Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Vitórias e Vitórias 
 
No verso 7 do décimo capítulo de Zacarias Deus prometeu  que  a Igreja teria o Seu poder e a Sua  alegria. E no verso 12 se diz que  o  povo do Senhor andará em  Seu  nome,  porque Ele o fortalecerá.
E a consequência de tal promessa é  que o povo do Senhor será  um  povo  alegre nesta Sua força.
Daí se dizer que devemos nos alegrar sempre no Senhor,  porque tais promessas que Ele tem feito  e cumprido  de fortalecimento,  salvação, proteção e crescimento  da Igreja  são motivo de grande alegria para o Seu povo, conforme se vê nos versos 7 e 8  deste capitulo 10 de Zacarias.
É a alegria de Deus, isto é, a que  vem dEle, e não a nossa própria alegria, que é a nossa força.
Fiel é o que fez a promessa.  
Não contemplemos portanto  aquilo  que  há  no nosso próprio coração, porque não  será ali que acharemos esta força e alegria.
Olhemos para o alto.
Olhemos para Cristo e Ele nos dará força, graça  e  alegria, pelo poder do Espírito Santo.
Mas quando a Bíblia diz que  a  alegria do Senhor é a nossa força (Ne 8.10),  e que devemos nos regozijar sempre no Senhor (Fp 4.4), a quê  tipo  de  alegria ela está se referindo?
Nós veremos que é sobretudo alegria  no fato de termos sido salvos e de  termos o Senhor, e não propriamente uma atitude permanente de ter um sorriso no rosto, e não se sentir nunca  entristecido por qualquer aflição.
Esta alegria é uma exultação  interior, um regozijo no  Espírito,  por  sabermos que somos do Senhor, e que podemos  contar com a Sua graça, ainda que  estejamos contristados por muitas  provações.
O fator determinante desta alegria cristã nas provações é a habitação do Espírito Santo, e o fato de não entristecermos o Espírito, por causa do pecado, que é a única coisa que pode apagar a Sua atuação em nosso espírito. 
Por isso, antes de falar em alegria e força espiritual neste capítulo de Zacarias, Deus ordenou a Seu povo que lhe pedisse chuva no tempo da chuva serôdia.
O que ocorrerá caso não chova na época apropriada sobre a lavoura? Poderá haver colheita?
De igual modo, caso não ocorra o derramar da chuva do Espírito no tempo apropriado, não poderá haver colheita de almas e a manifestação do poder de Deus entre nós.
A Igreja é incentivada a pedir, a clamar ao Senhor para que faça chover o Espírito onde temos semeado a Palavra do evangelho.
Se o Espírito Santo não regar a lavoura de Deus, não haverá colheita.
E se o povo de Deus não orar para que Deus derrame o Espírito, Ele não será derramado.
A palavra da promessa divina é que Ele derramará chuvas abundantes (v.1) caso o Seu povo ore lhe pedindo que derrame a chuva necessária, na época apropriada.  
Quando o profeta Zacarias realizou o seu ministério, a terra de Judá, apesar do retorno do povo de Babilônia, ainda estava desolada e queimada, conforme podemos ver no livro de Neemias, cujo ministério foi bem posterior ao tempo de Zacarias.
Mas em tempos de desolação, quando parece que os inimigos espirituais da Igreja conseguiram prevalecer contra ela, por estarem seus membros enfraquecidos, e de pouco se ver da glória, poder e alegria do Espírito no meio do Seu povo, e quando as conversões escasseiam, o Senhor se levanta e fixa diante de nós a promessa de que derramará a chuva do Espírito no tempo apropriado, caso oremos a Ele pedindo tal derramamento.
As promessas de bênçãos, que são feitas a esta Igreja desolada que ora, são proferidas nos versos 5 a 12:
- Serão poderosos na batalha esmagando o inimigo no lodo das ruas, porque o Senhor estará com a Sua igreja (v. 5).
- Ele fortalecerá o Seu povo e trará salvação trazendo de volta aqueles que haviam sido espalhados, porque terá misericórdia deles e os ouvirá (v.6).
- A Igreja terá o poder do Senhor e a Sua alegria, e os que se converterem pelo seu testemunho, também se alegrarão no regozijo do Senhor (v.7).
- As conversões se multiplicarão tal como ocorriam na Igreja Primitiva (v. 8). 
- Assim como Israel foi reunido pelo Senhor em sua própria terra, depois de tê-los espalhado pelas nações, de igual modo o Senhor será lembrado pelos seus eleitos, que estiverem em todas as nações, os quais se converterão a Ele, e serão tantos, que não se achará lugar bastante para eles, tal como ocorre ainda hoje com Israel em suas disputas por terras com os palestinos, depois de terem sido trazidos pelo Senhor de todas as nações (v. 9,10).
