Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Continuaremos o nosso estudo sobre a anatomia da igreja com o estudo sobre o perdão.
Nós estudamos a maturidade, a santidade e a pureza como o esqueleto do corpo de Cristo. E estudamos a fé, a obediência, o amor, a humildade, a unidade, e a gratidão como componentes dos sistemas internos do corpo.  A estes estamos acrescentando a atitude de perdão.
Este deve ser um companheiro ao lado da perseguição da santidade ou a igreja fica muito severa, muito amarga e muito rígida. A igreja não é nenhum lugar para rancores (ressentimentos ). A vida cristã não deve ser caracterizada por rancores ou vingança ou amargura ou orgulho. Tudo isso é destrutivo e deve ser dissolvido em uma atitude perdoadora.
Isto é absolutamente essencial porque não temos na terra as perfeições que teremos no céu. Nós aspiramos pelas perfeições do céu mas nós não as temos e então na vida da igreja haverá imperfeições, haverá erros, haverá maus juízos, haverá atitudes erradas, haverá pecados e eles acontecerão em todos os níveis da igreja. Eles acontecerão nas vidas dos líderes, na vida dos pastores e dos anciões, e acontecerão nas vidas de todos desta igreja e de qualquer outra igreja. O apóstolo Paulo que olhava para si mesmo do pináculo da sua vida, considerava-se o principal dos pecadores. Sempre haverá imperfeições e sempre haverá erros e nós sempre estaremos dizendo a nós mesmos, "Miserável homem que sou, quem me livrará do corpo desta morte?". Na verdade, quanto mais amadurecemos em Cristo e quanto mais   crescemos, chegando a ser pais espirituais,  mais os nossos pecados  se tornam manifestos a nós porque quanto maior é a nossa sensibilidade quanto a isto, mais visíveis se tornam as nossas fraquezas. E assim porque sempre haverá imperfeições e sempre haverá erros, iniqüidades, pecados, transgressões e maus juízos, sempre haverá uma grande necessidade do exercício de perdão na vida da igreja. E onde quer que haja uma atitude irreconciliável, haverá quebra de comunhão e  roubará a alegria e a utilidade que nós deveríamos experimentar.
Haverá um roubo da paz que o Senhor nos tem dado pelo Seu Espírito. 
Eu destacaria brevemente que nos dias de hoje a cultura está seduzida psicologicamente, no exercício de glorificar o pecado de auto-estima, e o perdão é alvo de zombaria e a vingança é exaltada. Isto é exatamente o oposto do que a Bíblia nos ensina. O perdão é o ato mais divino que uma pessoa pode fazer. Nada é mais divino do que perdoar alguém. E você nunca é  mais parecido com Deus do que quando você perdoa. 
É algo para realmente se pensar como em Deus coexiste ao mesmo tempo uma imensurável aversão pelo pecado, por conta da Sua perfeita santidade, e ao mesmo tempo, Ele se dispõe a perdoar os pecadores em Cristo, que não queriam e não buscavam o Seu amor, que serviam o arqui-inimigo de Deus, Satanás, sendo que muitos destes que foram perdoados totalmente em Cristo, chegaram a praticar os mais horrendos pecados. Isto revela o quanto Deus é perdoador.
Se a oração do seu coração é para ser como Cristo, ser como verdadeiros filhos de Deus, filhos amados que manifestam o  caráter dele, então você necessariamente deve ser caracterizado pelo perdão. O perdão é uma coisa maravilhosa. Perdão é uma promessa. Perdão é um penhor. Perdão é uma declaração de amor imerecido, que diz que não importa o que você tenha feito, não há nenhuma raiva, não importa o que você fez, não há nenhum ódio, não importa o que você fez, não há nenhum desejo para vingança. Eu passo por aquela transgressão completamente. Eu não o considero culpado. Eu não o culpo. Eu não sinto nenhuma pena de mim mesmo porque fui ofendido, ao contrário, eu esqueço aquela transgressão completamente e estendo todo o meu amor a você. Isso é perdão e isso é divino.
