Espíritos Enganadores
“1 Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios,
2 pela hipocrisia de homens que falam mentiras e têm a sua própria consciência cauterizada,
3 proibindo o casamento, e ordenando a abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos com ações de graças pelos que são fiéis e que conhecem bem a verdade;
4 pois todas as coisas criadas por Deus são boas, e nada deve ser rejeitado se é recebido com ações de graças;
5 porque pela palavra de Deus e pela oração são santificadas.” (I Tim 4.1-5
A apostasia a que Paulo se refere nesta seção da primeira epístola a Timóteo deve ser estudada em conexão com outras passagens das Escrituras, especialmente com o sermão profético de Jesus em Mateus 24, com II Tessalonicenses 2, II Timóteo 3 e 4, dentre outras.
Apesar de o mistério da iniquidade já estar em operação no mundo, desde a entrada do pecado, sendo o motivo da apostasia que havia atingido a alguns na Igreja de Éfeso, no entanto esta iniquidade aumentará a ponto de esfriar o amor de muitos, quando estiver próxima a segunda vinda de Cristo, que não ocorrerá antes da grande apostasia e da manifestação do Anticristo.
E qual teria sido o propósito do apóstolo com estas palavras de alerta proferidas a Timóteo?
Certamente, para reforçar a necessidade de uma firme diligência da parte dos ministros fiéis para sustentarem o testemunho da verdade do qual estão encarregados.
Se a tendência, no curso da história da Igreja seria a de multiplicação de falsos pastores e mestres, e de aumento da dificuldade para manter a verdade entre os cristãos, nenhum ministro deveria se iludir em depor suas armas espirituais, pensando que esta guerra poderá ser vencida com poucas batalhas, especialmente de oração para prevalecer com Deus.
Na verdade é uma guerra sem tréguas até que Cristo volte, e esta guerra se intensificará ainda mais à medida que o tempo do fim se aproxima.
Afinal não é uma guerra contra pessoas, mas contra os projetos de Satanás e dos demônios, forjados no inferno.
Para ilustrar algumas das doutrinas de demônios e de espíritos enganadores, que usariam como instrumentos homens hipócritas e mentirosos (mentira no sentido de pregar e ensinar falsas doutrinas) de consciência cauterizada, o apóstolo citou o ascetismo religioso como forma de santificação, tanto na abstinência sexual, pela proibição do casamento, quanto na abstinência de alimentos.
Sabemos, entretanto, que a santificação verdadeira nada tem a ver com práticas ascéticas.