Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Confirmando a Fé dos Discípulos – Atos 18
 
Paulo não se demorou em Atenas, tendo pregado no Areópago, tendo alguns crido (Atos 17.34).
Dali partiu para Corinto, outra cidade da Grécia, onde passou a residir na casa de Áquila e Priscila, que tinham a mesma profissão de Paulo, de fazer tendas. E Paulo passou a pregar todos os sábados na sinagoga, tanto a judeus como a gregos, conforme relato deste capítulo 18º de Atos (versos 1 a 4).
Silas e Timóteo vindos da Macedônia, se reuniram a Paulo em Corinto, e Paulo se entregou totalmente à Palavra (v. 5), e como os judeus rejeitavam a Cristo, conforme fora predito o seu endurecimento pelo profeta Isaías, o apóstolo se devotava aos gentios, e muitos dos coríntios criam e eram batizados, foi quando o Senhor apareceu durante a noite numa visão a Paulo ordenando que falasse e não se calasse porque era com ele, e ninguém ousaria fazer-lhe mal, pois tinha muito povo na cidade de Corinto (v. 6 a 10).
Em obediência à ordem do Senhor Paulo permaneceu um ano e seis meses lhes ensinando a Palavra de Deus (v. 11).
Paulo foi colocado na defesa do evangelho, e a corajosa pregação e ensino da verdade sempre haverá de produzir resistências e perseguições por parte do mundo espiritual.
Satanás se levantará contra isto e usará os seus instrumentos para tentar deter o avanço do evangelho, porque isto representa a glorificação do nome de Deus na salvação de vidas e no testemunho de vidas santificadas pela Palavra.
Por isso sempre tentará deter os arautos da verdade, ou deturpar a mensagem, para que o nome do Senhor seja desonrado e o testemunho do cristão seja desacreditado.
Desta forma, nem mesmo em Corinto, Paulo foi poupado da perseguição dos judeus, que o acusaram injustamente de estar persuadindo os homens a adorarem a Deus, por modo contrário à lei.
Mas o procônsul romano Gálio, não deu atenção a tais acusações (v. 12 a 17).
Depois deste episódio, Paulo ainda permaneceu muitos dias em Corinto, mas decidiu retornar para Antioquia da Síria, levando consigo a Priscila e Áquila, depois de ter rapado a cabeça em Cencreia, porque tomara voto (v. 18).
Com isto vemos o cuidado de Paulo para viver como judeu entre os judeus, para ganhar alguns para Cristo (I Cor 9.20).
Ele sabia que em Cristo não estava mais sujeito aos mandamentos cerimoniais da lei de Moisés, mas para não ofender a consciência dos judeus incrédulos, que intentava ganhar para Cristo, vivia entre eles como se ainda estivesse debaixo da lei, assim como fizeram muitos que dentre os judeus se convertiam à fé, como foi o caso do próprio Ananias (At 22.12).
Retornando de Corinto por mar, Paulo fez escala em Éfeso, onde pregou numa sinagoga aos judeus, conforme era seu costume, mas não acedeu permanecer entre eles, conforme lhe haviam pedido, porque havia sido impedido pelo Espírito de pregar na Ásia naquela ocasião, como vimos logo no início desta sua segunda viagem missionária, de maneira que partiu para Cesareia, de onde foi para Jerusalém, e tendo saudado aquela igreja, partiu para Antioquia da Síria, onde permaneceu por algum tempo até sair em sua 3a viagem  missionária (v. 18 a 23).
A narrativa referente à segunda viagem missionária de Paulo é concluída no verso 22.
A partir do verso 23 nós temos o início da narrativa da sua terceira viagem, na qual, fez inicialmente o mesmo percurso da segunda viagem, confirmando as igrejas de Tarso, Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Psídia.
       Paulo havia deixado Priscila e Áquila em Éfeso, quando retornava de Corinto para Antioquia da Síria, no final da sua segunda viagem.
      E em Éfeso Priscila e Áquila vieram a conhecer Apolo, que era eloquente e poderoso nas Escrituras, que era instruído no caminho do Senhor, e fervoroso de espírito, e que falava e ensinava com precisão a respeito de Jesus, apesar de conhecer apenas o batismo de João.
      É interessante observar que Priscila e Áquila lhe expuseram com mais exatidão o caminho de Deus (v. 24).
      A obra de Deus é mais bem vista e se completa melhor na vida daqueles que são humildes, como Apolo, que se permitiu instruir por Priscila e Áquila, quanto a uma melhor exatidão sobre a verdade do evangelho.
      Com isto, pôde ser mais útil ao Senhor porque se manifestou nele o desejo de ir para Corinto, e lá chegando convencia publicamente os judeus, com grande poder, provando por meio das Escrituras que Jesus é o Messias (v. 27,28).
       Assim, Apolo já se encontrava em Corinto na ocasião que  Paulo chegou em Éfeso, vindo da Galácia e Frígia, como veremos no capítulo seguinte, e é importante frisar que o próprio Apolo conhecia apenas o batismo de João,  pelo que inferimos que deve ter sido batizado no Espírito Santo, quando do seu encontro com Priscila e Áquila.  
 
