Início das Viagens Missionárias de Paulo
Por tudo o que temos lido no livro de Atos, até este ponto, e por tudo que ainda comentaremos nos capítulos seguintes do livro, nós podemos concluir que não basta dizer que tudo o que fazemos é e deve ser para a exclusiva glória do Senhor; que todos os que pregam o evangelho são aprovados por Deus desde que falem o nome de Jesus; que tudo quanto basta fazer é confessar com a boca que Jesus é o Senhor, para se alcançar a salvação; enfim a verdadeira graça do evangelho não nos é comunicada por meio de jargões, que sejam proferidos pelos que se dizem ministros de Cristo, ou pelos que afirmam serem cristãos, mas por experiências reais com o Espírito Santo, na transformação, direção e instrução de nossas vidas.
Por isso um título mais adequado para este livro seria o de Atos do Espírito, em vez de Atos dos Apóstolos, até mesmo porque nem todos os que são mencionados, fazendo a obra do Senhor, eram apóstolos, como foi por exemplo o caso de Estevão e de Filipe, dentre muitos outros.
O livro começa falando do derramar do Espírito prometido em todas as nações, e é portanto a obra do Espírito nas pessoas, e através delas, que é a chave para um correto entendimento da mensagem de Atos, de maneira que sejamos convencidos, que não é possível conhecer a Deus, ter experiências com Deus, fazer a obra de Deus, sem a direção e instrução do Espírito.
Então a Igreja é uma comunidade formada por pessoas que tiveram uma experiência de novo nascimento do Espírito, e que estão sendo santificadas pelo mesmo Espírito, para o serviço de Deus.
Não admira portanto, que nem Barnabé, nem Paulo, saíram fazendo missões pelo mundo dos gentios pela sua própria conta, apesar de terem sido vocacionados para tal propósito, desde o momento da sua conversão.
No entanto, tiveram que aguardar o momento de uma chamada específica do Espírito para darem início a tal trabalho, conforme podemos ver neste 13º capítulo de Atos.
De igual modo, toda obra que seja verdadeiramente do Senhor sempre terá esta marca de ser conduzida pelo Espírito Santo.
A vocação de Paulo e a de Barnabé, bem como a de todos que seriam reunidos a eles pelo Espírito, como foi o caso de João Marcos, Tito, Timóteo dentre outros, não era a de serem ministros permanentes de uma determinada Igreja local; mas a de fundarem igrejas e confirmarem a fé dos discípulos na doutrina de Cristo, até entregarem o trabalho à direção de pastores específicos, também levantados pelo mesmo Espírito.
Há necessidade desta comissão específica do Espírito, além da comissão geral de pregarmos o evangelho em todo o mundo; conforme podemos ver nas palavras de Paulo em Rom 10.15:
“E como pregarão, se não forem enviados? assim como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam coisas boas!”.
Se não houver este envio do Espírito a obra fracassará, por melhores que sejam as nossas intenções e desejo de pregar o evangelho.
É o Espírito que nos dirige às portas que Cristo abriu para nós para pregarmos o evangelho.
Não podemos sair por aí abrindo portas para a pregação por nossa própria e exclusiva iniciativa.
Se O Senhor não nos chamou à porta que está aberta, é melhor não entrar nela porque pode ser uma porta aberta pelo próprio homem, ou até mesmo pelo próprio diabo, para trazer confusão e escândalo para o evangelho.
É por este motivo que nós veremos adiante, nos esforços de Paulo para pregar o evangelho em toda parte, que era impedido pelo próprio Espírito de fazê-lo em determinadas áreas, como foi o caso de Bítínia.
Não foi a Igreja de Antioquia da Síria que fez um planejamento missionário e decidiu enviar Paulo e Barnabé para evangelizarem as áreas designadas pela Igreja, mas o próprio Espírito Santo.
