Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Quem Ama Corrige
 
No céu há uma imensa família divina, que vive em perfeito amor e harmonia.
Este era o plano de Deus para todas as nações da terra.
Que fossem uma grande família, vivendo em perfeito amor e harmonia, resultantes de um andar na verdade e na justiça, porque o verdadeiro amor é sempre precedido pela verdade e pela justiça, ou seja, sem ambas, não pode existir amor.
Por isso o Senhor ordenou que se tocasse a trombeta de rebate, anunciando que Ele moveria suas tropas celestiais e terrenas para entrarem em guerra contra Israel. (Oseias 8.1)
O motivo está declarado no mesmo verso no qual se ordena o toque da trombeta.
Israel havia transgredido a aliança que tinham para com o Senhor e se rebelaram contra a Sua Lei.
O Senhor sabe que somos imperfeitos, limitados, pecadores, mas nos salva, aceita e aprova, nos reconciliando com Ele, pela esperança de sermos tal como Ele é, com o sincero desejo de fazer a Sua vontade.
Ele tomará a intenção pelo fato. O ódio pelo pecado como a própria pureza de coração, porque sabe que somos pó, vermezinhos que se arrastam à busca da Sua perfeita luz, e daquela transformação gloriosa que nos  conduzirá à plena conformação à Sua própria imagem.
Todavia, Israel, não somente rejeitou tal graça e misericórdia, pela esperança daquilo que viremos ainda a ser (Rom 8.21, 24), como quebrou totalmente a aliança que Deus havia feito com eles, se rebelando contra os Seus mandamentos.
O Senhor se agrada quando honramos os Seus mandamentos, lhes dando a devida atenção e respeito, por um sincero desejo de obedecê-los, mesmo que não consigamos fazê-lo com perfeição, em razão das limitações individuais de cada um de Seus filhos, mas como já dissemos antes, Ele tomará a intenção como o próprio ato consumado; tal como um pai amoroso aceita os rabiscos desenhados por seu filhinho, chamando-o de belo trabalho feito por ele.
A condição de Israel se agravava pela Sua hipocrisia, porque ao rejeitarem frontalmente todos os mandamentos de Deus, vivendo como qualquer nação pagã, somavam aos seus pecados o de hipocrisia ao continuarem invocando ao Senhor, dizendo que O conheciam, (v.2) quando sabiam que isto não era verdade. 
Geralmente, cristãos rebeldes são achados debaixo de aflições, de correções divinas, sendo oprimidos pelo Inimigo, tal como havia ocorrido com Israel no passado, que ao ter rejeitado o bem, estava sendo perseguido pelo inimigo, e sendo oprimido por ele (v. 3).
Uma coisa é ser perseguido pelo Inimigo por causa do nosso amor ao evangelho, porque neste caso temos a proteção de Deus e Ele não permite que sejamos oprimidos pelo diabo, e outra muito diferente ser entregue a ele para destruição da carne, por causa de um andar rebelde para com o Senhor.
Os reis de Israel haviam se sucedido no trono através de conspirações e assassinatos. Não foi por consultarem ao Senhor, e por buscarem o Seu conselho que constituíram reis e príncipes (v. 4).
Eles haviam acumulado prata e ouro para fazerem ídolos, para honrarem os deuses que julgavam tê-los conduzido ao trono.
Por isso Deus estava irado contra eles e contra os seus ídolos, especialmente contra o bezerro de ouro que eles adoravam (v. 5), o qual seria feito por Ele em pedaços.  
Deus lhes daria um sinal de que estavam semeando ventos, ou seja, vaidades, e então poderiam se preparar para colherem tormentas.
E faria isto não permitindo que houvesse crescimento de seus cereais no campo, e caso estes fossem produzidos, seriam pilhados por nações estrangeiras (v. 7).
Como haviam feito aliança com a Assíria para serem livrados do poder de Rezim, da Síria, todavia buscassem socorro para se livrarem dos juízos de Deus fazendo alianças com as nações estrangeiras, viria delas próprias a sua ruína, e estaria como quem foi devorado entre elas, como algo de que ninguém se agrade.   
Os muitos altares que Israel havia erigido não eram para a adoração do Senhor, senão para pecarem com os seus ídolos (v. 11).
Os preceitos de Deus eram tidos por eles como coisa estranha, e ainda os teriam em tal conta, mesmo que a lei lhes fosse dada em dez mil preceitos (v. 12).
A parte que eles gostavam de praticar da lei, era a oferta de sacrifícios, mas eles não os apresentavam como a lei prescrevia, no templo de Jerusalém, e observando o que era determinado para cada tipo de sacrifício.
Mas isto não lhes importava, porque a única parte da sua devoção religiosa profana da qual gostavam era a que dizia respeito a terem que comer a carne dos sacrifícios. Era somente disto que gostavam: de comer a carne (v. 13).
O que podemos traçar como paralelo na maior parte dos cultos de nossas igrejas na atualidade?
Porventura não é que os cristãos gostam apenas dos louvores que agradam à sua carne?
De promoverem exibições teatrais, festejos, comidaradas, a pretexto de fortalecerem os laços de unidade?
E tantas outras coisas não poderiam ser alinhadas ao lado destas citadas?  
Com a prosperidade material que alcançaram construíram palácios, e multiplicaram cidades fortificadas para se defenderem dos seus inimigos, mas o Senhor enviaria fogo para consumir suas cidades e palácios.
Eles haviam colocado seus corações em edificações, e não no Senhor, tal como costumam fazer muitas igrejas que se entregam a longos projetos de edificação de edifícios para templos, e deixam de lado a vida de devoção, de oração, de busca sincera do Senhor.
A obra deles também será provada pelo fogo e não resistirá, porque na verdade não estão edificando com o ouro e com a prata celestiais, senão com madeira, palha e feno. 
 
Baseado em Oseias 8
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 22/11/2012
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