Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
O Amor não é Ciumento

Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?” (I Cor 3.3)
 
“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece,”
(I Cor 13.4)
 
Não foi sem motivo que o apóstolo Paulo discorreu sobre o detalhamento do amor ágape que procede de Deus, na mesma epístola que escreveu aos coríntios também lhes admoestando severamente por causa dos ciúmes que havia entre eles e que eram a principal causa das suas contendas.
Eles manifestavam preferências não somente pelos próprios apóstolos, como entre eles mesmos, e com isto, viviam em ruins suspeitas e rancores, que se manifestavam externamente na forma de contendas e de expressões de ressentimentos que impediam que vivessem na unidade de amor no Espírito.
A palavra grega “zelou” usada para ciúme nos textos de I Cor 3.4 e 13.4, tanto possuía o significado de estar cheio de raiva, ódio ou ciúme, em sentido negativo, como também possuía o sentido positivo de ser o objeto do zelo de outros para o nosso próprio bem, como é o caso da referência que se faz ao amor do Espírito Santo pelos cristãos em Tg 4.5.
Então há um ciúme que é gerador de divisões e contendas, que não procede do Espírito Santo de Deus, e é contra este tipo de ciúme que devemos nos guardar.
Tal espírito ciumento é marcante especialmente naqueles que são inseguros e que têm medo de perder para outros a atenção de pessoas do seu círculo de relacionamento.
Então o ciúme se instala no coração humano como um tipo de ferrugem que corroerá aos poucos a própria pessoa ciumenta, fazendo com que se torne amarga e ressentida, ao mesmo tempo em que produz grande desconforto naqueles que são o alvo do seu ciúme, quer seja aquele que diz amar, quer seja aquele que julga estar roubando o amor ou a amizade da pessoa que ama.
Tão corrosivo é o espírito ciumento que em não raros casos levará a pessoa que se deixa dominar por ele, a enfermar até mesmo física e emocionalmente.
Por isso, um cristão verdadeiro acabará vendo que, por ser contrário ao espírito de Deus, que o espírito de ciúme é um espírito odioso que deve ser evitado.
E então, sempre que ele perceber que suas emoções estão subindo dentro dele em qualquer ocasião, ou em relação a qualquer pessoa, se ele for  influenciado por um espírito cristão, ele ficará alarmado com isto, e lutará contra isto.
Quem tem o amor do Espírito Santo derramado em seu coração, e que portanto, tem amado com o amor de Deus, não se sente inseguro em relação ao objeto do seu amor. Não sufocará ninguém por temor de perdê-lo para outra pessoa.    
Como poderão todos os membros de uma congregação viver em unidade amorosa, quando alguns se permitem dominar por um espírito tão perverso como o de ciúme?
É necessário lutar contra isto, porque senão, muitos serão contaminados e até mesmo poderá dissolver a congregação. 
Por isso não são raras as passagens bíblicas que alertam e advertem contra o perigo de haver ciúme, inveja e contendas entre os cristãos.
  Rom 13:13 “Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e invejas.”.
II Cor 12.20 “Temo, pois, que, indo ter convosco, não vos encontre na forma em que vos quero, e que também vós me acheis diferentes do que esperáveis, e que haja entre vós contendas, invejas, iras, porfias,detrações, intrigas, orgulho e tumultos.”.
Gál 5.19-21 “inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas...”.
I Tim 6.4: “é enfatuado, nada entende, mas tem mania por questões e contendas de palavras, de que nascem inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas,”.
Tito 3.3 “Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja. Odiosos e odiando-nos uns aos outros.”. 
Tiago 3.14-16 “Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade. Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena, animal, e demoníaca. Pois onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de cousas ruins.” 
Mandemos embora, portanto, o ciúme de nossas vidas.
No amor de Deus não há qualquer temor, inclusive este de temer não ser amado, e ser abandonado, preterido, por causa de outros.
Não permitamos que o ciúme habite no seu coração, porque é um hóspede cuja intenção é a de destruir a sua vida e amargar a de muitos outros. 
Não devemos dar acolhida a este hóspede perverso, porque ele nos disporá à pratica de muitos outros pecados, como por exemplo o da difamação, porque o ciúme procurará fazer acusações graves contra a reputação das pessoas das quais sentimos ciúme, para desmerece-las ou diminuí-las na estima que recebem da parte daqueles que supostamente amamos.
Dizemos supostamente porque o amor verdadeiro não é ciumento, e não produzirá este terrível mal naqueles que dizemos amar, lhes impedindo de se relacionarem livremente com outros, por causa do nosso ciúme.
Assim, devemos libertar a nós mesmos e libertar também aqueles que são o objeto do nosso ciúme.
Lembremos sempre que uma pessoa ciumenta não pode crescer na admiração e estima daqueles dos quais sente ciúme, porque sempre verão o ciúme como uma atitude de fraqueza e insegurança que carrega consigo muitos outros males, e isto não é de fato algo para ser admirado ou estimado. 
Busquemos então ser conhecidos não como alguém fraco e inseguro que não permite que os laços de amor e amizade sejam estendidos entre muitos, mas como alguém que promove a realização e manutenção de tais laços.
Não será o ciúme que manterá o nosso cônjuge ao nosso lado.
Não será o ciúme que preservará a companhia de um amigo.
Não é tornando alguém inimigo daqueles que julgamos serem nossos inimigos, que tornará este alguém nosso amigo.
O amor é voluntário e necessita de liberdade de expressão para continuar vivo.
Sufoquemos o amor, limitemos o amor, e ainda que ele não morra, é certo que não poderá se expressar com alegria, admiração e liberdade.
 
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A Igreja tem testemunhado a redenção de Cristo juntamente com o Espírito Santo nestes 2.000 anos de Cristianismo.
Veja várias mensagens sobre este testemunho nos seguintes links:
http://retornoevangelho.blogspot.com.br/
http://poesiasdoevangelho.blogspot.com.br/

A Bíblia também revela as condições do tempo do fim quando Cristo inaugurará o Seu reino eterno de justiça ao retornar à Terra. Com isto se dará cumprimento ao propósito final relativo à nossa redenção.
Veja a apresentação destas condições no seguinte link:
http://aguardandovj.blogspot.com.br/ 
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 24/11/2012
Alterado em 10/07/2014
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