Muitos missionários têm saído de Igrejas para fazer o trabalho de missões em várias partes do mundo, e contam com o sustento financeiro de suas igrejas de origem, mas o trabalho e a chamada não são propriamente da Igreja, mas do Espírito Santo.
Se faltar esta chamada do Espírito, não será pela chamada exclusiva do pastor ou da própria Igreja que o trabalho prosperará.
Nós podemos ter até mesmo uma vocação para missões como era o caso de Paulo e Barnabé, mas é necessário esperar o tempo e a chamada do Espírito Santo, senão não será pelo simples fato de entrarmos num avião e irmos para outro país que nos tornaremos missionários.
Nenhuma nova obra deve portanto ser iniciada sem esta comissão específica do Espírito.
O verso 4 declara expressamente que Paulo e Barnabé foram enviados pelo Espírito. (“Estes, pois, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre”).
Selêucia era uma cidade portuária na qual embarcaram para navegarem para Chipre, ilha do Mediterrâneo, da qual Barnabé era natural (At 4.36), e que foi o primeiro ponto, não propriamente de um trabalho missionário, porque ela serviria de ponte para atingirem a região da Galácia, nas cidades de Perge, Antioquia da Psídia, Icônio, Derbe e Listra.
João Marcos acompanhou Paulo e Barnabé neste primeiro empreendimento missionário, mas, possivelmente, por não ter sido chamado pelo Espírito, naquele momento, para aquela obra missionária, ou por lhe ter faltado a maturidade necessária, desistiu de prosseguir com eles no meio do caminho, como veremos adiante, e retornou para Jerusalém.
Quando chegaram em Chipre pregavam nas sinagogas dos judeus, numa cidade de Chipre chamada Salamina (v. 5).
Rumando para Pafos que era uma cidade portuária de Chipre, com o intuito de atravessarem por mar para a região da Galácia, estiveram na presença do procônsul Sérgio Paulo, governador romano da província de Chipre, junto ao qual se encontrava um falso profeta judeu, chamado Bar-Jesus e Elimas, que iludia o procônsul com suas mágicas e falsas profecias, o qual pretendia ser para o procônsul, uma espécie de guru espiritual.
Sérgio Paulo manifestou o desejo de ouvir a Palavra de Deus e por isso chamou Paulo e Barnabé, mas o falso profeta resistia-lhes para desviar a atenção do procônsul, de maneira que não pudesse se concentrar nas palavras dos apóstolos.
A resistência do mago em vez de atrapalhar acabou contribuindo para a conversão do procônsul, porque este ficou maravilhado da doutrina do Senhor e creu por ter visto que o poder de Elimas era uma farsa, e que por muito tempo vinha sendo enganado por ele, uma vez que um poder maior que o seu foi manifestado através de Paulo, porque estava cheio do Espírito Santo e repreendeu o mago com toda a autoridade e viu a mão do Senhor vindo sobre ele, para que ficasse cego por algum tempo.
O homem que afirmava ao procônsul que tinha os olhos abertos e que via tudo o que era relativo à vontade de Deus foi cegado pelo próprio Deus, para que o procônsul entendesse que nunca vira nada da sua parte e que a sua palavra nunca foi a Sua verdade na boca do falso profeta, porque a verdade estava com Paulo e Barnabé, que lhes pregaram sobre o Deus verdadeiro que enviou Jesus a este mundo para se tornar o nosso Salvador e Senhor.
João Marcos decidiu retornar para Jerusalém, e então Paulo e Barnabé navegaram de Pafos para Perge, que ficava na região da Panfília.
Perge era uma cidade portuária e não é relatada nenhuma ação evangelizadora de Paulo e Barnabé nesta cidade naquela ocasião, por motivos conhecidos somente por eles e pelo Espírito Santo, e rumaram logo para Antioquia da Psídia, onde havia uma sinagoga dos judeus, e ambos entraram e se sentaram naquela sinagoga, num dia de sábado, que era o dia separado pelos judeus para a adoração, conforme a Lei de Moisés.