Em Êx 34;6.7. lemos: “E passando o Senhor por diante dele, clamou: Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniqüidade dos pais nos filhos, e nos filhos dos filhos até à terceira e quarta geração.”.
Esta é a característica de Deus com a qual nós queremos  nos identificar. Ele é por natureza um Deus perdoador. 
No Salmo 32.1,2 lemos: “Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniqüidade, e em cujo espírito não há dolo.”.
No Salmo 85.2,3 lemos: “Perdoaste a iniqüidade de teu povo, encobriste os seus pecados todos. A tua indignação reprimiste-a toda, do furor da tua ira te desviaste.”.
Lemos também no Salmo 130.3,4: “Se observares, Senhor, iniqüidades, quem, Senhor, subsistirá ? Contigo, porém, está o perdão, para que te temam.”. Este temor significa ser tratado com  respeito e honra. Deus ganha a adoração desses a quem Ele assim  perdoa gratuitamente. 
Em Is 43.25 lemos: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro.”. Isso é uma grande declaração: “apago as tuas transgressões por amor de mim.”. O que significa isso? Que eu poderia revelar Meu caráter como um Deus perdoador e então poderia ser adorado como tal por aqueles que agradecem tal perdão. 
E então aquele grande texto de  Is 55.6, 7: “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele; e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar.”.
  Deus falou através do profeta Jeremias do mesmo modo: “Purificá-los-ei de toda a sua iniqüidade com que pecaram contra mim; e perdoarei todas as suas iniqüidades, com que pecaram e transgrediram contra mim.”. Deus ressalta a significação da transgressão e então repete a atitude dele de perdão. 
Jesus ensinou muitas parábolas. E nenhuma dessas parábolas é mais conhecido, talvez, do que a que nós chamamos de parábola do filho pródigo. Na verdade não é a parábola do filho pródigo, mas a parábola do pai perdoador. Eu penso que este seria um título melhor para a parábola. Está em Lc 15, e ali vemos como perdoa totalmente um filho imerecedor e indigno. O filho naquela parábola não era como muitos filhos, ganancioso, egocêntrico, indulgente, tolo e ansioso em colocar suas mãos na herança que ele não tinha ganho, tolo, esbanjador pelo modo como a gastou rapidamente com aqueles que, a propósito, o exploraram e o deixaram na miséria, quando o dinheiro dele acabou. Lentamente o seu senso foi sendo despertado, quando viu que estava morrendo de fome, comendo a comida dos porcos, e então compreendeu que até os criados na casa de seu pai tinham comida com fartura, e decidiu voltar para casa.
Ele realmente não esperava ser perdoado, isto, na verdade, era a  última coisa que ele esperava. Ele tinha decidido retornar como escravo, em razão das coisas terríveis que havia feito. Não esperava ser recebido como um filho, mas perguntaria se poderia ser recebido como um escravo.
Quando ele chega próximo à casa do seu pai,  Jesus nos ensina o que significa perdoar. Porque o que faz o pai? O pai não espera o pecador chegar. Assim que ele o vê vindo ele corre ao seu encontro. Quando ele começar a abrir a sua boca para falar, antes que ele possa dizer que está arrependido,  o pai o abraça e começa a beijá-lo e o ama, e só então o filho diz que pecou contra o céu e diante do pai,  e disse que não era digno de ser chamado seu filho. Mas o pai nada responde, e dá ordens aos servos para trazerem depressa a melhor roupa para vesti-lo, e manda colocarem um anel no seu dedo e sandálias em seus pés, manda ainda matar um novilho e ordena que se toque música de alegria e que se dance para comemorar a volta do seu filho. Esse é o caráter pródigo do perdão.