- Os inimigos da Igreja não poderão prevalecer contra ela, porque o Senhor derrubará a soberba e o domínio deles (v.11). 
- O povo do Senhor andará em Seu nome, porque Ele o fortalecerá (v.12).
Todas estas bênçãos virão sobre o povo do Senhor porque eles terão abandonado os seus ídolos, e toda a forma falsa de religião, na qual haviam sido enganados, porque não foram conduzidos por pastores fiéis à verdade (v.2).
Mas a ira do Senhor se acende contra estes pastores infiéis, e aqueles que dentre eles forem falsos pastores, por não conhecerem ao Senhor, Ele os castigará.
Ele mesmo visitará o Seu rebanho e fará dele como um majestoso cavalo de guerra (v. 3).   
Tudo isto o Senhor fará se o Seu povo lhe pedir que faça chover no tempo apropriado.
E se diz que este tempo é o da chuva serôdia.
Esta chuva era a última que caía em Israel e que fazia o grão engordar na espiga, de maneira que pudesse haver colheita.
É portanto, uma referência ao derramar do Espírito, nos últimos dias, para a grande colheita de almas, o que se dá através da oração da Igreja, pedindo que isto ocorra.
As primeiras chuvas em Israel caíam na primavera entre março e maio, e era suficiente apenas para fazer brotar a lavoura e dar crescimento às plantas, mas não para encher as espigas de grãos, e como raramente chove em Israel nos meses de junho e julho, a chuva posterior (serôdia) era necessária para que houvesse colheita.
De igual modo, se Deus não fizer cair a chuva do Espírito, não pode haver colheita espiritual.
Os líderes de Israel haviam falhado em apascentar o povo do Senhor. Ao contrário, eles fizeram as ovelhas se desviarem do Seu caminho.
Mas Deus tornaria a reunir o Seu povo num só rebanho, e o apascentaria, e tem feito isto através do Espírito e do ministério de pastores fiéis, que são segundo o Seu coração, e não como os ladrões e salteadores, que haviam explorado e destruído as ovelhas, antes que Jesus se manifestasse.
“7 Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas.
8 Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram.” (Jo 10.7,8).  
Deus é quem salva e fortalece a casa de Judá e de José, isto é, todo o verdadeiro Israel, a saber a Igreja.
Ele trabalha pela nossa felicidade enquanto cumprimos o nosso dever para com Ele.
Deste modo, somos capacitados a sermos diligentes com a força que Deus nos dá.
Deus é nossa força, e assim se torna nossa canção e nossa salvação.
Os que forem remidos no sangue de Jesus seriam multiplicados por Deus (v. 8).
Esta é uma profecia clara quanto à multiplicação da Igreja.
“Assim as igrejas eram confirmadas na fé, e dia a dia cresciam em número.” (Atos 16.8).
A vocação da Igreja verdadeira é crescer e se multiplicar na terra.
Não podemos portanto pensar em portas fechadas enquanto permanecemos fiéis ao Senhor, porque Ele tem prometido multiplicar, fazer crescer e fortalecer e não dividir e enfraquecer.
É a glória do Seu próprio nome que está em jogo no progresso e força da Igreja, por isso Ele mesmo se tornou a nossa força e salvação.  
E a consequência de tal promessa é que o povo do Senhor será um povo alegre nesta Sua força.
Daí se dizer que devemos nos alegrar sempre no Senhor, porque tais promessas que Ele tem feito e cumprido,  de fortalecimento, salvação, proteção e crescimento da Igreja são motivo de grande alegria para o Seu povo, conforme se vê no verso 8.   
Não importa portanto, quais sejam as circunstâncias em que estejamos vivendo.
Se há dificuldades que não são ocasionadas pelo fato de estarmos vivendo em pecado, que é a única razão para nos entristecermos, estejamos sempre alegres no Senhor, especialmente nos serviços da Sua casa. 
Louvemos o Seu santo nome por tão grande graça e bondade, que tem demonstrado para conosco em Cristo Jesus.
E que sejam cânticos de alegria que exaltem o Seu santo nome. 
O nosso coração se alegrará, diz a promessa.
Então o Senhor quer que estejamos alegres e gratos em toda e qualquer circunstância, porque isto traz grande glória ao Seu nome e dá cumprimento à Sua palavra.
Levantemos portanto de todo e qualquer abatimento de espírito, pela fé na Sua promessa, e o Espírito nos fortalecerá, para que estejamos alegres na presença de Deus. 
Satanás não pode prevalecer contra um  coração que se alegra no Senhor, porque um coração assim está revestido com graça, e ele tem que bater em retirada. 
Importa que esta alegria seja do Espírito, produzida pela força do Senhor, porque se for da carne, se for nossa própria alegria, nossa resistência será fraca e cairemos nas tentações de Satanás.