Depois da leitura do Velho Testamento (lei e profetas), os chefes da sinagoga mandaram dizer a Paulo e Barnabé que falassem se por acaso tinham alguma palavra de exortação para o povo.
Assim, eles próprios abriram uma oportunidade para que o evangelho fosse pregado.
Paulo se levantou e lhes pregou de um modo que cremos tenha sido o modo geral deles pregarem o evangelho aos judeus (versos 16 a 41).
Ele pregou a Jesus como sendo o descendente de Davi sobre o qual Deus fez a promessa de manter a casa de Davi para sempre através dEle (v. 34).
“Dar-vos-ei as santas e fiéis bênçãos de Davi”.
Ao falar das fiéis bênçãos de Davi, Paulo fez uma alusão à promessa que Deus fez a Davi, à qual também se referiu o profeta Isaías:
“Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, dando-vos as fiéis misericórdias prometidas a Davi.” (Is 55.3).
Por isso, a casa de Davi é típica da igreja de Cristo, que é a sua casa (Hb 3.3).
Cristo não é fiel a toda a sua casa, na condição de um servo, como fora Moisés em relação a Israel, mas como Senhor e Rei, assim como o fora Davi sobre a sua casa terrena.
O Senhor da casa espiritual de Davi é Cristo, e não o próprio Davi, porque este foi impedido de continuar o seu reinado pela morte, e regia apenas sobre Israel, mas Cristo, que vive e reina para sempre, reina sobre toda a Sua casa, e sobre todos aqueles que lhes foram dados pelo Pai, em todas as nações.
Deus fez uma aliança com a cabeça da igreja, o Filho de Davi, de que preservará a Ele uma semente sobre a qual as portas do inferno não prevalecerão, isto é, nunca poderão predominar sobre a casa dEle.
E esta segurança é garantida por Deus e realizada na Rocha segura que é Cristo, que é o autor e consumador da nossa fé e salvação.
Assim, é nele que se cumprem todas as promessas da aliança da graça feita com Davi.
A aliança que Deus fez com um rei terreno apontava para a aliança que fizera antes que houvesse mundo, no céu, com Aquele que reinará para sempre.
Por isso as promessas da aliança eterna são chamadas de fiéis misericórdias prometidas a Davi (Is 55.3).
Depois de ter anunciado aos judeus e prosélitos que se encontravam na sinagoga de Antioquia da Psídia, que é por meio de Jesus, que estava lhes anunciando a remissão de pecados, e de tudo aquilo que ninguém poderia ser justificado pela Lei de Moisés, senão somente pela fé em Jesus; que se cuidassem em não rejeitarem aquela grande e única salvação, que lhes estava sendo oferecida pela graça de Deus, para que não se encontrassem na condição das ameaças, que foram feitas através dos profetas aos desprezadores da aliança (Atos 13.40,41).
Paulo recorreu ao texto da profecia de Hab 1.5, em cujo contexto se fala do juízo de Deus sobre aqueles que rejeitam a Sua salvação.
Este é o dever que todo ministro da Palavra está encarregado, a saber, não dizer apenas que Cristo salva, mas que todo o que rejeitar a salvação será condenado eternamente.
Os judeus arraigados às suas tradições baseadas em mandamentos de homens, e que não davam a devida atenção às promessas e ameaças de Deus feitas pelos profetas do Velho Testamento, deixaram a sinagoga sem darem atenção ao que Paulo lhes havia pregado, e este, juntamente com Barnabé lhes rogaram que pudessem repetir o que haviam pregado com maiores detalhes no sábado seguinte.
Apesar da rejeição quase geral, muitos judeus e prosélitos devotos seguiram a Paulo e Barnabé, que lhes exortaram a perseverarem na graça de Deus.
Mas como os judeus viram que no sábado seguinte quase toda a cidade havia vindo à sinagoga para ouvir a palavra de Deus, e vendo que a mensagem de Paulo estava atraindo as multidões, coisas que nunca haviam conseguido, ficaram cheios de inveja e começaram a blasfemar e contradizer o que Paulo falava. (v. 42 a 45).