Você diz, "Como o Senhor soube que ele desejava ser perdoado?”. Bem, Ele soube isto porque ele tinha voltado. Obviamente ele tinha começado a andar naquela direção.  Quando Deus vê o pecador se movendo em Sua direção com o coração quebrantado, Ele se move de íntima compaixão, e abraça o pecador e derrama o seu amor perdoador sobre aquele pecador. Esse é o modo que Deus perdoa.  E é assim de fato, porque foi isto que Jesus ensinou. E Jesus sendo Deus, revelou-nos como é o Pai.
O pai perdoador somente pode dizer que ele ama o filho indigno. Ele somente pode dizer que ele sempre amará aquele filho que cometeu tais pecados grosseiros. E pecados cometidos diretamente contra aquele pai. E ele nada fará além  de se alegrar naquele filho e demonstrar isto com  expressões de perdão, e ele não fará isto para qualquer ganho pessoal mas pela alegria completa da reconciliação e simplesmente por amor. É por isso que eu digo que o perdão é a coisa mais divina que você pode fazer. 
É muito difícil de dividir uma igreja cheia de pessoas perdoadoras. Não importa que falhas seu pastor possa cometer, ou seus líderes possam fazer, ou que você mesmo poderia fazer, ou alguém ao redor você poderia fazer, quando há uma prontidão para perdoar tudo isto é muito difícil de provocar essas divisões que desonram tanto ao Senhor. Jesus quando pregado na cruz olhou as pessoas que estavam tirando a Sua vida, e erguendo os Seus olhos ao céu, ao lado deles, Ele disse: "Pai, perdoai-os porque eles não sabem o que estão fazendo.”. E Estevão repetiu este mesmo ato de Jesus quando estava sendo apedrejado pelos seus perseguidores.
Em Ef 4.32 lemos: “Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou.”.  
Nós deveríamos parar para falar sobre isto por um momento.
Um mundo como o nosso é um mundo indelicado, com uma sociedade indelicada, hostil, impiedosa. Simplesmente seja bondoso, esquecendo erros, falhas, fraquezas, pecados e tratando as pessoas com bondade, deixando o egoísmo, as próprias expectativas, e seja gentil com as pessoas, independentemente delas se ajustarem ou não aos seus padrões. E a benignidade inclui o ser compassivo. Essa é uma simples palavra para  se entender, compaixão... tratando as pessoas ternamente. E aqui está um modo para fazer isto: perdoando-se mutuamente da mesma maneira que Deus em Cristo também o perdoou. E a parábola do filho pródigo ilustra o modo como Deus perdoa. 
E novamente eu digo, você nunca se parece mais com Deus do que quando você perdoa, quando você expressa bondade, quando você é compassivo e perdoa da mesma maneira que Deus o perdoou. E não é um perdão superficial, é um perdão profundo, é um perdão pródigo. 
E seguindo imediatamente Ef 4.32, temos Ef 5.1 onde se diz que devemos ser imitadores de Deus como filhos amados. Ora, isto inclui, principalmente que você imita Deus quando você perdoa, porque é isto que o verso anterior ordena. 
Em Col 3:13 Paulo desdobra a mesma grande verdade: “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós.”.  Perdoando com o mesmo tipo de magnanimidade e o mesmo tipo de generosidade com que  Deus o perdoou de coração. 
Lembre-se do ensino de Jesus em Mt 5.44,45: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos.”. 
Paul escreveu aos Efésios e aos Colossenses, essas duas cartas que falam sobre perdão, quando estava numa prisão onde injustamente o prenderam. Ele estava praticando a mesma virtude que ele estava exortando os crentes a praticarem.
Um outro aspecto a se pensar sobre o perdão é que quem o ofende, ofendeu ainda mais a Deus. Ora, e se Deus foi mais ofendido do que você e perdoa, você deve de igual modo perdoar.
No Salmo 51.3,4 Davi reconhece que o seu pecado contra Urias e Bate-Seba, na verdade foi um pecado contra Deus.
E sabemos que Deus perdoou este seu pecado, apesar dele ter sofrido as conseqüências que adviram dele.
