Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Preparação do Sacerdote
 
No capítulo 29 de Êxodo são prescritas ordenanças para a consagração dos sacerdotes, e para a santificação do altar; e também para os sacrifícios diários (38-41).
E na parte final do referido capítulo há promessas de Deus de santificar a Arão, seus filhos e a todas as pessoas de Israel nos ofícios, que seriam realizados por eles no tabernáculo.
O trabalho de consagração indicava que tinha sido Deus quem havia escolhido os sacerdotes e declarado a aceitação deles, e  deveriam estar convictos da honra de terem sido chamados por Deus, como afirma o autor de Hebreus:
“Ninguém, pois, toma esta honra para si mesmo, senão quando chamado por Deus, como aconteceu com Arão.” (5.4).
Eles foram portanto distinguidos por Deus dos demais homens, e separados das atividades rotineiras e comuns, e reservados para Deus, e para atender aos serviços da Sua casa.  
O carneiro que era oferecido como holocausto na consagração dos sacerdotes (Êx 29.15-18) ilustrava o que se diz em Rom 12.1, pois o fato de ser inteiramente queimado representava a total dedicação deles ao serviço de Deus, como sacrifícios vivos, cujas vidas seriam inteiramente gastas e consumidas pelas chamas do amor santo e do zelo fervoroso.
O novilho havia sido oferecido como oferta pelo pecado (Êx 29.14), e o primeiro carneiro como holocausto (v. 18), e agora o segundo carneiro seria oferecido como oferta pacífica e para a consagração dos sacerdotes (v. 22).
Era o sangue deste carneiro que era colocado na ponta da orelha e nos polegares da mão e do pé direitos deles.
E a coxa e o peito deste carneiro deveriam ser dados aos sacerdotes para a sua provisão (v. 27).
O sangue deste carneiro foi misturado ao óleo da unção e foi borrifado sobre as vestimentas dos sacerdotes, de forma a marcar a sua consagração pelo sangue de Cristo e pelo Espírito Santo, dos quais aquele sangue e óleo eram figuras.
Eles tiveram suas vestes lavadas no sangue do Cordeiro, e foram ungidos pelo Espírito Santo, e assim poderiam oficiar em favor dos homens diante de Deus..
As partes deste segundo carneiro da consagração deveriam ser movidas de lá para cá, como que representando o oferecimento do sacrifício a Deus.
A parte que era queimada no altar era  pertencente ao Senhor, indicando que o sacrifício foi aceito por Ele, e assim ele seria favorável ao ofertante, e como vimos antes, a coxa e o peito era a parte dos sacerdotes.
Aqui há uma maravilhosa figura indicando que o sacrifício de Jesus foi antes de tudo um sacrifício que foi oferecido a Deus para que Ele fosse favorável aos pecadores, que se aproximam dEle, confiantes no seu sacrifício, e por outro lado, o sacrifício do Senhor é dado aos pecadores, para que se alimentando dEle, possam ter vida eterna, por terem sido justificados dos seus pecados.    
Embora todos estes atos fossem realizados num único dia, a consagração deles só seria considerada completa depois de contados sete dias, quando começariam efetivamente os seus serviços.
Este tempo de espera é muito significativo porque ilustra perfeitamente o fato de que apesar de muitos ministros serem ordenados ao santo ministério, somente no tempo certo de Deus é que eles serão efetivos no ministério, pela preparação que o Senhor lhes dará entre a ordenação e a chamada para a realização do ministério que tem preparado para eles.
Estes sete dias representam portanto o tempo certo e perfeito que é conhecido por Deus e necessário para que os que são chamados por Ele possam oficiar de modo efetivo na obra que Ele lhes tem designado para fazerem.
Havia um serviço diário designado para ser feito pelos sacerdotes, que era o oferecimento no altar, todas as manhãs e todas as noites, de um cordeiro que deveria ser oferecido às custas públicas, e ininterruptamente ao longo de todas as gerações.
Se não houvesse qualquer outro sacrifício para ser oferecido ou não, estes dois cordeiros seriam oferecidos diariamente, sendo um pela manhã e outro à noite (v 38-41), para o benefício de toda a nação de Israel.
Isto demonstrava que aqueles sacrifícios eram apenas uma figura para a remoção do pecado, que é feita somente com o sacrifício de Cristo,  pois que eram oferecidos diariamente, indicando que não eram eficazes para a remoção definitiva do pecado, pois que deveriam ser repetidos continuamente.
Mas eles representam também a intercessão ininterrupta de Cristo em favor da igreja, e de igual modo o nosso dever de oferecer incessantemente sacrifícios espirituais de oração e louvor, todos os dias, em reconhecimento humilde de nossa dependência de Deus.    
 
Baseado em Êxodo 29
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 20/11/2012
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras