OS DEZ MANDAMENTOS – Parte 8
6 – Sexto Mandamento
“Não matarás.” (Êx 20.13).
Excetuando-se os casos de julgamento estipulados pela própria lei, que determinava a morte de quem matasse com dolo, e do exercício regular da magistratura para julgar os crimes praticados pelos homens, Deus revela na lei, e especialmente neste mandamento, que todo homem deve se esforçar para preservar a vida do seu próximo, e não para exterminá-la.
Deus condena o homicídio, especialmente se este é praticado com violência e motivado pelo ódio.
Cabe destacar que o julgamento dos juízes deveria ser imparcial e nunca pessoal, para que não fosse afetado por motivações erradas como desejos de vingança acompanhados de violência.
Deus é o autor da vida e somente a Ele cabe o direito de tirá-la, mesmo na concessão que fez para os casos de legítima defesa, para repelir ataques sofridos por inimigos, e mesmo em se tratando de defesa pessoal, ou ainda nas situações passadas em julgado em juízo, pois que tudo isto foi regulamentado pelo próprio Deus na lei, conforme se vê no restante do Pentateuco.
O mandamento proíbe então, por princípio, todo homicídio injustificado, motivado pelo pecado em desejos odiosos voltados contra o próximo.
O homem deve amar o seu inimigo e não destruí-lo. Deve dar de comer a seu inimigo se tiver fome, e dar-lhe de beber se tiver sede, e não buscar o seu mal.
Se Jesus definiu o ódio contra o próximo como o próprio ato de homicídio, devemos nos guardar de toda ira injustificada e imprópria, de forma que esta não venha a se transformar no motivo do nosso próprio julgamento pelo Senhor, pois ele tem dito que aquele que se irar contra seu irmão sem motivo é réu de julgamento.
É coisa agradável a Deus que tenhamos vida quieta e sossegada. Mas jamais se poderá ter isto com um espírito encolerizado.
O sentido interior do mandamento vai pois muito além do ato de se tirar a vida física de alguém, pois o apóstolo João afirma que aquele que odeia a seu irmão é assassino (I Jo 3.15).
Desta forma, aquele que odeia, não pode permanecer no amor de Deus, que é o vínculo da unidade.