Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
A Oração Sacerdotal de Jesus – Parte 1
 
“1 Jesus falou assim e, levantando seus olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti;
2 Assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste.
3 E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.
4 Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer.
5 E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse.” (João 17.1-5)
 
Todo este capítulo é uma oração.
A oração que Jesus fez quando estava prestes a ser traído por Judas.
É dito no início do capitulo seguinte a este, que depois de Jesus ter feito esta oração. ele saiu com os seus discípulos para o jardim do Getsemâni, no qual seria traído por Judas, que conduziu guardas da parte dos principais sacerdotes e fariseus até o local onde Jesus se encontrava. 
Com esta oração Jesus fechou a última ceia de páscoa que havia celebrado com seus discípulos, porque João diz que depois de ter pronunciado estas palavras ele saiu para o outro lado do ribeiro de Cedrom, onde ficava o Jardim do Getsemâni (Jo 18.1).  
Jesus orou pelos discípulos e com eles.
Como esta foi a última oração que fizera por eles pouco antes da Sua crucificação, os pedidos do Senhor que estão nela contidos são absolutamente essenciais.
Jesus pediu proteção ao Pai para os discípulos, de maneira que fossem guardados de se desviarem da verdade.
Para isto seria necessário que fossem santificados na verdade, de maneira que pudessem ser mantidos em unidade, permanecendo na comunhão com Deus Pai, com o Filho, e uns com os outros.
O Senhor pediu também que fossem feitos perseverantes até à glória final, de maneira que pudessem também participar da Sua própria glória.   
Todas estas coisas dependeriam da obra que seria feita a partir da cruz, com a ressurreição, ascensão e glorificação de Jesus nos céus, porque importava que o Seu trabalho de redenção fosse aceito pelo Pai, de maneira que pudesse cumprir a promessa que fizera e que estava associada à Sua glorificação, a saber, o derramamento do Espírito Santo em todas as nações.
Assim não somente o Pai glorificaria o Filho, com a glória que Ele tivera nos céus, antes mesmo de ser formado o mundo, comprovando que o Seu retorno aos céus foi em vitória e em glória quanto à obra que lhe fora designada pelo Pai para consumar na terra; como também o Pai seria glorificado pelo Filho, pela muita honra e glória que receberia da parte daqueles que começariam a ser salvos na terra, por causa da obra realizada pelo Filho.   
Esta obra que o Pai designou ao Filho é a de dar a vida eterna àqueles que se encontram mortos espiritualmente, e que sem a luz de Cristo, que lhes dá a vida, seriam fatalmente condenados à morte eterna.  
Mas o Senhor disse que apesar de Lhe ter sido dado poder sobre toda a carne, no entanto a vida eterna seria concedida apenas a todos aqueles que lhes foram dados pelo Pai.
Nenhum deles virá a se perder eternamente, porque Jesus recebeu autoridade e poder do Pai para que não perca a nenhum destes aos quais foi dado pelo Pai, crerem nEle.
Nenhuma ovelha será perdida, e o Senhor veio buscar cada uma delas, porque a salvação ainda que individual tem um propósito coletivo, e isto está demonstrado claramente no teor desta oração que o Senhor fez no final da sua última ceia com os discípulos, porque ela não foi feita para atender necessidades particulares e individuais, mas para a consolidação de um corpo espiritual, do qual Jesus é a cabeça.
 
A Oração Sacerdotal de Jesus
 
“6 Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra.
7 Agora já têm conhecido que tudo quanto me deste provém de ti;
8 Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste.
9 Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.
10 E todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e nisso sou glorificado.” (João 17.6-10)
 
Jesus orou de maneira muito clara quando disse que não estava pedindo pela unidade do mundo de pecado.
Caso o fizesse, o que é impossível, o mundo se tornaria muito pior, pela união daqueles que buscam praticar o mal e não o bem.
Então, Ele orou para que fossem santificados em unidade espiritual, aqueles que servem à causa do bem, aos que Lhe amam e observam com temor e reverência os mandamentos de Deus.
O Senhor Jesus afirmou em sua oração que tudo o que Ele possui é do Pai, assim como tudo o que é do Pai é dEle, e nisto está a Sua glória.
Isto significa que ninguém pode ser de Deus Pai se não for de Cristo.
Aquele que rejeitar o Filho terá também rejeitado o Pai, porque não é possível pertencer a um deles sem pertencer ao outro.  
 
