Lei de Moisés.   
Quando Nicodemos, que era um dos principais dos fariseus se levantou para defender Jesus dizendo que a lei não permitia que alguém fosse condenado sem que primeiro fosse ouvido, para que se defendesse das coisas contra as quais estava sendo acusado; os demais fariseus lhe perguntaram com ironia se por acaso ele, Nicodemos, era também natural da Galiléia, para estar defendendo um Galileu como Jesus, uma vez que segundo o exame que eles fizeram das Escrituras nunca nenhum profeta havia sido levantado por Deus na Galiléia.
No entanto, eles não sabiam que Jesus não havia nascido na Galiléia, mas na cidade de Belém, que ficava na Judéia.
Os fariseus faziam esta afirmação de modo impactante dizendo que não havia sido levantado nenhum profeta na Galiléia, para enganarem o povo, uma vez que é bem certo que eles sabiam que Jonas era de Gate-Efer, e Naum um eclosita, ambos da Galiléia. Assim, a afirmação deles era falsa. 
Mas, de todo modo, eles foram apanhados por Deus na própria sabedoria deles, para que permanecessem endurecidos crendo numa verdade aparente que lhes convinha, para não admitirem que Jesus fosse de fato o Messias.
Eles precisavam de um argumento para justificar o seu endurecimento, e se não encontrassem um eles o inventariam, assim, Deus lhes confundiu fazendo com que Jesus nascesse de uma família que residia em Nazaré, na Galiléia, mas cujos ancestrais eram naturais da cidade de Belém, onde tiveram que se recensear por decreto de César Augusto, para que Jesus lá nascesse dando cumprimento às Escrituras.   
Jesus sabia que dificilmente teria governantes e fariseus do Seu lado porque a abnegação e o carregar diário da cruz seria uma lição muito dura para que eles cumprissem em seu orgulho e presunção.
Por isso o evangelho é destinado aos pobres de espírito, aos mansos e quebrantados de coração, porque somente estes se auto-negam e carregam a cruz voluntariamente, para fazerem não a sua própria vontade, mas a do Senhor.       

Baseado em João 7.44-53
 
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 03/11/2012
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