Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
ADORAÇÃO – Parte 1

 
Sem santidade não há adoração. E a santificação demanda a nossa responsabilidade em praticar a Palavra, apartando-se do mal e praticando o bem, em outras palavras, despojando-se da carne e revestindo-se de Cristo.  
Cabe ressaltar que a impressão que nos causa o conhecimento sobre o esplendor da glória de Deus, do Seu trono e dos seres celestiais que o cercam, não deve ser o motivo da nossa adoração, mas aquilo que o Senhor é em Sua natureza.
Desde os profetas do Velho Testamento somos ensinados que aquele que se gloriar, glorie-se no Senhor (Jer 9.24). Em conhecê-lo em Seus atributos, especialmente os de justiça, amor e misericórdia.
Não devemos nos gloriar nas coisas que o Senhor tem feito por nós, mas no Senhor mesmo.
É Ele quem deve ser adorado e não as Suas obras.
Devemos adorá-lo também pelas Suas obras, mas não adorá-las.
Os querubins são obras da mãos de Deus, assim como todas as demais coisas e seres.
Devemos ter o diligente cuidado para não adorarmos o que Deus criou ou mesmo o que possa criar a nossa imaginação.
Somente o Senhor deve ser adorado porque só Ele é digno de adoração. Ele nos criou, redimiu do pecado, nos vestiu com a justiça de Seu filho, deu-nos a vida eterna, a habitação do Espírito, um coração inteiramente novo na regeneração, tem nos capacitado e ensinado a vencer o mal e a andar em justiça, livrou-nos da maldição da lei, da condenação eterna, da servidão ao pecado e ao diabo, e nos tem aceito inteiramente como filhos através de Cristo.
É por isso que quando Moisés pediu ao Senhor para ver a Sua glória (Êx 33.18), Ele não lhe deu a visão do trono e dos querubins que deu a Ezequiel, para que Ele não confundisse a verdadeira glória do Senhor com as manifestações externas da Sua majestade. Para não confundir a glória da  vestimenta do Rei, com a glória do caráter do Rei.
Assim a resposta de Deus ao desejo de Moisés foi a revelação do Seu caráter, e a manifestação da Sua misericórdia que escolhe salvar os pecadores que amam a Sua santidade, pela graça, dizendo-lhe que é compassivo, clemente, longânimo, e grande em misericórdia e fidelidade; e que guarda a misericórdia até mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos, e nos filhos dos filhos até à terceira e quarta geração (Êx 34..6,7).
Diante destas palavras, Moisés se curvou imediatamente para a terra e adorou o Senhor (Êx 34.8).
A profecia de Ez 28.14-19, refere-se a Satanás como querubim da guarda ungido que perdeu a sua perfeição por causa da iniquidade.
Satanás ainda detém muito do seu primitivo poder.
Suas hostes o obedecem e é o príncipe deste mundo.
Mas inteiramente vencido pelo mal, por causa da sua rebelião e desobediência a Deus, perdeu o seu estado original estando já julgado à condenação eterna.
Ele cobiçou a glória externa da majestade de Deus (Is 14..12-14) e não valorizou a verdadeira glória de Deus que é ser bondoso e misericordioso. Negligenciando o verdadeiro valor não buscou ser igual a Deus em Seu caráter e veio a cair.
De igual forma todo aquele que procura agradar a Deus sem levar em conta a importância de valorizar aquilo que Ele é em Sua natureza e caráter (santidade, amor, bom, justo etc) corre o risco de não tentar agradar a Deus pela reprodução do que Ele é em essência, em sua própria vida.  
Como a chamada do cristão é para ser semelhante a Cristo (Rom 8.29,30) segundo o propósito eterno de Deus, então é no alto, onde Cristo vive, que deve buscar as cousas que lhe convêm à sua santidade, pois que se encontram no próprio Cristo (Col 3.1-4).
E é nisto que deve ocupar o seu pensamento, e não nas coisas terrenas, quando o assunto se refere à sua santificação.
Não a achará fora de Cristo, e sem fazer morrer a sua natureza terrena, despojando-se das obras da carne (Col 3.5-9), e revestindo-se das virtudes de Cristo (Col 3.12-17), porque foi regenerado pelo Espírito, recebendo uma nova natureza na conversão (Col 3.9,10).
 
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 17/11/2012
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