Deus é perfeitamente santo. Ele é triplamente santo... santo, santo, santo. Ele é de tão puros olhos que não tolera contemplar o mal, não pode olhar a iniqüidade. Ele não pode tolerar o pecado. Ele menospreza o pecado. Ele odeia o pecado. E enquanto Ele está perdoando haverá um limite à Sua paciência e Ele não suportará sempre o pecado. Chegará um momento de julgamento e justiça. Ele afirma em  Êxodo 34.7, que ao mesmo tempo que Ele é Deus perdoador, há também um limite para o Seu perdão  porque a Sua santidade e justiça entrará em ação onde houver  impenitência. Todo aquele que não se arrepende do mal, há de enfrentar o juízo de Deus. A iniqüidade dos homens será visitada no grande juízo de Deus. Ele é perfeitamente santo e  no final das contas requererá um castigo justo para o pecado. A disposição de Deus em perdoar completamente está revelada e consumada no ato perfeito da remoção da culpa daqueles que se arrependem, por meio do sacrifício vicário de Jesus na Cruz. Podemos dizer que Deus castigou a si mesmo para poder nos perdoar dos nossos pecados. Como escaparemos então se recusamos uma tão grande salvação, que está baseada num tão imenso perdão ? O juízo de Deus não é uma afirmação de que não seja compassivo, misericordioso, perdoador. Isto porque nenhum pecador poderá desculpar-se de não ter usufruído do seu perdão, porque é sacrificial em Deus mesmo, é inteiramente gratuito e total. É obtido somente por fé e pelo arrependimento. O juízo não nega portanto o perdão. Este continua disponível para qualquer um que se arrependa dos seus pecados e que se volte para Deus, assim como fez o filho pródigo.
Deus, que é terrivelmente ofendido pelos nossos pecados, perdoa. Nós que o desonramos quando pecamos, podemos ser, e somos perdoados. Como se sustentará então no juízo a falsa alegação e acusação de que Deus não foi bom e justo, que certamente haverá de partir do coração daqueles que rejeitaram o perdão que foi oferecido por Deus, em Cristo Jesus, graciosamente a todos  os homens ?
Nós que somos pecadores não perdoaremos? O que é isto, algum tipo de complexo de Deus por parte de pessoas que não desejam perdoar ? Mas isto é ter a Deus numa estima incorreta, porque Ele perdoa. Assim, o seu padrão é mais elevado do que o do próprio Deus.
Eu creio de coração que nós devemos perdoar todas as ofensas em todo o tempo. Meus inimigos e aqueles que me perseguem e me odeiam provavelmente não me pedirão o meu perdão, e ainda  Jesus disse "Amai os vossos inimigos e fazei o bem” (Lc 6.35). E isso manifesta uma atitude de perdão. E há crentes que estão ofendendo a você e a mim. Há crentes que estão amargos e cheios de vingança e desejam a retaliação porque imaginam que foram feridos por nós. E eu realmente creio de coração que é essencial que nós estendamos a eles uma bondade, uma compaixão e um amor perdoador com a compreensão de que nunca poderá haver uma restauração do relacionamento até que haja um real arrependimento da parte deles. O relacionamento não poder ser o que deveria ser até que se busque da parte deles uma restauração através do perdão.
Mas você não pode esperar por isto em todas as situações. Eu quero dizer, olhe para o seu próprio lar, olhe para seu próprio matrimônio, olhe para sua própria família. Você estaria acumulando uma longa lista das ofensas que os demais possam ter cometido e que não vieram lhe pedir perdão pelo que fizeram ? Eu creio que não. Eu penso que é a magnanimidade de seu amor por eles que o faz esquecer essas coisas, pois o amor cobre uma multidão de pecados. Assim, a medida do seu perdão pelos que estão fora da sua família, deve ser medida também pelo seu amor por eles.
