Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
QUERUBIM – Parte 1

 
Os quatro seres viventes ou querubins são citados em Gên 3.24; Êx 25.18-22; 26.1,31; 36.8,35; 37.7-9; Nm 7.89; I Sm 4.4; II Sm 6.2; 22.11; I Rs 6.23-35; 7.29,36; 8.6,7;  II Rs 19.15; I Cr 13.6; 28.18; II Cr 3.7-14; 5.7,8; Sl 18.10; 80.1; 99.1; Is 37.16; Ez 1.5-26; 9.3; 10 (todo o capítulo); 11.22; 28.14-16; 41.18-20,25; Is 37.16; Hb 9.5; Apo 4.6-9; 5.6,8,11,14; 6.1,3,5-7; 7.11; 14.3; 15.7; 19.4.
 
A palavra Querubim significa guardar, cobrir, proteger o acesso etc (Êx 25.17-22).
Os quatro querubins, que proclamam dia e noite, sem descanso que Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-poderoso, aquele que era, que é e que há de vir, são chamados também de seres viventes, pelo profeta Ezequiel e pelo apóstolo João, em Apocalipse (Apo 4.8); quando derem glória, honra e ações de graças a Deus (Apo 4.9) os 24 anciãos se prostrarão diante do Senhor e o adorarão (Apo 4.10,11); os 4 querubins também se prostram e adoram a Deus juntamente com os 24 anciãos e todos os anjos (Apo 7.11; 19.14);  são eles que chamam, respectivamente, os 4 cavaleiros quando os 4 primeiros selos do livro são abertos (Apo 6.1,3,5,7); e são eles que dão aos sete anjos, as sete taças cheias da ira de Deus (Apo 15.7).
Foram eles que o profeta Ezequiel viu em suas visões junto ao rio Quebar, em Babilônia, no quinto ano do cativeiro do rei Joaquim de Judá (593 a.C.).
Ele os viu quando Deus manifestou ao profeta a Sua glória,  estando eles sob o firmamento celestial (Ez 1.1,5-26), e posteriormente os viu no templo em Jerusalém (Ez 10.1-22).
A glória do Senhor estava sobre os querubins e se dirigiu para a entrada do templo (Ez 9.3; 10.4).
Depois a glória do Senhor saiu da entrada do templo e parou sobre os querubins, e estes levantaram suas asas e se elevaram da terra (Ez 10.18-20).
Na visão de Ezequiel, os quatro seres viventes ou querubins (Ez 10.20), tinham quatro rostos  e quatro asas, cada um, e a semelhança de mãos de homens debaixo das asas (Ez 1.6,8; 10.21), sendo parecidos com os serafins da visão de Is 6.2,3 sendo que estes tinham seis asas cada um, como os quatro seres viventes de Apo 4.8, tendo também estes seis asas, cada um em vez de quatro.
A forma dos querubins é como de homem (Ez 1.5). A cabeça possui quatro faces, sendo rosto de homem na frente, rosto de leão, à direita, rosto de boi, à esquerda, e rosto de águia na parte de trás (Ez 1.10).
O apóstolo João teve a visão dos seres quanto à forma do rosto, como tendo cada um, respectivamente, rosto de homem, leão, boi e águia (Apo 4.7) e os viu cheios de olhos por dentro e por fora, em todo o seu redor (Apo 4.6,8).
Já quanto aos olhos, Ezequiel viu que além dos olhos em todo o corpo dos querubins, inclusive nas asas e mãos (Ez 10.12) havia uma roda ao lado de cada um deles, e estas também estavam cheias de olhos ao redor (Ez 1.15-18; 10.12) e seguiam os querubins aonde quer que fossem.
Havia algo semelhante ao firmamento sobre as suas cabeças, brilhante como cristal (Ez 1.22), e sobre o firmamento que estava sobre as suas cabeças, havia algo semelhante a um trono, como uma safira, e sentado no trono alguém semelhante a um homem (Ez 1.26; 10.1);  e o tatalar das asas dos querubins fazia um estrondo semelhante ao tropel de um exército e como o estrondo das ondas do mar em ressaca (Ez 1.24).
