Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Harmonia com Deus, Consigo Mesmo e com o Próximo
 
Somente a verdadeira harmonia com Deus, pode nos trazer também uma verdadeira harmonia para nós mesmos e para o relacionamento com o nosso próximo.
Então, quando não estamos em paz conosco, ou com aqueles a quem amamos, isto é um sinal de que a nossa comunhão com Deus foi interrompida e necessita ser restaurada, pela limpeza dos canais que obstruíram tal comunicação com Deus, no espírito.
Quando o pecado nos domina, é porque nos tem faltado uma verdadeira comunhão com Deus, porque quando isto nos falta, costumamos nos entregar a práticas e a excessos destrutivos e pecaminosos, que de nenhum modo poderiam nos dominar caso estivéssemos vivendo numa relação abençoada com o Senhor, da qual decorre sempre equilibro, segurança, harmonia e paz.
Uso abusivo das faculdades do corpo, da alma e do espírito é um  sinal de se estar sendo vencido pelo que a Bíblia chama de natureza decaída no pecado, ou carne, ou velha criatura, ou velho homem, ou simplesmente pecado.
É preciso crucificar as paixões da carne, como ordenado em Gálatas 5, e por um sincero arrependimento, se abandonando as convicções carnais, para que os princípios divinos possam ser implantados pelo Espírito Santo, em nossas mentes e corações.
Para tanto, é necessário que estejamos decididos quanto às coisas que devemos abandonar, especialmente tais convicções pessoais, cheias de justiça própria, que sejam contrárias aos princípios revelados na Palavra de Deus. E estarmos bem esclarecidos que isto não poderá ser feito a  não ser pelo trabalho do Espírito Santo em nos convencer do nosso pecado.
Assim, é somente quando ocorre tal operação espiritual em nosso ser, e quando somos transportados para aquela atmosfera que procede de Deus, e que se traduz em amor, alegria, esperança e paz, que temos inclusive o nosso próprio afeto natural regulado, que poderemos ser achados vivendo em harmonia com aquilo que é bom, aprovado, espiritual, celestial e divino.
Os sentimentos de derrota, de temor do futuro, das circunstâncias adversas, de enfermidades, enfim, de tudo aquilo que costuma nos deprimir, vão embora, quando Deus nos toma pela Sua mão e nos põe de pé na Sua presença, manifestando o Seu agrado para conosco, por estarmos vivendo na fé em Seu Filho Jesus Cristo, a quem recorremos para busca de auxílio, para um viver à altura da nossa vocação (chamada), a saber, de sermos santos assim como Ele é santo.
Os ataques do inferno não cessarão mas não poderão produzir mais em nós, qualquer dano ou afastamento do nosso coração de Deus, ou daqueles aos quais amamos, porque o Senhor mesmo pelejará por nós e nos manterá em paz e segurança, conforme a promessa que nos faz em Sua Palavra, em Is 32.15-19, no qual lemos o seguinte:
 
15 até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto; então, o deserto se tornará em pomar, e o pomar será tido por bosque;
16 o juízo habitará no deserto, e a justiça morará no pomar.
17 O efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça, repouso e segurança, para sempre.
18 O meu povo habitará em moradas de paz, em moradas bem seguras e em lugares quietos e tranqüilos,
19 ainda que haja saraivada, caia o bosque e seja a cidade inteiramente abatida.” (Is 32.15-19)
A habitação em moradas de paz e bem seguras, e em locais quietos e tranquilos, mesmo em meio à saraivada e à destruição de bosques e cidades, consiste na nossa permanência em espírito na pessoa do próprio Senhor Jesus Cristo, em toda e qualquer circunstância, seja ela de honra ou de humilhação.
É somente na nossa real comunhão com Ele que podemos ter tal fruto de paz, segurança, sossego e tranquilidade.
Não há coração que se espante, no qual Cristo esteja de fato reinando.
Daí a importância de um sincero arrependimento, de uma verdadeira busca de perdão em Deus, quando percebemos que nos está faltando a paz, a segurança, o sossego e a tranquilidade de mente e espírito, que procedem de nosso Senhor Jesus Cristo.
Quando não estamos praticando o que nos é ordenado pela Palavra de Deus, é sinal que nos afastamos da fonte de onde procede o poder para vivermos em conformidade com a referida Palavra.          
Se não somos, da Parábola do Semeador, o solo endurecido à beira do caminho, ou o solo rochoso, ou ainda o solo rodeado de espinhos, que não podem sustentar o crescimento da Palavra de Deus, mas se somos o solo fértil que dá frutos espirituais para o Senhor, segundo a capacidade concedida por Ele a nós, para que produzamos a cem, a sessenta ou a trinta por um, então podemos estar certos de que Deus completará o Seu trabalho de crescimento espiritual em nós, iniciado na nossa justificação e regeneração, e o concluirá através do processo da santificação.
Deste modo, se alguém está se sentindo derrotado, deprimido, impuro, descontrolado, e com falta de paz em seu coração, que lhe impede consequentemente de viver em paz com Deus e com o seu próximo, não deve ficar se acusando e nem permitir que o diabo lhe mantenha debaixo de uma acusação condenatória, que o leve a olhar para si mesmo em busca de algo bom que lhe recomende a Deus.
Não devemos cair nesta armadilha, que tem paralisado a muitos na sua busca de justiça própria.
Antes, olhemos somente para Cristo e para a Sua misericórdia, perdão e salvação.
Somente Aquele que é Forte pode nos livrar da mão do valente que é o pecado e o diabo.
Somente nosso Senhor pode nos colocar de pé na Sua presença, depois de termos nos humilhado debaixo da Sua potente mão, reconhecendo que nós mesmos falhamos ao cairmos em tentação, por falta de vigilância e de oração incessantes.
Uma vez restaurados pelo Senhor, devemos continuar regando diariamente o bosque do nosso coração renovado pelo Espírito Santo, com o regador da fé, da vigilância e da oração, permanecendo firmes em toda e qualquer tribulação, sabendo que Aquele que nos conduziu à segurança e à paz, é poderoso para nos manter firmes e inabaláveis enquanto estivermos caminhando fielmente com Ele, não dando lugar ao diabo e à carne, por uma firme disposição de mente e de espírito de não mais cedermos a estes nossos inimigos citados, um palmo sequer que seja, no território do nosso coração.
Assim, vivamos segundo as seguintes ordenanças bíblicas:
“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor.” (Gál 5.13)           
Ora, o Senhor conduza o vosso coração ao amor de Deus e à constância de Cristo.” (II Tes 3.5)
 
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 24/11/2012
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