 
A Oração Sacerdotal de Jesus – Parte 3
 
“11 E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós.
12 Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse.
13 Mas agora vou para ti, e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos.
14 Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.
15 Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.
16 Não são do mundo, como eu do mundo não sou.” (João 17.11-16)
 
Dos apóstolos de Jesus apenas Judas abandonou a comunhão em unidade espiritual que havia entre os apóstolos.
Na verdade ele nunca havia chegado a participar da mesma, porque não era um filho da salvação, um filho da promessa, mas um filho da perdição, um vaso para desonra, um vaso de ira, conforme as Escrituras do Velho Testamento haviam predito acerca dele.
Quando orou para que o Pai guardasse os discípulos para que fossem um, assim como Ele era com o Pai, e para que continuassem unidos em espírito como haviam vivido com Ele durante Seu ministério terreno, por causa das Suas intercessões em favor deles, e pela aplicação da Palavra da verdade em suas vidas, Jesus não estava pedindo que fossem guardados de se perderem definitivamente tal como Judas, porque isto seria impossível, mas para que não viessem a esfriar e a apostatar da fé, ainda que temporariamente, porque seria por meio deles que as primeiras congregações cristãs seriam fundadas; e importava que fossem achados firmes e crescendo na fé.
Quando o Senhor começou a fazer esta oração de João 17, Judas tinha acabado de sair para traí-lo, e assim havia abandonado definitivamente a companhia do Senhor e dos demais apóstolos, retornando para o seu próprio lugar, a saber, o mundo, porque ele nunca chegou a pertencer ao reino de Deus. 
O Novo Testamento chama de mundo, em sentido negativo, a todo o sistema pecaminoso que se opõe à Deus e à Sua vontade.       
 
 
A Oração Sacerdotal de Jesus - Parte 4 
 
“17 Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.
18 Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.
19 E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade.”
 
A missão dos cristãos é a mesma de Cristo, na verdade, é a continuidade da Sua missão porque Ele continua operando através deles.
Para cumprir a mesma missão que Cristo havia cumprido no mundo, necessitam de santificação, e por  isto o Senhor intercedeu neste sentido nos versos 17 e 19.
Sem santificação é absolutamente impossível ver uma obra de Deus entre nós que seja consistente, regular e permanente.
Na condição de Sumo Sacerdote da nossa fé Cristo santificou a Si mesmo para oficiar no tabernáculo celestial, assim como os sacerdotes de Israel deviam se consagrar a Deus antes de serem admitidos no Seu serviço.
O Pai chamou o Filho para ser Sumo Sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque, e Ele se consagrou completamente a este serviço, de maneira que tudo o que fez e que tem feito foi por um completo e permanente compromisso com o Pai e com os seus discípulos.
A santificação dos cristãos está garantida porque há este compromisso da parte do Senhor em realizar tal trabalho em nós para que possamos cumprir a missão que Ele nos designou para levarmos a efeito neste mundo.  
 
 
 
A Oração Sacerdotal de Jesus - Parte 5 
 
 
“20 E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim;
21 Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.
22 E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um.
23 Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim.” (João 17.20-23)
 