No meio destas visões o Espírito de Deus entrou em Ezequiel e o Senhor lhe falou enviando-o como profeta à casa de Israel (Ez 2.1-7).
O aspecto deles é como o de carvão em brasa, semelhante a tochas, e ziguezagueavam como relâmpagos, como também saiam relâmpagos entre eles (Ez 1.13,14). 
Os querubins com as rodas formavam uma carruagem sobrenatural para o trono de Deus, que era carregado por eles.
A aparição deles a Ezequiel tinha a ver com os juízos que seriam ainda despejados sobre Judá, especialmente com a destruição do templo e da cidade de Jerusalém pelos babilônios em 586 a.C., portanto cerca de sete anos depois da visão dada ao profeta.
Este juízo está descrito no Novo Comentário da Bíblia, da seguinte forma: “O incêndio de Jerusalém (Ez 10.1-22): O trono (v 1) estava vazio (cfr 9.3), os querubins aguardavam Jeová para alçar vôo e partir. O destruidor da cidade era o homem vestido de linho (v 2), que anteriormente havia feito uma marca nos fiéis, separando-os para a preservação; todos os sete anjos.
Dessa forma, eram ministros vingativos, como em Apo 8.1-11.15.
A palavra Querubim (v 4, no original, no singular) é um termo coletivo que inclui os quatro querubins, como em 9.3, pois os quatro agem em perfeita unidade – como se vê em 1.12, 19-21; 10.15-17.
Nada nos é informado sobre a destruição da cidade, senão que o anjo comissionado para isso tomou o fogo dentre os querubins (cfr Is 6.6) e saiu (v 7). A visão profetizava os incêndios que efetivamente destruiriam Jerusalém em 586 a.C. (II Rs 25.9).”.
 A glória do Senhor havia abandonado o templo pela entrada da porta oriental (10.19).
Em Ez 11.21-25 vemos os querubins elevando o Senhor e a Sua glória sobre eles, retirando-se o Senhor da cidade (v.22,23), tendo o Espírito Santo reconduzido Ezequiel à Caldéia para transmitir a visão que tivera aos que estavam no cativeiro (v. 24,25).
Vemos assim os querubins aparecendo em cena para o estabelecimento dos juízos do Senhor sobre o pecado dos homens, tal como ocorrera no Éden quando Adão foi expulso do Jardim, tendo o Senhor colocado querubins ao oriente do paraíso para guardar o caminho da árvore da vida (Gên 3.24).
A árvore da vida representava o próprio Jesus, e tendo o homem pecado o caminho para a presença de Deus, que é santo, fica vedado ao pecador pelos querubins.
É somente por causa da graça do Senhor, e pelo arrependimento e transformação do pecador em santo, que este pode acessar à presença de Deus. De outro modo não poderia ser aceito.
Eles são portanto seres que velam sobre a santidade do Senhor, pois proclamam dia e noite que Santo, Santo, Santo é o Senhor, referindo-se assim à santidade da trindade, e à necessidade de o nome de Deus ser santificado no céu e na terra, como Jesus revelou na oração dominical.
Que eles velam sobre a santidade de Deus também se revela nos  querubins que foram esculpidos em ouro com as asas estendidas sobre a tampa da arca da aliança (propiciatório), de onde o Senhor falava com Moisés, quando este entrava no tabernáculo (Êx 25.18-22).
Foram também esculpidos em madeira, no meio do templo de Salomão (I Rs 6.23-28), e entalhados nas paredes e nas portas do templo (I Rs 6.29-35), e, em bordados no véu do tabernáculo (Êx 26.31).
Isto simbolizava que o caminho à presença do Senhor, que é Santo, está guardado  por eles, pois velam pela Sua santidade. 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 17/11/2012
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