Em vez de baixarem a cabeça e recuarem, Paulo e Barnabé os repreenderam ousadamente dizendo que importava que a Palavra fosse primeiro pregada aos judeus, mas como a estavam rejeitando, por não se julgarem dignos da vida eterna, passariam a partir daquele momento a pregarem aos gentios, isto é, àqueles que não eram judeus.
Eles não deixariam de continuar pregando aos judeus, mas o foco da sua missão seria agora não mais os judeus mas os gentios.
Eles não tomaram tal decisão por sua própria conta, mas pela determinação do Senhor de que deveria ser pregado como luz aos gentios até os confins da terra (v. 47).
Todos os eleitos em Antioquia (“todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna) se alegraram ao ouvirem tais palavras de Paulo, e glorificavam a Palavra do Senhor, de modo que a Palavra era divulgada por toda aquela região (v. 48).
As mulheres de alta posição e os magistrados da cidade, incitados pelos judeus, suscitaram uma perseguição contra Paulo e Barnabé, e os expulsaram de Antioquia da Psídia.
Mas isto não representava de modo algum insucesso na sua missão.
Ao contrário, Satanás havia se levantado em grande fúria porque havia perdido muitos que se achavam amarrados em seus grilhões, pelo poder do Espírito, de maneira que quando Paulo e Barnabé partiram para Icônio, os discípulos estavam cheios de alegria, e do Espírito Santo, não porque Paulo e Barnabé haviam sido afastados deles, mas por terem se convertido efetivamente a Cristo através do seu testemunho (v. 50 a 52).
“1 Ora, na igreja em Antioquia havia profetas e mestres, a saber: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes o tetrarca, e Saulo.
2 Enquanto eles ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.
3 Então, depois que jejuaram, oraram e lhes impuseram as mãos, os despediram.
4 Estes, pois, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.
5 Chegados a Salamina, anunciavam a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus, e tinham a João como auxiliar.
6 Havendo atravessado a ilha toda até Pafos, acharam um certo mago, falso profeta, judeu, chamado Bar-Jesus,
7 que estava com o procônsul Sérgio Paulo, homem sensato. Este chamou a Barnabé e Saulo e mostrou desejo de ouvir a palavra de Deus.
8 Mas resistia-lhes Elimas, o encantador (porque assim se interpreta o seu nome), procurando desviar a fé do procônsul.
9 Todavia Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, fitando os olhos nele,
10 disse: ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perverter os caminhos retos do Senhor?
11 Agora eis a mão do Senhor sobre ti, e ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo. Imediatamente caiu sobre ele uma névoa e trevas e, andando à roda, procurava quem o guiasse pela mão.
12 Então o procônsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhando-se da doutrina do Senhor.
13 Tendo Paulo e seus companheiros navegado de Pafos, chegaram a Perge, na Panfília. João, porém, apartando-se deles, voltou para Jerusalém.
14 Mas eles, passando de Perge, chegaram a Antioquia da Psídia; e entrando na sinagoga, no dia de sábado, sentaram-se.
15 Depois da leitura da lei e dos profetas, os chefes da sinagoga mandaram dizer-lhes: Irmãos, se tendes alguma palavra de exortação ao povo, falai.
16 Então Paulo se levantou e, pedindo silêncio com a mão, disse: Varões israelitas, e os que temeis a Deus, ouvi:
17 O Deus deste povo de Israel escolheu a nossos pais, e exaltou o povo, sendo eles estrangeiros na terra do Egito, de onde os tirou com braço poderoso,
18 e suportou-lhes os maus costumes no deserto por espaço de quase quarenta anos;
19 e, havendo destruído as sete nações na terra de Canaã, deu-lhes o território delas por herança durante cerca de quatrocentos e cinquenta anos.