 
 
 
 
“1 Depois disto Paulo partiu de Atenas e chegou a Corinto.
2 E encontrando um judeu por nome Áquila, natural do Ponto, que pouco antes viera da Itália, e Priscila, sua mulher (porque Cláudio tinha decretado que todos os judeus saíssem de Roma), foi ter com eles,
3 e, por ser do mesmo ofício, com eles morava, e juntos trabalhavam; pois eram, por ofício, fabricantes de tendas.
4 Ele discutia todos os sábados na sinagoga, e persuadia a judeus e gregos.
5 Quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, Paulo dedicou-se inteiramente à palavra, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo.
6 Como estes, porém, se opusessem e proferissem injúrias, sacudiu as vestes e disse-lhes: O vosso sangue seja sobre a vossa cabeça; eu estou limpo, e desde agora vou para os gentios.
7 E saindo dali, entrou em casa de um homem temente a Deus, chamado Tito Justo, cuja casa ficava junto da sinagoga.
8 Crispo, chefe da sinagoga, creu no Senhor com toda a sua casa; e muitos dos coríntios, ouvindo, criam e eram batizados.
9 E de noite disse o Senhor em visão a Paulo: Não temas, mas fala e não te cales;
10 porque eu estou contigo e ninguém te acometerá para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade.
11 E ficou ali um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus.
12 Sendo Gálio procônsul da Acaia, levantaram-se os judeus de comum acordo contra Paulo, e o levaram ao tribunal,
13 dizendo: Este persuade os homens a render culto a Deus de um modo contrário à lei.
14 E, quando Paulo estava para abrir a boca, disse Gálio aos judeus: Se de fato houvesse, ó judeus, algum agravo ou crime perverso, com razão eu vos sofreria;
15 mas, se são questões de palavras, de nomes, e da vossa lei, disso cuidai vós mesmos; porque eu não quero ser juiz destas coisas.
16 E expulsou-os do tribunal.
17 Então todos agarraram Sóstenes, chefe da sinagoga, e o espancavam diante do tribunal; e Gálio não se importava com nenhuma dessas coisas.
18 Paulo, tendo ficado ali ainda muitos dias, despediu-se dos irmãos e navegou para a Síria, e com ele Priscila e Áquila, havendo rapado a cabeça em Cencreia, porque tinha voto.
19 E eles chegaram a Éfeso, onde Paulo os deixou; e tendo entrado na sinagoga, discutia com os judeus.
20 Estes rogavam que ficasse por mais algum tempo, mas ele não anuiu,
21 antes se despediu deles, dizendo: Se Deus quiser, de novo voltarei a vós; e navegou de Éfeso.
22 Tendo chegado a Cesareia, subiu a Jerusalém e saudou a igreja, e desceu a Antioquia.
23 E, tendo demorado ali algum tempo, partiu, passando sucessivamente pela região da Galácia e da Frígia, fortalecendo a todos os discípulos.
24 Ora, chegou a Éfeso certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloquente e poderoso nas Escrituras.
25 Era ele instruído no caminho do Senhor e, sendo fervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão as coisas concernentes a Jesus, conhecendo entretanto somente o batismo de João.
26 Ele começou a falar ousadamente na sinagoga: mas quando Priscila e Áquila o ouviram, levaram-no consigo e lhe expuseram com mais precisão o caminho de Deus.
27 Querendo ele passar à Acáia, os irmãos o animaram e escreveram aos discípulos que o recebessem; e tendo ele chegado, auxiliou muito aos que pela graça haviam crido.
28 Pois com grande poder refutava publicamente os judeus, demonstrando pelas escrituras que Jesus era o Cristo.” (Atos 18.1-28)
 
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 16/12/2012
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