Jesus não orou somente pelos discípulos que se encontravam com Ele no momento da sua oração, mas por todos os cristãos que viessem a se converter pelo testemunho daqueles primeiros discípulos, especialmente pela pregação da palavra dos apóstolos, conforme a encontramos no Novo Testamento, que não é propriamente a palavra deles, mas a palavra de Deus.
Mais uma vez o Senhor orou pela unidade dos cristãos, revelando o quanto ela é essencial para o testemunho deles, de maneira que seja produzido o convencimento do Espírito no mundo, quanto à unidade e amor espirituais que há entre os cristãos, e assim as pessoas possam ser despertados e convertidos através deste testemunho daqueles que já estão em Cristo.
Se Cristo orou pela unidade dos cristãos desta forma, é nosso dever nos esforçar para preservar esta unidade do Espírito no vínculo da paz.    
É do Senhor que procede esta unidade, deste modo só será encontrada nas congregações nas quais os cristãos estiverem andando no Espírito, de maneira que toda a glória pela existência de tal unidade seja reconhecida como sendo do Senhor (v. 22). 
O caráter desta unidade é espiritual, porque é o mesmo tipo de unidade que há na trindade divina. 
O Pai e o Filho são de um mesmo sentir e pensar, e assim devem ser também os cristãos em suas congregações.
Deste modo isto somente será possível se eles andarem no Espírito e não segundo a carne. 
Por isso o Senhor não orou por uma unidade social, parcial, acadêmica, ou seja, de qual natureza for, senão unidade de fé, amor e espiritual realizada pelo Espírito.
Uma unidade perfeita, isto é amadurecida, que revele especialmente ao mundo o amor que há entre Deus e os cristãos (v. 23). 
É desta forma que o mundo é convencido que Cristo está entronizado no meio do Seu povo, e que de fato veio a este mundo para resgatar um povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras.  
 
 
 
A Oração Sacerdotal de Jesus
 
“24 Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo.
25 Pai justo, o mundo não te conheceu; mas eu te conheci, e estes conheceram que tu me enviaste a mim.
26 E eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja.”
 
Com estas palavras Jesus encerrou a oração que fez no final da ceia de páscoa, que celebrara com Seus discípulos, antes de sair em direção ao jardim do Getsemâni.
O Seu pedido final ao Pai em favor dos cristãos foi  que estivessem com Ele no céu para que pudessem ver a glória que Ele havia recebido do Pai, por causa da grande obra de salvação que fizera por eles; glória que sempre tivera junto ao Pai, antes mesmo da fundação do mundo.  
Desde toda a eternidade, o Pai amou ao Filho e eles decidiram expandir e compartilhar este amor com muitos filhos semelhantes a Cristo.
Foi por eles e para tal propósito que o Senhor intercedeu pedindo ao Pai que estejam todos reunidos na glória compartilhando dAquele amor divino que sempre existiu entre o Pai e o Filho.  
O mundo de pecado nada sabia e sabe acerca disto, e desta maneira não poderia dar qualquer testemunho sobre a verdade pela qual o Senhor estava orando; mas os cristãos têm experimentado este amor, pelo Espírito, como os primeiros discípulos, e assim têm conhecido que Jesus foi realmente enviado pelo Pai.
Somente o Filho e o Espírito Santo conhecem o Pai, e assim são os únicos que podem fazer com que Ele seja conhecido.
Como este conhecimento é por uma experiência real de comunhão espiritual e pessoal com Ele em amor, pelo Espírito Santo, somente os que forem salvos por Cristo poderão obter tal conhecimento que conduz à glória eterna do céu.  
A nossa fé e santificação têm grande recompensa.
O Senhor não confessará a ninguém diante do Seu pai e dos santos anjos na glória, que tenha se envergonhado dEle e de Suas palavras neste mundo, ou que tenha negado o Seu santo nome por um viver segundo a carne, e não segundo o Espírito.    
O tempo se abrevia e o céu está mais perto de nós do que antes, e é importante que vigiemos e nos apeguemos às verdades que temos ouvido e lido, de maneira que jamais nos desviemos delas e tenhamos completa recompensa na glória.
 
 
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Veja tudo sobre as Escrituras do Velho Testamento no seguinte link:
http://livrosbiblia.blogspot.com.br/

Veja tudo sobre as Escrituras do Novo Testamento no seguinte link:
http://livrono.blogspot.com.br/

A Igreja tem testemunhado a redenção de Cristo juntamente com o Espírito Santo nestes 2.000 anos de Cristianismo.
Veja várias mensagens sobre este testemunho nos seguintes links:
http://retornoevangelho.blogspot.com.br/
http://poesiasdoevangelho.blogspot.com.br/

A Bíblia também revela as condições do tempo do fim quando Cristo inaugurará o Seu reino eterno de justiça ao retornar à Terra. Com isto se dará cumprimento ao propósito final relativo à nossa redenção.
Veja a apresentação destas condições no seguinte link:
http://aguardandovj.blogspot.com.br/ 
 

 
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 09/11/2012
Alterado em 10/07/2014
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