É a alegria de Deus, isto é, a que vem dEle, e não a nossa própria alegria que é a nossa força. 
Quando os filhos virem seus pais com tal alegria, eles se animarão em também servirem ao Senhor.
É portanto, fundamental que haja esta alegria de Deus em nossas vidas e em nossos lares. 
Fiel é o que fez a promessa.
Não contemplemos portanto, aquilo que há no nosso próprio coração, porque não será ali que acharemos esta força e alegria.
Olhemos para o alto. Olhemos para Cristo e Ele nos dará força, graça e alegria pelo poder do Espírito Santo.
Quando as pessoas virem a alegria de um povo santo.
Quando elas virem este poder maravilhoso operando em nossas vidas, elas também se sentirão atraídas pelo evangelho.
Importa portanto, estarmos contentes em toda e qualquer situação, tal como o apóstolo Paulo havia aprendido, e este era o grande segredo de ter ganho tantos para Cristo. 
Foi por causa desta força do Senhor, que vem da Sua alegria em nós, que o apóstolo pôde fazer tantas coisas para Deus, andando para cima e para baixo, vencendo todas as oposições.
Ele nos deixou um exemplo para ser seguido, e por isso nos pede que sejamos seus imitadores, porque esta é a maneira certa de se viver para Deus.
A vida Cristã exige que tenhamos força e nos movimentemos de maneira industriosa para Deus, em nosso serviço de ganhar e edificar almas.
Porque Deus ama ao homem que criou e não lhe agrada nem um pouco ver, mesmo ímpios, serem destruídos por causa do pecado. 
Mas tudo o que fizermos tem que ser em nome do Senhor Jesus Cristo e debaixo do Seu governo e autorização, em completa dependência do Seu Espírito, para que Ele receba toda a glória. 
 “E tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Col 3.17).
É por isso que tanto se exige que os cristãos não se entreguem a pensamentos vãos e deprimentes, a pensamentos de derrota, mas a aprenderem como Paulo a poderem todas as coisas em Cristo, porque Ele nos fortalece.
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.”(Fp 4.8).
Se fizermos isto, qual é o resultado prometido?
É dito que o Deus de paz será conosco, se agirmos e pensarmos tal como Paulo fazia (Fp 4.9).
Queiramos uma vida vitoriosa como esta, não para o nosso próprio interesse, mas para podermos de fato exaltar e glorificar o nome do Senhor. Ele merece isto depois de tudo o que fez e tem feito por nós.
Há toda uma multidão de testemunhas aguardando todos os dias pela nossa vitória, quer pessoas na terra, quer os anjos nos céus.
 
 
 
“Pedi ao SENHOR chuva no tempo da chuva serôdia, sim, ao SENHOR que faz relâmpagos; e lhes dará chuvas abundantes, e a cada um erva no campo.
2 Porque os ídolos têm falado vaidade, e os adivinhos têm visto mentira, e contam sonhos falsos; com vaidade consolam, por isso seguem o seu caminho como ovelhas; estão aflitos, porque não há pastor.
3 Contra os pastores se acendeu a minha ira, e castigarei os bodes; mas o SENHOR dos Exércitos visitará o seu rebanho, a casa de Judá, e os fará como o seu majestoso cavalo na peleja.
4 Dele sairá a pedra de esquina, dele a estaca, dele o arco de guerra, dele juntamente sairá todo o opressor.
5 E serão como poderosos que na batalha esmagam ao inimigo no lodo das ruas; porque o SENHOR estará com eles; e confundirão os que andam montados em cavalos.
6 E fortalecerei a casa de Judá, e salvarei a casa de José, e fá-los-ei voltar, porque me compadeci deles; e serão como se eu não os tivera rejeitado, porque eu sou o SENHOR seu Deus, e os ouvirei.
7 E os de Efraim serão como um poderoso, e o seu coração se alegrará como pelo vinho; e seus filhos o verão, e se alegrarão; o seu coração se regozijará no SENHOR.
8 Eu lhes assobiarei, e os ajuntarei, porque eu os tenho remido; e multiplicar-se-ão como antes se tinham multiplicado.
9 Ainda que os espalhei por entre os povos, eles se lembrarão de mim em lugares remotos; e viverão com seus filhos, e voltarão.
10 Porque eu os farei voltar da terra do Egito, e os congregarei da Assíria; e trá-los-ei à terra de Gileade e do Líbano, e não se achará lugar bastante para eles.
11 E ele passará pelo mar da angústia, e ferirá as ondas no mar, e todas as profundezas do Nilo se secarão; então será derrubada a soberba da Assíria, e o cetro do Egito se retirará.
12 E eu os fortalecerei no SENHOR, e andarão no seu nome, diz o SENHOR.”. (Zacarias 10.1-12)
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 10/12/2012
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