Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Promessas de Restauração de Impossíveis
 
No capitulo 32 de Jeremias e no próximo capítulo, nós encontramos ainda promessas  do Senhor relativas à Nova Aliança, como a que se encontra registrada nos versos 37 a 40 do capítulo 32:
“37 Eis que eu os congregarei de todos os países para onde os tenho lançado na minha ira, e no meu furor e na minha grande indignação; e os tornarei a trazer a este lugar, e farei que habitem nele seguramente.
38 E eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
39 E lhes darei um só coração, e um só caminho, para que me temam para sempre, para seu bem e o bem de seus filhos, depois deles;
40 e farei com eles um pacto eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.”
Veja que aqui não se diz apenas que Deus lhes faria regressar de Babilônia, mas de todas as nações para onde haviam sido lançados por causa da ira do Senhor, para voltarem a habitar na sua própria terra de Israel, e que lhes faria habitar nela seguramente.
E agora seriam o povo que o Senhor sempre intentou que eles fossem, ou seja, tendo-Lhe para sempre como o seu Deus, e para tal propósito lhes daria um só coração, um só caminho, de modo que fosse temido por eles eternamente, para o próprio bem deles e de sua descendência; e isto seria possível porque faria uma aliança eterna, ou seja, a  Nova Aliança, pela qual nunca poderá se desviar de fazer o bem a Seu povo, por causa da justificação em Cristo, pela qual o temor do Senhor é colocado sobrenaturalmente no nosso coração, pelo Espírito Santo, de forma que jamais poderiam ser separados de Deus, porque o vínculo desta Nova Aliança, nos faz estar ligados a Ele para sempre de modo que se afirma em Rom 8.35-39 o seguinte:
    
“35 quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?
36 Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro.
37 Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou.
38 Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades,
39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.”
 
Por este motivo, foi ordenado a Jeremias que comprasse em resgate o campo de seu tio Hanamel, na sua terra de Anatote, e que lavrasse a escritura da compra, em sinal de que terras voltariam a ser compradas em Judá, depois que os judeus voltassem do cativeiro.
Isto era uma garantia de que Deus tornaria a trazê-los de volta da terra para onde os levara em cativeiro.
E o Senhor dera tal ordem quando Nabucodonosor estava prestes a tomar Jerusalém, no décimo ano do reinado de Zedequias, e a cidade foi tomada no quarto mês do décimo primeiro ano do reinado do citado rei. 
Nesta ocasião Jeremias se encontrava encarcerado no pátio da guarda da casa real, por ordem de Zedequias, porque estava profetizando que Deus entregaria a cidade de Jerusalém na mão do rei de Babilônia, e que o rei Zedequias não escaparia das mãos dos babilônios, e o próprio Nabucodonosor o conduziria cativo para Babilônia.  
Então a assinatura da escritura da compra do campo de seu tio em Anatote, foi feita no pátio da prisão onde Jeremias se encontrava, à vista de todos os judeus que estavam sentados no pátio da guarda. 
E as duas escrituras, uma selada, e outra aberta, por ordem do Senhor, deveriam ser colocadas num vaso de barro, para que ficassem conservadas por muitos dias, porque seriam um sinal de que ainda se comprariam casas, campos e vinhas na terra de Israel, depois de ficar desolada no período do cativeiro. 
Isto não foi feito em relação a Edom, Amom, Moabe, e outras nações que tinham buscado a destruição de Judá, e no entanto elas é que foram destruídas, porque Deus tem um propósito eterno com Israel, a nação que Ele próprio formou com a chamada de Abraão, para ter um povo que guarde os Seus mandamentos e que O ame e o Sirva para todo o sempre. 
Deus faria isto porque como Ele próprio disse a Jeremias, quando fez a promessa de que se comprariam casas, campos e vinhas em Judá, depois do cativeiro, que não há nada demasiado difícil para Ele, porque a perplexidade do profeta era grande por ser muito grave a iniquidade de Judá.
A dificuldade não seria o fato de voltarem do cativeiro e comprarem terras, mas o fato de Deus perdoar tantas e graves iniquidades e tornar a fazer o bem ao Seu povo, e com promessas de que se uniria a eles para sempre.
Aos olhos de Jeremias seria impossível tornar bom, algo que havia se corrompido tão grandemente. Mas não há impossíveis para o Deus perdoador e restaurador. 
O Senhor mais uma vez havia declarado o motivo de estar entregando os judeus nas mãos dos babilônios, e destacou especialmente o fato de estarem sacrificando seus próprios filhinhos a Moloque, queimando-os em holocausto nos braços de Moloque, no vale de Hinom, mas ainda voltaria a fazer o bem a Judá, depois de tê-los purificado destas idolatrias. 
Nós encontramos nos versos 28 a 35 de Jeremias 32, o registro das abominações que os judeus haviam praticado, e pelas quais estavam sendo castigados por Deus.
 
