Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Amor Espiritual e Amor Natural
 
Nosso Senhor Jesus Cristo disse que o maior mandamento da Lei é o amor a Deus, e que um segundo mandamento semelhante a este é o amor ao próximo.
E acrescentou ainda um outro mandamento para seus discípulos, que é o próprio amor dEle entre os irmãos na fé.
Seguramente, este amor que nos deu como um novo mandamento, ou seja, algo para ser vivido pelos cristãos, é o amor ágape que existe somente na natureza de Deus, e do qual podemos compartilhar quando somos feitos coparticipantes da natureza divina.
Os apóstolos bem compreenderam e viveram a grande relação que há entre o amor ágape divino e a essência do Espírito Santo, do qual, quanto mais cheio estiver o espírito do cristão, mais cheio estará por conseguinte do referido amor.
É por isso que o apóstolo Paulo diz que o cumprimento da Lei é o amor.
O apóstolo Tiago chama este amor espiritual que procede de Deus, de Lei régia.
O apóstolo João afirma não apenas que Deus é amor, como também que aquele que ama impulsionado pelo amor divino, dará a sua vida pelos irmãos, tal como nosso Senhor Jesus Cristo deu e tem dado a Sua vida por nós, não apenas no sentido de ter morrido na cruz em nosso lugar, mas por compartilhar os dons e a essência da Sua própria vida divina conosco, pela comunhão que temos com Ele em espírito.  
Paulo diz que o amor de Deus é derramado abundantemente em nossos corações pelo Espírito Santo, como que querendo ensinar que não há outra fonte na qual possamos achar o amor divino, senão apenas na nossa comunhão com o Espírito Santo, e submissão à transformação e disciplina que Ele aplica em nós na regeneração (novo nascimento) e na santificação.
Então se diz antes de tudo que o fruto do Espírito Santo é o amor, e deste amor se destacam particularidades que não se encontrarão no mero afeto natural da alma humana.
Há portanto uma aplicação aos nossos espíritos, pelo mover e poder do Espírito Santo, que derrama o amor de Deus nos nossos corações, tornando-os aptos a também a amarem tal como Jesus nos ama.
E muitas destas particularidades são destacadas pelo apóstolo Paulo no texto de I Coríntios 13.
O amor de Cristo em nossos corações não carrega consigo qualquer sombra de injustiça, ou de comportamento inconveniente, e está completamente despojado de qualquer forma de egoísmo.
O amor com o qual Cristo nos amou e com o qual devemos amar, por buscarmos estar cheios do Espírito Santo em nosso próprio espírito, pode suportar ofensas, como também até mesmo amar seus inimigos, enquanto lhes dá testemunho da completa longanimidade que há em Cristo, em benefício de suas próprias almas, para que tenham a oportunidade de acharem o arrependimento pelo qual possam encontrar a salvação ou a reconciliação com Deus.       
O amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, nos torna cheios de esperança  e confiança no Senhor, e faz com que  nosso espírito seja inabalável e pronto para toda a boa obra, inclusive ao serviço mais humilde e incansável em favor do nosso próximo.
Como é pelo amor que se dá a plena comunhão dos nossos espíritos com Deus, que é espírito, por isso, o amor jamais acabará, diferentemente de todas as demais coisas que estão sujeitas a terminarem um dia, como os próprios dons sobrenaturais do Espírito Santo relacionados nos capítulos 12 e 14 de I aos Coríntios. 
Por isso se afirma na Bíblia que todos os nossos atos devem ser feitos com amor, e não meramente por amor às pessoas, mas como ao próprio Cristo.
Por isso nosso Senhor afirma que tudo o que tivermos feito com tal amor, até aos pequeninos entre seus irmãos, está sendo feito a Ele próprio.
Não erremos portanto, o alvo e o vínculo da perfeição espiritual, que é apenas o amor espiritual de Jesus que é implantado em nós pelo Espírito Santo. 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 24/11/2012
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