Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Comentário do Primeiro Capítulo de Mateus
 
Mateus conta a genealogia de Jesus a partir de Abraão, porque foi a Abraão que Deus fez a promessa de abençoar todas as nações da terra por meio dAquele que descenderia dele no futuro, a saber Jesus Cristo (Gál 3.14,19). 
O evangelista dividiu as quarenta e duas gerações de Abraão até José, em três grupos de quatorze, como se vê no verso 17.
De Abraão até Davi, a quem foi feita também a promessa da Nova Aliança, pelas fiéis misericórdias prometidas por Deus à casa de Davi.
De Davi até a deportação dos judeus para Babilônia, onde foram purificados da idolatria para serem restaurados posteriormente em sua própria terra, para reedificarem o templo e para poderem recepcionar a Jesus.
E da deportação para Babilônia, até o nascimento de Jesus. 
Estas 42 gerações da genealogia do Senhor somam cerca de 2.000 anos de antepassados.
Nenhum outro personagem da história teve um registro tão antigo e extenso de seus ancestrais, como Jesus Cristo, porque aprouve a Deus marcar, para nos deixar o testemunho da descendência do nosso Senhor e Salvador, pela certeza de que somente nEle e em nenhum outro, temos o cumprimento das fiéis promessas feitas a Abraão e a Davi, quanto Àquele que descenderia deles e que seria o Rei de um reino eterno, e o único por meio de quem somos livrados da maldição da lei, para recebermos uma salvação, herança e bênção eternas.
Como estava designado por Deus, desde antes da fundação do mundo, que Jesus deveria proceder, segundo a carne, da tribo de Judá, então são nomeados os filhos de Judá, Perez e Zerá, mas não foi em Zerá, mas em Perez, conforme o conselho do Senhor, que foi chamada a genealogia de Jesus. 
Quatro mulheres são nomeadas na genealogia do Senhor. Duas eram estranhas à comunidade de Israel: Raabe, um cananita, e Rute, uma moabita, revelando em figura que o Senhor não viria somente para a nação de Israel, mas também para todos os povos gentios. 
E as outras duas, apesar de serem de Israel, haviam adulterado, a saber: Tamar, nora de Judá, e Bete-Seba esposa de Urias, que concebeu a Salomão de Davi.
Nisto, se antecipou que Jesus viria para conduzir  pecadores ao arrependimento, para serem incluídos em Sua família celestial e divina.
Como a genealogia de Jesus foi contada na descendência de Davi, e particularmente em todos aqueles seus descendentes, que foram reis em Judá, até Zedequias, quando houve a deportação para Babilônia, então foram contados tanto reis ímpios quanto piedosos na descendência do Senhor. Isto não significa que estes reis ímpios também fazem parte da família de Deus, mas que Deus cumpre os Seus propósitos e tem Seus escolhidos até mesmo na descendência dos maus.  
Mateus destacou nos versos 1, 16, 17 e 18 o título de Cristo, palavra grega para Ungido, correspondente à palavra hebraica Messias.
Jesus é portanto, o Messias, o Cristo, o Ungido, citado em Daniel 9.25; Salmo 2.2 e Isaías 61.1, para que ficasse registrado que Ele realizaria toda a Sua obra na terra, completamente debaixo da unção e poder do Espírito Santo.  
A partir do verso 18, Mateus começou a registrar algumas das circunstâncias que envolveram a concepção e o nascimento do Senhor.
Foi anunciado pelo anjo Gabriel a José, que Maria não havia concebido de homem algum, quando se achou grávida do Senhor Jesus, mas que tal concepção fora obra direta do Espírito Santo no ventre de Maria, uma vez que a mesma permanecia virgem, e assim deveria permanecer até o nascimento do Senhor. 
Esta revelação foi feita a José para que ele não deixasse Maria, secretamente, como havia intentado fazer, para não infamá-la pensando que ela tivesse cometido adultério. 
Esta forma sobrenatural da formação do corpo de Jesus havia sido profetizada por Isaías cerca de 700 anos do seu nascimento.
E a José foi declarado pelo arcanjo Gabriel, que Aquele que Maria trazia em seu ventre era o Salvador do mundo, porque salvaria as pessoas do seu povo, dos seus pecados, a saber, não todas as pessoas do povo de José, mas as pessoas que fazem parte do povo de Jesus, ou seja, aqueles que são salvos por Ele, motivo porque deveria ser colocado nEle, ao nascer, o nome de Jesus, que significa no hebraico, o Salvador.  
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 26/11/2012
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