Atitudes Cristãs em Família
Se o despojamento do velho homem consiste na mortificação das obras da carne pelo Espírito Santo; o revestimento da nova criatura pelo mesmo Espírito consiste na prática da justiça evangélica e das graças e virtudes do Espírito, que chamamos de fruto do Espírito.
Por isso Paulo exortou os colossenses a se revestirem, na condição de eleitos de Deus, sendo santos e amados, de um coração misericordioso, de benignidade, de humildade, mansidão e longanimidade, suportando-se e perdoando-se mutuamente, tendo por modelo o próprio Senhor que nos perdoou.
E além de tudo isto, e acima de tudo, eles deveriam se revestir do amor, porque não há aperfeiçoamento espiritual sem o amor que procede de Deus e que é fruto do Espírito Santo.
Além de todas estas coisas que devem ser achadas na vida dos cristãos, e neles aumentando progressivamente, eles deveriam se empenhar para serem achados com a paz de Cristo dominando os seus corações, porque foram chamados para fazerem parte de um corpo, a saber a Igreja do Senhor; assim, em vez de viverem em contendas, eles deveriam ser agradecidos a Deus pelos seus irmãos em Cristo, por formarem um só corpo com eles, e praticarem o perdão quando tivessem motivos de queixa contra alguém.
Mas estas graças não poderiam ser achadas operando em suas vidas caso a Palavra de Cristo não estivesse habitando ricamente neles, e em verdadeira sabedoria, pelo ensino e admoestação mútuos, através desta mesma Palavra, através de salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão em seus corações, de maneira que tudo quanto fizessem fosse por palavras ou por obras, fosse feito no nome do Senhor Jesus, dando ações de graças por Ele a Deus Pai, conforme se ordena em Colossenses 3.16.
Então todos os cristãos verdadeiros estarão dispostos a serem ensinados e admoestados por seus irmãos em Cristo para que possam ser transformados em pessoas cada vez mais santas, e aperfeiçoadas na justiça e na verdade, conforme é da vontade de Deus.
Deus quer ser louvado por Seu grande amor e bondade para conosco, e pela Sua Grandeza e Majestade.
Especialmente quando Ele nos livra dos nossos fardos, canseiras, opressões, e coloca alegria e paz nos nossos corações, nós devemos expressar a nossa gratidão a Ele com cânticos de louvor ao Seu santo nome.
O estado de vida de paz com Deus, consigo mesmo e com os outros, somente pode se tornar uma realidade, quando somos submissos de coração ao Senhor, comprovando-o pela obediência às ordenanças que Ele nos fez quanto à submissão que deveríamos ter em diversas áreas de relacionamentos, e o modo de nos conduzirmos no cuidado, especialmente pela vivência em paz em família, no relacionamento de esposos, filhos e pais.
Há portanto, da parte de Deus para nós, condições, para agirmos como esposos, como pais e como filhos. E quando tais ordenanças são descumpridas, não podemos contar que Deus nos dará a paz de Cristo para reinar em nossos corações.
A vida do alto que recebemos da parte de Deus, será portanto, manifestada, somente quando nos submetermos à Sua vontade, quanto ao cumprimento destas ordenanças práticas relativas ao nosso modo de viver em nossos relacionamentos, especialmente na unidade básica de relacionamento que é a família, enquanto os filhos se encontram debaixo do governo de seus pais, e não se tornam independentes, pela constituição de suas próprias famílias através do casamento.
Isto é algo tão sério, que a verdadeira conversão de uma mulher casada é comprovada pelo amor e cuidado real que tenha por seu marido e filhos.
Assim, uma mulher que seja casada ou tenha filhos, comprovará para si mesma se é de fato convertida, pelo cuidado prático que demonstrar para a edificação do seu lar, no amor prático devotado a seu esposo e filhos.
Isto que temos afirmado pode ser visto particularmente no texto de I Tim 2.15.
Por isso, lemos o seguinte nos versos 18 e 19 deste terceiro capitulo de Colossenses:
“18 Vós, mulheres, sede submissas a vossos maridos, como convém no Senhor. 19 Vós, maridos, amai a vossas mulheres, e não as trateis asperamente.” (v. 18, 19).
Especialmente uma esposa cristã deve ser submissa ao seu marido, porque como diz Paulo, isto convém no Senhor. É conveniente por ela pertencer ao Senhor e porque a esposa está para o seu marido, assim como a Igreja está para Cristo. Ela representa portanto alegoricamente a Igreja, a qual deve estar submissa a Cristo, que é cabeça da Igreja.
O modo desta submissão não é de subserviência ou sujeição passiva, mas de cooperação ativa com a liderança dada por Deus ao seu marido, para que juntos, em amor e respeito, consideração e admiração mútuos cumpram a missão que têm que levar a efeito na edificação do seu lar.
E assim como Cristo ama a Igreja e não a trata asperamente em Seu relacionamento com ela, de igual modo os maridos, não devem exercer a função de cabeça de seus lares tratando suas esposas com aspereza, antes devem amá-las tal como Cristo ama a Igreja, dando a sua vida por ela.
Depois o apóstolo falou em Col 3.20 sobre o dever dos filhos em relação a seus pais.
“Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais; porque isto é agradável ao Senhor.” (v. 20).
Os filhos devem obedecer a seus pais em todas as coisas porque isto é do agrado de Deus; uma vez que constituiu os pais com o direito natural sobre os seus filhos, para educá-los nos Seus caminhos.
Mas é ordenado aos pais que não irritem os seus filhos, de maneira que os tornem desanimados para obedecê-los conforme convém, no Senhor.
O mau temperamento dos pais pode se tornar uma pedra de tropeço para a obediência de seus filhos, porque ficarão desestimulados por pouco verem da ternura e da longanimidade e paciência de Cristo nos mesmos.
Finalmente, o apóstolo se referiu aos que estão debaixo de servidão, dizendo que devem obedecer em tudo a seus senhores segundo a carne, não fazendo o seu dever somente quando eles estiverem presentes, ou como para agradar a homens, mas fazendo-o com sinceridade de coração por temor ao Senhor, sabendo que esta é a vontade de Deus para eles.
E de um modo geral, tudo que seja do dever dos cristãos deve ser feito de todo o coração, como para o Senhor mesmo, e não para o mero agrado dos homens, porque os que assim procedem receberão a justa recompensa, porque estão servindo a Cristo, reconhecendo que Ele é o Senhor, que tem ordenado todas estas coisas, e sabendo que todo aquele que vive na prática da injustiça receberá o devido castigo pela injustiça que fez, e nisto, o Senhor não faz acepção de pessoas.
Tudo o que fazemos por meio do corpo neste mundo será passado em revista pelo Senhor no tribunal de Cristo.
Então é pelo dever de consciência para com Ele que devemos medir todos os nossos pensamentos, ações e deveres, porque será a Ele que teremos que prestar contas da submissão, obediência, amor e serviço que devíamos àqueles aos quais Ele tem determinado em Sua Palavra.
Em suma, é pelo temor dEle e não pelo temor de homens que devemos nos empenhar em sermos achados obedientes à Sua vontade, e especialmente pelo grande amor que devemos devotar a Deus que deve ser acima de tudo e de todos.
Amor este que será comprovado pela nossa real submissão à sua vontade, nos submetendo a todas estas ordenanças que nos foram dadas não somente neste terceiro capítulo de Colossenses, bem com em tudo o que nos tem ordenado na Bíblia.
Amar a Deus equivale a obedecê-lo. E obedecer a Deus equivale a obedecer a Sua Palavra.