Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
QUERUBIM – Parte 2
Tal como guardas e sentinelas que fazem a segurança de um homem rico, assim os querubins guardam a santidade de Deus, ainda que o Senhor não necessite de qualquer segurança porque é o Todo-Poderoso, mas o trabalho dos querubins ensina a todos a mensagem de que é necessário santidade para se chegar à presença de Deus, como de fato está revelado em várias passagens da Bíblia que falam diretamente sobre tal necessidade.Esta participação dos querubins nos juízos de Deus sobre o pecado, que é ofensa contra a Sua santidade, e como já dissemos eles velam pela santidade do Senhor, está claramente revelada em Apocalipse, como já comentamos anteriormente, pois são eles que chamam, respectivamente, os 4 cavaleiros quando os 4 primeiros selos do livro são abertos (Apo 6.1,3,5,7); e são eles que dão aos sete anjos, as sete taças cheias da ira de Deus, para serem despejadas sobre a terra (Apo 15.7).Graças a Deus por Jesus Cristo, que nos livra da ira de Deus contra o pecado, e que permite o nosso livre acesso ao seu trono, sem sermos impedidos pelos querubins que velam pela Sua santidade, porque cobertos com o sangue de Cristo, vestidos da Sua justiça, e santificados nEle, pelo Espírito, podemos ter acesso em espírito ao trono de Deus, que está acima dos querubins, quando Ele se desloca para trazer os seus juízos sobre a terra. Há muitas abominações na igreja visível de Cristo, e acerca destas nós podemos somente suspirar e gemer, assim como os homens fiéis de Judá nos dias de Ezequiel (Ez 9.4), que foram marcados na testa com um sinal pelo Senhor para serem livrados do juízo que ele despejaria sobre a terra. De igual forma os servos fiéis de Cristo serão marcados em suas frontes pelos anjos antes de serem despejados os juízos do Senhor no tempo do fim (Apo 7.3; 9.4). Com os querubins aprendemos que a santidade exige: a) Unidade espiritual. Tal é a unidade entre os querubins, que se movimentam juntamente e harmoniosamente, inclusive com as rodas que são vistas ligadas a cada um deles, dando a visão de um carro celestial que transporta o trono de Deus em seus deslocamentos. Por isso se usa o termo Querubim no singular para designar os quatro seres viventes. O que se aprende daí, em relação à santidade, é que ela demanda unidade. Por isso Jesus orou nos termos de João 17, para que sejamos um com Ele e uns com os outros, assim como a trindade é una.b) Além da unidade, outro aspecto da santidade é a vigilância, a sabedoria e o conhecimento. Isto está demonstrado nas faces dos querubins voltadas para os quatro cantos da terra: para o norte, sul, leste e oeste. Além disso tanto o corpo deles quanto as suas rodas estão cheios de olhos, indicando com isto perfeição de vigilância contra o mal para não se ofender a santidade de Deus. O que ofende a santidade do Senhor é o pecado. E para não viver pecando é necessário vigiar em todo o tempo, e crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo, pela prática da verdade revelada na Palavra, e não do erro das falsas doutrinas (II Pe 3.17,18; Ef 4.14-16). Sabendo que os olhos do Senhor estão postos sobre todas as áreas das nossas vidas, num incessante observar, o que está representado na natureza dos querubins. c) A santidade exige sempre o que é correto em nosso comportamento. As pernas dos querubins eram direitas (Ez 1.7). Não se viravam em seu movimento, sempre indo para a frente, indo para onde o espírito havia de ir (Ez 1.9,12). Quem lança mão do arado não deve olhar para trás. Não se deve servir a Deus com o olhar voltado para o mundo, para a vida que tinha antes da conversão. A santidade é progresso contínuo. É uma caminhada em busca da perfeição divina, fazendo o que agrada a Deus. Se o cristão pára em sua caminhada, ele começa a cair. A carne o vencerá porque a antiga natureza sobrepujará a nova, recebida na regeneração. As rodas e os querubins sempre se movimentavam para a frente, nem para trás, nem para a direita, nem para a esquerda. O caminho é Cristo. É estreito e reto. É neste caminho que o cristão deve andar, e é nisto que consiste a sua santificação.Em II Sm 6.2 e I Cr 13.6, quando Davi levou a arca para Jerusalém, ocorre a primeira citação “o Senhor que se assenta acima dos querubins”. Temos também que o Senhor “Cavalgava um querubim” (II Sm 22.11; Sl 18.10); “está entronizado acima dos querubins” (II Rs 19.15; Sl 80.1; 99.1; Is 37.16). Isto indica que antes da visão da glória do trono de Deus sobre os querubins, dada a Ezequiel, Deus já a havia revelado anteriormente a Israel. Por isso Ezequiel afirmou prontamente quando teve a visão dos seres viventes que havia reconhecido que eram querubins (Ez 10.20). Provavelmente estava familiarizado com a sua forma esculpida no tabernáculo desde os dias de Moisés.d) A santidade demanda também adoração à Trindade. Os querubins e todos os seres celestiais prostram-se sobre os seus rostos em adoração a Deus Pai e ao Cordeiro. Mas esta adoração consiste muito mais do que simplesmente em expressar palavras de louvor. Toda adoração é uma resposta inteligente e amorosa à revelação de Deus, porque é a adoração do Seu Nome. Desta forma, uma adoração aceitável é impossível sem a pregação, ensino e prática da Palavra de Deus. Adoração e Palavra. Ambos não podem ser divorciados. Quando a música, dança, louvor ou outras atividades suprimem a pregação da Palavra, a verdadeira adoração é inevitavelmente prejudicada. E quando a pregação é subjugada à pompa e circunstâncias, por sua vez, também prejudicará a verdadeira adoração. Por isso Jesus disse que a adoração deve ser não somente em espírito, mas também segundo a prática da verdade, que é a Palavra de Deus.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 17/11/2012