 
 
“1 A palavra que veio a Jeremias da parte do Senhor, no ano décimo de Zedequias, rei de Judá, o qual foi o ano dezoito de Nabucodonosor.
2 Ora, cercava então o exército do rei de Babilônia a Jerusalém; e Jeremias, o profeta, se achava encerrado no pátio da guarda que estava na casa do rei de Judá;
3 pois Zedequias, rei de Judá, o havia encarcerado, dizendo: Por que profetizas , dizendo: Assim diz o Senhor: Eis que entrego esta cidade na mão do rei de Babilônia, e ele a tomará;
4 e Zedequias, rei de Judá, não escapará das mãos dos caldeus, mas certamente será entregue na mão do rei de Babilônia, e com ele falará boca a boca, e os seus olhos verão os olhos dele;
5 e ele levará para Babilônia a Zedequias, que ali estará até que eu o visite, diz o Senhor, e, ainda que pelejeis contra os caldeus, não ganhareis?
6 Disse pois Jeremias: Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
7 Eis que Hanamel, filho de Salum, teu tio, virá a ti, dizendo: Compra o meu campo que está em Anatote, pois tens o direito de resgate; a ti compete comprá-lo.
8 Veio, pois, a mim Hanamel, filho de meu tio, segundo a palavra do Senhor, ao pátio da guarda, e me disse: Compra o meu campo que está em Anatote, na terra de Benjamim; porque teu é o direito de herança e teu é o de resgate; compra-o para ti. Então entendi que isto era a palavra do Senhor.
9 Comprei, pois, de Hanamel, filho de meu tio, o campo que está em Anatote; e pesei-lhe o dinheiro, dezessete siclos de prata.
10 Assinei a escritura e a selei, chamei testemunhas, e pesei-lhe o dinheiro numa balança.
11 E tomei a escritura da compra, que continha os termos e as condições, tanto a que estava selada, como a cópia que estava aberta,
12 e as dei a Baruque, filho de Nerias, filho de Maséias, na presença de Hanamel, filho de meu tio, e na presença das testemunhas que subscreveram a escritura da compra, à vista de todos os judeus que estavam sentados no pátio da guarda.
13 E dei ordem a Banique, na presença deles, dizendo:
14 Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Toma estas escrituras de compra, tanto a selada, como a aberta, e mete-as num vaso de barro, para que se possam conservar muitos dias;
15 pois assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Ainda se comprarão casas, e campos, e vinhas nesta terra.
16 E depois que dei a escritura da compra a Banique, filho de Nerias, orei ao Senhor, dizendo:
17 Ah! Senhor Deus! És tu que fizeste os céus e a terra com o teu grande poder, e com o teu braço estendido! Nada há que te seja demasiado difícil!
18 Usas de benignidade para com milhares e tornas a iniquidade dos pais ao seio dos filhos depois deles; tu és o grande, o poderoso Deus cujo nome é o Senhor dos exércitos.
19 Grande em conselho, e poderoso em obras, cujos olhos estão abertos sobre todos os caminhos dos filhos dos homens, para dares a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas obras;
20 puseste sinais e maravilhas na terra do Egito até o dia de hoje, tanto em Israel, como entre os outros homens; e te fizeste um nome, qual tu tens neste dia.
21 E tiraste o teu povo Israel da terra do Egito, com sinais e com maravilhas, e com mão forte, e com braço estendido, e com grande terror;
22 e lhes deste esta terra, que juraste a seus pais que lhes havias de dar, terra que mana leite e mel.
23 E entraram nela, e a possuíram; mas não obedeceram à tua voz, nem andaram na tua lei; de tudo o que lhes mandaste fazer, eles não fizeram nada; pelo que ordenaste lhes sucedesse todo este mal.