20 Depois disto, deu-lhes juízes até o profeta Samuel.
21 Então pediram um rei, e Deus lhes deu por quarenta anos a Saul, filho de Cis, varão da tribo de Benjamim.
22 E tendo deposto a este, levantou-lhes como rei a Davi, ao qual também, dando testemunho, disse: Achei a Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade.
23 Da descendência deste, conforme a promessa, trouxe Deus a Israel um Salvador, Jesus;
24 havendo João, antes do aparecimento dele, pregado a todo o povo de Israel o batismo de arrependimento.
25 Mas João, quando completava a carreira, dizia: Quem pensais vós que eu sou? Eu não sou o Cristo, mas eis que após mim vem aquele a quem não sou digno de desatar as alparcas dos pés.
26 Irmãos, filhos da estirpe de Abraão, e os que dentre vós temem a Deus, a nós é enviada a palavra desta salvação.
27 Pois, os que habitam em Jerusalém e as suas autoridades, porquanto não conheceram a este Jesus, condenando-o, cumpriram as mesmas palavras dos profetas que se ouvem ler todos os sábados.
28 E, se bem que não achassem nele nenhuma causa de morte, pediram a Pilatos que ele fosse morto.
29 Quando haviam cumprido todas as coisas que dele estavam escritas, tirando-o do madeiro, o puseram na sepultura;
30 mas Deus o ressuscitou dentre os mortos;
31 e ele foi visto durante muitos dias por aqueles que com ele subiram da Galileia a Jerusalém, os quais agora são suas testemunhas para com o povo.
32 E nós vos anunciamos as boas novas da promessa, feita aos pais,
33 a qual Deus nos tem cumprido, a nós, filhos deles, levantando a Jesus, como também está escrito no salmo segundo: Tu és meu Filho, hoje te gerei.
34 E no tocante a que o ressuscitou dentre os mortos para nunca mais tornar à corrupção, falou Deus assim: Dar-vos-ei as santas e fiéis bênçãos de Davi;
35 pelo que ainda em outro salmo diz: Não permitirás que o teu Santo veja a corrupção.
36 Porque Davi, na verdade, havendo servido a sua própria geração pela vontade de Deus, dormiu e foi depositado junto a seus pais e experimentou corrupção.
37 Mas aquele a quem Deus ressuscitou nenhuma corrupção experimentou.
38 Seja-vos pois notório, varões, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados.
39 E de todas as coisas de que não pudestes ser justificados pela lei de Moisés, por ele é justificado todo o que crê.
40 Cuidai pois que não venha sobre vós o que está dito nos profetas:
41 Vede, ó desprezadores, admirai-vos e desvanecei; porque realizo uma obra em vossos dias, obra em que de modo algum crereis, se alguém vo-la contar.
42 Quando iam saindo, rogavam que estas palavras lhes fossem repetidas no sábado seguinte.
43 E, despedida a sinagoga, muitos judeus e prosélitos devotos seguiram a Paulo e Barnabé, os quais, falando-lhes, os exortavam a perseverarem na graça de Deus.
44 No sábado seguinte reuniu-se quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus.
45 Mas os judeus, vendo as multidões, encheram-se de inveja e, blasfemando, contradiziam o que Paulo falava.
46 Então Paulo e Barnabé, falando ousadamente, disseram: Era mister que a vós se pregasse em primeiro lugar a palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e não vos julgais dignos da vida eterna, eis que nos viramos para os gentios;
47 porque assim nos ordenou o Senhor: Eu te pus para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvação até os confins da terra.
48 Os gentios, ouvindo isto, alegravam-se e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna.
49 E divulgava-se a palavra do Senhor por toda aquela região.
50 Mas os judeus incitaram as mulheres devotas de alta posição e os principais da cidade, suscitaram uma perseguição contra Paulo e Barnabé, e os lançaram fora dos seus termos.
51 Mas estes, sacudindo contra eles o pó dos seus pés, partiram para Icônio.
52 Os discípulos, porém, estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.”. (Atos 12.1-51)