Mulheres de Corinto
Nos dias de Paulo, e especialmente na sociedade de Corinto era desonroso para os homens usarem cobertura na adoração pública; e das mulheres era exigido o contrário, que tivessem a cabeça coberta com véu, não somente na adoração, como também na vida pública da sociedade.
Era exigido que todas as mulheres decentes usassem véu cobrindo suas cabeças, em sinal de submissão ao marido, porque as meretrizes não usavam tal véu.
Mas, estava havendo uma resistência na sociedade a tal uso, a qual estava influenciando as mulheres da própria Igreja, então Paulo lhes ordenou que não deveriam se identificar com a rebelião das feministas, de modo que não viessem a ser tidas na conta de prostitutas, quando deveriam dar provas de submissão a seus maridos, permanecendo debaixo do costume daquela época e sociedade.
Do texto de I Cor 11.2-16, se depreende que muito mais do que ser uma norma reguladora do uso de véu por parte das mulheres da igreja de Corinto, temos um ensino sobre submissão.
O véu era um sinal, uma forma externa de se indicar a submissão naquela sociedade antiga, o que deveria ser obedecido naquele contexto, em face das questões não morais que devem seguir a regra de tudo fazer para não ofender a consciência dos outros.
No caso, o não uso do véu naquela sociedade configurava um desrespeito às convenções vigentes, e por conseguinte um escândalo que deveria ser evitado.
O véu era um símbolo, um sinal de que a mulher estava sujeita à autoridade (v 10).
As muitas divisões, que haviam na igreja de Corinto, apontam para o fato de que não davam muita atenção ao assunto da submissão, que por sua vez está ligado ao da autoridade.
A própria autoridade apostólica de Paulo fora colocada em questão por eles, e criaram, por sua própria conta, muitos partidos.
Isto se refletiu provavelmente também nas mulheres, que estariam criando um movimento em prol da libertação da mulher.
Elas estavam tentando fazer o mesmo trabalho dos homens, a ponto de Paulo tê-las proibido até de falarem e ensinarem na igreja, tal deve ter sido o caráter do levante que fizeram.
Paulo escreveu aos coríntios para consertar as coisas que estavam erradas, e que contrariavam a vontade de Deus.
A sociedade de Corinto era uma sociedade pagã, e este véu não tinha o significado da profundidade bíblica para a submissão, mas era um sinal de modéstia, de humildade.
E isto servia também para distinguir as mulheres, porque as meretrizes não usavam véu.
Mas deve ter surgido dentro da própria sociedade este suposto movimento em prol da igualdade de direitos.
Os homens não usam véu e nós não temos porque usá-lo.
Certamente isto não foi aceito, mas a influência penetrou na própria igreja, e daí o ensino de Paulo determinando que se acatasse a norma social para que não houvesse escândalo, e aproveitou o ensejo para reforçar o ensino bíblico sobre a submissão feminina.
Porque, o que estava ocorrendo de fato na igreja era uma resistência e desobediência a uma norma estabelecida por Deus, não propriamente sobre o uso do véu, mas da submissão da mulher ao seu próprio marido.
Ele aproveitou então para ensinar que pela própria natureza é comum que a mulher tenha cabelos longos e não os homens, e nisto há também uma ilustração física de uma verdade interior, pois o cabelo foi dado à mulher como cobertura, como sinal de que está sob autoridade, sob o governo do seu marido.
Cientificamente está comprovado que o cabelo das mulheres cresce mais rápido do que o dos homens.
Isso foi planejado por Deus. Isso é um assunto genético e indica que Deus deu cabelo às mulheres, que cresce mais rápido, como um sinal de submissão para elas.
Assim Paulo diria em outras palavras: “Não é algo ruim usar véu, porque é algo muito próximo daquilo que Deus planejou.”.