24 Eis aqui os valados! já vieram contra a cidade para tomá-la e a cidade está entregue na mão dos caldeus que pelejam contra ela, pela espada, pela fome e pela peste. O que disseste se cumpriu, e eis aqui o estás presenciando.
25 Contudo tu me disseste, ó Senhor Deus: Compra-te o campo por dinheiro, e chama testemunhas, embora a cidade já esteja dada na mão dos caldeus:
26 Então veio a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo:
27 Eis que eu sou o Senhor, o Deus de toda a carne; acaso há alguma coisa demasiado difícil para mim?
28 Portanto assim diz o Senhor: Eis que eu entrego esta cidade na mão dos caldeus, e na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, e ele a tomará.
29 E os caldeus que pelejam contra esta cidade entrarão nela, e lhe porão fogo, e a queimarão, juntamente com as casas sobre cujos terraços queimaram incenso a Baal e ofereceram libações a outros deuses, para me provocarem a ira.
30 Pois os filhos de Israel e os filhos de Judá têm feito desde a sua mocidade tão somente o que era mau aos meus olhos; pois os filhos de Israel nada têm feito senão provocar-me à ira com as obras das suas mãos, diz o Senhor.
31 Na verdade esta cidade, desde o dia em que a edificaram e até o dia de hoje, tem provocado a minha ira e o meu furor, de sorte que eu a removerei de diante de mim,
32 por causa de toda a maldade dos filhos de Israel e dos filhos de Judá, que fizeram para me provocarem à ira, eles e os seus reis, os seus príncipes, os seus sacerdotes e os seus profetas, como também os homens de Judá e os moradores de Jerusalém.
33 E viraram para mim as costas, e não o rosto; ainda que eu os ensinava, com insistência, eles não deram ouvidos para receberem instrução.
34 Mas puseram as suas abominações na casa que se chama pelo meu nome, para a profanarem.
35 Também edificaram os altos de Baal, que estão no vale do filho de Hinom, para fazerem passar seus filhos e suas filhas pelo fogo a Moloque; o que nunca lhes ordenei, nem me passou pela mente, que fizessem tal abominação, para fazerem pecar a Judá.
36 E por isso agora assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca desta cidade, da qual vós dizeis: Já está dada na mão do rei de Babilônia, pela espada, e pela fome, e pela peste:
37 Eis que eu os congregarei de todos os países para onde os tenho lançado na minha ira, e no meu furor e na minha grande indignação; e os tornarei a trazer a este lugar, e farei que habitem nele seguramente.
38 E eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
39 E lhes darei um só coração, e um só caminho, para que me temam para sempre, para seu bem e o bem de seus filhos, depois deles;
40 e farei com eles um pacto eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.
41 E alegrar-me-ei por causa deles, fazendo-lhes o bem; e os plantarei nesta terra, com toda a fidelidade do meu coração e da minha alma.
42 Pois assim diz o Senhor: Como eu trouxe sobre este povo todo este grande mal, assim eu trarei sobre eles todo o bem que lhes tenho prometido.
43 E comprar-se-ão campos nesta terra, da qual vós dizeis: E uma desolação, sem homens nem animais; está entregue na mão dos caldeus.
44 Comprarão campos por dinheiro, assinarão escrituras e as selarão, e chamarão testemunhas, na terra de Benjamim, e nos lugares ao redor de Jerusalém, e nas cidades de Judá e nas cidades da região montanhosa, e nas cidades das planícies e nas cidades do Sul porque os farei voltar do cativeiro, diz o Senhor.” (Jeremias 32.1-44)
 
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 01/12/2012
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