Quebrando as Resistências
Depois de terem estado com os anciãos de Israel, Moisés e Arão se dirigiram à presença de faraó para lhe declarar as palavras de Deus. E como o Senhor havia afirmado que o endureceria para que não os ouvissem, de fato aconteceu, e o resultado foi que em represália, ele ordenou que se aumentasse a carga de trabalho e opressão dos israelitas.
A tarefa de fazer tijolos foi dificultada porque não ofereceriam mais a palha para incorporarem à argamassa, eles teriam que achar palha por si mesmos e dar a mesma conta diária relativa à produção de tijolos.
Faraó desafiou a Deus dizendo a Moisés e Arão: “Quem é o Senhor para que eu ouça a sua voz e deixe ir Israel? Não conheço o Senhor, nem deixarei ir Israel.”.
O seu orgulho e endurecimento em não conhecer o Senhor, como que a pensar que não tinha nenhuma obrigação para com Ele, lhe parecia uma grande vantagem, pois não tinha, segundo o seu pensar, nenhuma responsabilidade para com aquele Deus, senão apenas os israelitas, no entanto, ele não sabia que o não conhecimento deste Deus é a causa da ruína eterna de qualquer pessoa, seja grande ou pequena, pois a vida eterna consiste exatamente em que se conheça a Deus e a seu Filho Jesus Cristo (Jo 17.3), e a falta deste conhecimento é morte, porque toda pessoa já se encontra morta espiritualmente falando, em razão da natureza decaída no pecado, da qual somente Jesus Cristo pode nos livrar.
Faraó só fez agravar ainda mais a sua culpa e condenação diante do Senhor, pois agiu com maior impiedade em relação aos israelitas numa clara provocação direta ao Deus dos hebreus.
Tal foi o aumento da intensidade do sofrimento do povo do Senhor, produzido por faraó, que os oficiais israelitas reclamaram com Moisés e Arão alegando que desde que eles haviam falado de libertação do povo, que as coisas haviam piorado em muito, porque só serviu para despertar a fúria do faraó contra eles.
No reino espiritual, as coisas funcionam exatamente deste modo, pois toda vez que o Senhor determina libertar alguém da escravidão de Satanás, a fúria dos espíritos das trevas aumenta consideravelmente e é quase palpável a oposição e resistência que eles fazem contra o povo de Deus, que está a serviço do Senhor, procurando intimidá-los com seus ataques em quase todas as áreas de suas vidas: física, profissional, mental, sentimental, espiritual, emocional etc.
Por isso é necessário, quando se está envolvido em alguma missão de Deus, estar sempre revestido da Sua armadura espiritual e resistir firme na fé aos ataques do diabo, mantendo o coração revestido da graça de Jesus, orando e vigiando em todo o tempo no Espírito.
Àquela altura, Moisés não tinha ainda experiência suficiente, e não sabia discernir adequadamente as coisas relativas ao reino espiritual, e por isso ele argumentou com o Senhor estranhando que tudo aquilo estivesse acontecendo, e protestou contra o fato de o Senhor não ter libertado o povo como havia prometido, ao contrário, estava permitindo que faraó o oprimisse ainda mais.
Sempre, e ainda hoje, quando oramos para Deus fazer avançar a Sua obra na terra, quando oramos por avivamento, para um derramar abundante do Espírito; no início, a batalha espiritual, em vez de ser abrandada, fica muito mais intensa, e em vez de um grande derramar da luz do alto, parece que as trevas ficam mais densas, mas o Senhor permite tudo isto, para aumentar a Sua glória quando realizar as Suas obras, e todos saberão que foi a força do Seu braço que tudo fez.
Todos aqueles que caminham com o Senhor acabam aprendendo com o passar dos anos que não se deve olhar para as circunstâncias para ver se o Senhor está conosco ou não, se está agindo em nosso favor ou não, mas simplesmente continuar olhando para Ele e para o livramento que certamente Ele nos dará no tempo oportuno.
Enquanto olhava para Jesus e confiava nEle, Pedro andou sobre as águas, mas quando desviou a sua atenção para a fúria da tempestade e das ondas do mar, começou a afundar.
Baseado em Êxodo 5