Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos

OS DEZ MANDAMENTOS – Parte 6





3 – Terceiro Mandamento

 
“Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.” (Êx 20.7).
 
O nome de Deus está vinculado à Sua pessoa santa, justa, soberana, divina.
E a Ele é devida toda a honra, e esta sempre será pequena por maior que seja, porque nunca será à altura de tão elevada Majestade, daquele que criou todas as coisas e as governa com a Sua sabedoria, amor, justiça e poder.
Como pode ser admitido então que alguém tome o Seu nome em vão?
Qual é a honra que Ele receberá quando se usar o nome dEle para nenhum propósito?
O uso do Seu santo nome deve estar sempre associado à adoração, oração, louvor, ensino, pregação, e sempre visando à Sua honra e glória.
Sempre que nos referirmos a Ele de modo leviano, impróprio, ou de qualquer outra forma que não Lhe traga a devida honra e louvor, estaremos pecando.
E Ele diz que não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão.
Este mandamento tem o propósito de nos lembrar o quão elevado e honrado é o nosso Deus.
E o quanto devemos nos esforçar para que este nome seja santificado pelo testemunho de nossas vidas, assim como Jesus nos ensina na oração dominical.
Se a própria lei da natureza nos ensina que o nome de um soberano terreno que seja justo deve ser honrado e estimado, muito mais devemos ter em honra e estima o nome do Deus Altíssimo, sobre cujo nome, não há nenhum outro nome, que seja mais elevado.
 
4 – Quarto Mandamento (Ex 20.8-11)
 
“Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, em teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia de sábado, e o santificou.”.
 
Deus fixou um dia de culto e adoração em cada sete, para que fosse principalmente lembrado e glorificado como Criador, e para lembrar o homem que há um alvo adiante para os filhos de Deus, que é entrar no descanso do Senhor, depois de terem realizado as suas obras na terra, assim como Deus descansou depois de ter concluído a criação.       
Considerando um sentido prático para este mandamento relativo a este mundo, Deus estabeleceu um referencial para a humanidade tendo criado tudo em seis dias e tendo descansado no sétimo dia, de modo que agora pudesse ordenar que em cada seis dias de trabalho, os homens cessassem todas as suas tarefas rotineiras, de modo a não somente poderem efetivamente descansar no dia seguinte, sem que isto signifique que temos aqui uma ordem para ficarem ociosos, pois o que se lhes ordena é que não somente cessem as suas atividades neste dia, mas que o santifiquem, e para tanto está implícito aqui o empenho nos serviços de culto e adoração a Deus.
As prescrições cerimoniais relativas ao dia de sábado, que são detalhadas em outras porções do Pentateuco, comprovam esta afirmação, e em sendo cerimoniais, muito do que está prescrito para a guarda do sábado não é aplicável à igreja, pois este era um mandamento relativamente típico da Antiga Aliança, que foi celebrada exclusivamente com toda a nação de Israel no chamado período da dispensação da Lei.
Para marcar que na Nova Aliança se celebraria também ao Senhor como Criador no que se pode chamar de dia de descanso, tradicionalmente a Igreja em todo o mundo tem separado o domingo, desde a Igreja Primitiva como dia não somente para celebrar a criação, como também para celebrar a ressurreição de Cristo, que ocorreu neste dia, e que trouxe à existência a formação da nova criação espiritual de Deus, as novas criaturas geradas pelo Espírito Santo,por causa da fé em Cristo.
Assim, além de ser celebrado como Criador, é também como Redentor.
A escolha do domingo serve também dentro dos propósitos divinos para marcar a inauguração de uma Nova Aliança, porque a Igreja não segue o dia de descanso do Antigo Pacto, que é o sábado.
Deus marcou assim que há uma clara distinção entre a Nova e a Antiga Aliança.         
Como o Senhor santificou e abençoou o sétimo dia, Ele ensinou na Lei dada a Israel que a bênção está associada à santificação, e esta por sua vez, está relacionada ao descanso do Senhor, que não é propriamente um lugar, mas uma condição, uma situação, que é alcançada por uma atitude de quem demonstra externamente que O ama de fato, a ponto de separar todo um dia para Ele em cada sete, para cuidar dos interesses do reino de Deus.
Assim, não é comum se admitir que um verdadeiro cristão não se disponha a congregar numa igreja em que juntamente com seus irmãos em Cristo, separe todos os domingos para cultuar e adorar a Deus.
Pois esta é uma ordenança do próprio Senhor, que é muito importante e útil para a sua própria santificação e para se manter firme na fé.
Deste mandamento se depreende que é da vontade de Deus que o homem trabalhe até o máximo de seis dias em cada sete.
Daí se dizer mesmo no Novo Testamento, que aquele que não quiser trabalhar também não coma.
O homem deve viver do próprio trabalho de suas mãos.
Não faz qualquer sentido que o ocioso de todos os dias separe um dia para cultuar a Deus, pois teria todos os dias disponíveis para fazê-lo.
Mas seria isto santificar o sétimo dia?
Seria um culto aceitável pelo Senhor?
Seria uma forma de honrá-lo, deixando de trabalhar quando está no seu alcance o poder de fazê-lo?
Assim, o ato de descansar no sétimo dia está também implícito o dever de trabalhar nos seis dias antecedentes.
Trabalhar para o próprio sustento e dos seus é um ato de amor, e um compromisso que temos com Deus.
O trabalhar fazendo todas as coisas com amor é uma das formas de se honrar a Deus e de se demonstrar por um testemunho vivo, que se é obediente à Sua vontade, pois o mandamento também diz: “seis dias trabalharás e farás toda a tua obra.”.  
 Consideremos também a sabedoria divina, antes de fechar este assunto, porque se a todos é ordenado paralisarem suas atividades em determinado dia, regularmente, isto indica que o propósito de Deus é o de reunir todo o seu povo, para que em unidade seja adorado por eles. De outro modo, como isto seria possível, se ficasse ao juízo de cada um, a escolha do dia em cada sete, que pretendessem separar para cultuar a Deus?
 
 
 
 

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 16/11/2012
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