A partir do verso 17 Paulo tratou da questão da forma irreverente e profana como os coríntios estavam se reunindo no culto público, especialmente na ceia do Senhor, e no uso dos dons sobrenaturais extraordinários do Espírito Santo, sobre o qual discorreu nos capítulos seguintes a este décimo primeiro de I Coríntios.
O culto público tem o propósito de adorarmos a Deus em espírito e em verdade, de forma que sejamos aperfeiçoados em nossa espiritualidade.
No entanto, o modo pelo qual os coríntios estavam agindo estava lhes tornando cristãos piores, e agravando a imagem da Igreja de Cristo, em vez lhe trazer honra e glória.
Ainda que importe que sempre haja algum joio na Igreja, com suas heresias, para que sejam manifestados os verdadeiros cristãos, que são aprovados pelo Senhor, mas a Igreja de Corinto estava vivendo em dissensões, e não poderia cumprir, desta forma, o santo propósito de Deus.
Eles estavam fazendo da santa ceia uma ocasião de banquete para comensais e bebedeiras, de forma que estavam desprezando a Igreja de Deus, que deve ser santa, sem mácula e ruga.
A ceia era um memorial da morte de Cristo, da Nova Aliança que Ele fez com os cristãos através do Seu sangue, para que fossem purificados e perdoados de seus pecados.
Como poderiam então estar transformando um memorial sagrado num ato de luxúria carnal?
Portanto, estavam sendo culpados diante de Deus, por estarem dando um tratamento indigno a algo que deveria ser reverenciado e honrado.
Participando da ceia de modo indigno estavam pecando contra o corpo e o sangue que o Senhor havia derramado na cruz, porque estavam considerando tal bênção com desprezo, pela forma que agiam em relação à ceia, pensando se tratar de um banquete carnal, para satisfazer suas paixões carnais.
O Senhor seria o vingador destas coisas e portanto, deveriam se examinar quanto ao estado dos seus corações, se estavam santificados ou não, para participarem da ceia sem culpa de comer o pão e beber o cálice do Senhor indignamente.
A desconsideração para a necessidade de santidade para participar da ceia do Senhor estava sendo a causa da condenação de muitos, de modo que havia entre eles muitos fracos, doentes e muitos que estavam morrendo, por motivo de um juízo de Deus contra a forma desordenada em que estavam vivendo.
Bem faziam os antigos Puritanos que se examinavam, não apenas no dia da ceia, mas que julgavam o seu modo de viver pelas Escrituras, e pelo Espírito, todos os dias e momentos de suas vidas, de modo a serem achados aprovados por Deus, e isto explica bastante, porque foram tão abençoados e usados por Deus, a par de todas as perseguições e tribulações que tiveram que suportar por causa da sua fidelidade.
Quando fazemos este exame e julgamento de nós mesmos, acertamos o passo, e ficamos livres dos juízos corretivos do Senhor (v. 31).
Mas ainda que sejamos julgados pelo Senhor, Ele o faz para nos disciplinar, de forma a não sermos condenados juntamente com o mundo.
“1 Sede meus imitadores, como também eu de Cristo.
2 E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos como vo-los entreguei.
3 Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.
4 Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça.
5 Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada.
6 Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu.
7 O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem.
8 Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem.
9 Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem.
10 Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos.
11 Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no Senhor.
12 Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus.
13 Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta?
14 Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido?
15 Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu.
16 Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus.
17 Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos ajuntais, não para melhor, senão para pior.
18 Porque antes de tudo ouço que, quando vos ajuntais na igreja, há entre vós dissensões; e em parte o creio.
19 E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós.
20 De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do Senhor.
21 Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome e outro embriaga-se.
22 Não tendes porventura casas para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo.
23 Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão;
24 E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.
25 Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.
26 Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.
27 Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor.
28 Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.
29 Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.
30 Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem.
31 Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
32 Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.
33 Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros.
34 Mas, se algum tiver fome, coma em casa, para que não vos ajunteis para condenação. Quanto às demais coisas, ordená-las-ei quando for.”. (I Coríntios 11.1-34)