O Rei da Verdade
“13 Diante de Deus, que todas as coisas vivifica, e de Cristo Jesus, que perante Pôncio Pilatos deu o testemunho da boa confissão, exorto-te
14 a que guardes este mandamento sem mácula e irrepreensível até a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo;
15 a qual, no tempo próprio, manifestará o bem-aventurado e único soberano, Rei dos reis e Senhor dos senhores;
16 aquele que possui, ele só, a imortalidade, e habita em luz inacessível; a quem nenhum dos homens tem visto nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém.
17 Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a sua esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que nos concede abundantemente todas as coisas para delas gozarmos;
18 que pratiquem o bem, que se enriqueçam de boas obras, que sejam liberais e generosos,
19 entesourando para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a verdadeira vida.
20 Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, evitando as conversas vãs e profanas e as oposições da falsamente chamada ciência;
21 a qual professando-a alguns, se desviaram da fé. A graça seja convosco.” (I Tim 6.13-21)
Se há uma coisa que verdadeiramente nos enriquece enquanto estamos neste mundo, é sermos abundantes na prática de boas obras de justiça e amor, feitas em Deus, porque é por elas que será determinado o nosso galardão futuro e que persistirá por toda a eternidade.
Estas boas obras são os verdadeiros tijolos espirituais com os quais será edificada a nossa honra e glorificação futuras.
Daí a recomendação de Paulo aos Gálatas:
“9 E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.
10 Então, enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé.” (Gál 6.9,10).
A maior boa obra de todas é aquela que se refere a nos preocuparmos com o destino eterno das almas do nosso próximo e nos esforçarmos para que alcancem a salvação e sejam edificadas na verdade.
Daí Paulo ter exortado Timóteo, não por sua própria conta, mas estando diante de Deus e de Cristo Jesus, que eram os verdadeiros autores daquela exortação, a que guardasse o mandamento que havia recebido dele em toda esta epístola sem mácula e irrepreensível até a vinda do Senhor.
Isto é, a Palavra de Deus que são estes mandamentos, são para serem preservados até a consumação dos séculos, sem nada tirar ou acrescentar, ou alterar, porque não se referem à vontade do homem, mas à vontade de Deus.
Diante de Pôncio Pilatos Jesus disse que o Seu reino não era deste mundo.
E que Ele é o Rei da Verdade, porque os que são pela verdade ouvem a Sua voz, e vivem para praticar a verdade revelada por Ele nas Escrituras.
E se Ele é Rei, este governo é estabelecido no coração.
Assim, o Senhor, de há muito governa sobre milhões e milhões, com um governo de amor, paz, justiça e verdade, e com todas as suas demais graças e virtudes, que são implantadas nos corações dos seus súditos.
Então, que nenhum cristão tente avaliar a Palavra de Deus por critérios mundanos e carnais ou mesmo seculares.
Este reino é sobrenatural, celestial, e não é governado pelos princípios do sistema mundial estabelecido pelos homens, mas pelo próprio Deus.
Ninguém se surpreenda portanto, que os mandamentos de Cristo caminhem em sua grande maioria exatamente na contramão das expectativas de tudo aquilo que este mundo considera grandioso.
A glória do mundo não reflete em nenhum aspecto a glória de Cristo e do céu.
O cristão é um cidadão do céu, um forasteiro e peregrino neste mundo.
Está no mundo mas, não pertence ao mundo, e não deve portanto, viver pelos princípios do mundo que contrariam os princípios de Deus, senão por aquilo que Deus tem determinado para ele na Sua Palavra.
Assim, todos os ministros do evangelho deveriam ter em todas as suas ministrações seus olhares voltados para o céu, para Deus, para Cristo, para o Espírito Santo, e estarem efetivamente concentrados em espírito nas coisas celestiais, espirituais, e divinas, quando estão empenhados em edificar os santos.
Os ministros estão na terra mas, ministram nas regiões celestiais onde Cristo está assentado.
E se a ministração deles não segue este padrão estabelecido por Deus, não será efetivamente a ministração que lhes tem ordenado para a glória do Seu próprio nome.
Os ministros devem lembrar que somente Cristo é a fonte da imortalidade, porque é somente nele que a morte é vencida, e que Ele habita em luz inacessível, que pela imensa glória que possui não permite que nenhum homem possa dela se aproximar, a não ser aqueles que têm sido chamados por Ele para habitar no céu.
Isto significa que a Majestade e glória do Senhor devem estar diante dos Seus ministros para que tenham o devido temor e tremor, ao exercerem o ofício que lhes foi designado por Ele.
Deste modo, como podem os ministros ficarem impressionados com a altivez dos ricos deste mundo diante desta glória do Senhor a que ele, Paulo havia acabado de se referir? (17).
Esta altivez poderá ser justificada?
Como eles se encontrarão perante Ele no dia do juízo, por terem julgado que eram iguais a Deus?
Uma prova de amor e misericórdia a estes ricos seria então lhes dizer que não sejam altivos e que nem façam das suas riquezas a razão da sua esperança, mas de Deus, a quem pertence de fato todas as coisas e das quais somos apenas mordomos enquanto estamos neste mundo (v.17).
Que os ricos sejam exortados a se enriquecerem de boas obras, e que sejam generosos, de maneira que possam vir a alcançar a verdadeira vida que está em Cristo.
O soberbo, em sua altivez jamais achará a Deus, porque Ele não deixará que o homem O encontre nesta condição, porque exige humildade, pobreza de espírito e arrependimento para nos conceder o Seu favor.
Os ricos deste mundo são tão miseráveis aos olhos de Deus como qualquer outro pecador.
Por isso os ministros do evangelho não devem ficar intimidados com a aparência deles.
E é seu dever pregar também a eles e lhes alertar o grande perigo que correm se confiarem somente nas suas riquezas.
Que ninguém se iluda, sejam ricos ou pobres com um tesouro falso, com uma falsa confiança, que são forjados pela vã imaginação dos homens.
Paulo chama aos conhecimentos adquiridos para fins religiosos, que se opõem à sã doutrina de Cristo, como por exemplo o Gnosticismo que grassava em seus dias, de falsa ciência, porque este conhecimento que não permite o conhecimento de Deus e da Sua vontade, por ser contrário ao verdadeiro conhecimento revelado na Palavra, é falso, e todo cristão fará bem em se guardar dele, e todo incrédulo deveria abandoná-lo para adquirir aquele verdadeiro conhecimento que é o único que pode conceder a vida eterna e livrar o homem da escravidão ao pecado.
“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste.” (João 17.3).
“34 Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado.
35 Ora, o escravo não fica para sempre na casa; o filho fica para sempre.
36 Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (João 8.34-36).