Você se lembra certamente do relato de Mt 18.21-35, daquele homem que foi perdoado de uma grande dívida por um rei, mas que se recusou a perdoar um pequena dívida de um dos seus devedores. E a observação que  Jesus está fazendo é como você pode aceitar o perdão de Deus por todos seus pecados e não perdoar outra pessoa quando Deus o perdoou muito mais. 
Mas devemos considerar que aquele que não perdoa não é perdoado. Você diz: "O que você quer dizer com isso? Você está falando que quando nós morrermos nós vamos para o inferno apesar de sermos crentes ?”. Não. Não. No grande quadro geral são perdoados todos seus pecados se sua fé estiver em Jesus Cristo. Nós não estamos falando de algo que tem a ver com seu destino eterno. Nós estamos falando do que tem a ver com sua alegria, sua paz, sua utilidade, sua comunhão. Nós estamos falando sobre o que Jesus falou com Pedro quando ele disse, "eu quero um banho", e o Senhor disse, "Você já tomou banho, você só precisa ter os seus pés lavados.". Não é uma questão de você estar limpo, você está limpo, você apenas adquiriu alguma sujeira em seus pés que o tornam um companheiro sujo para quem senta à mesa conosco. 
Em Mt 6.12 Jesus disse isto: “Perdoa as nossas dívidas assim como temos perdoado nossos devedores.”. E logo abaixo no verso 14 Ele diz: “Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém , não perdoardes aos homens as suas ofensas, tão pouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.”. Isso é colocado com muita clareza. Deus o perdoará se você perdoar outros.  
Nós tivemos o perdão eterno através da nossa justificação. Mas precisamos do perdão temporal em nossa santificação e é isso que influi no assunto das bênçãos do presente. Você entende a diferença. O perdão eterno que nós temos na nossa justificação,  quando nos convertemos a Cristo, resolve o assunto da bênção futura. O perdão temporal que nós recebemos diariamente de Deus, se nos arrependemos dos nossos pecados e perdoamos os nossos devedores, é necessário para a nossa santificação, e resolve o assunto da bênção presente. O ponto é, se você não estiver perdoando outros regular, constante e completamente, então Deus não o está perdoando no sentido temporal e se você não está sendo perdoado no sentido temporal, várias coisas acontecerão. Você perderá a bênção e você será sujeito à disciplina de Deus, como ilustra o que foi feito pelo rei com aquele homem que se negou a perdoar o seu próximo, conforme narrativa de Mt 18. Ele era um crente que tinha sido perdoado  completamente por Deus. Ele foi entregue aos verdugos para ser açoitado. Deus castiga aqueles que não perdoam outros. Às vezes ele os castiga até mesmo com a morte física. 
Através dos anos como pastor eu tenho observado que muitas vezes o vazio, a aridez, a estagnação insípida, a falta de alegria, a falta de poder, a falta de utilidade nas vidas das pessoas freqüentemente estão relacionados a um coração irreconciliável, que não perdoa. Isto se deve ao fato de que a bênção de Deus é retida por causa da resistência da pessoa para perdoar. Quando a amargura ou queixa contra outrem se instala no coração, ela não somente envenenará a pessoa, como também a manterá afastada da bênção de Deus enquanto isto perdurar. Até que se pague o último centavo, da dívida de pecados contraída com Deus, a pessoa não poderá se ver livre do açoite do verdugo que a castiga por determinação do Rei dos reis. Às vezes uma pessoa se senta comigo e diz: "Eles estão dizendo isto de mim, e eu ouvi falar isto de mim, e eu estou realmente irado com tudo isto.". E minha pergunta é: “O que você pensa que o Senhor está tentando fazer na sua vida? Você acha que poderia haver alguma razão para você está experimentando tudo isto?”. 
Em outras palavras, a implicação é... poderia ser um castigo? Uma ação disciplinadora da parte de Deus ? Você tem examinado o seu coração? O que eu ouço saindo de seu coração é raiva e o que eu ouço saindo de seu coração é amargura. E talvez é a falta de perdão que está causando todas estas provações. Nós devemos  perdoar porque é isto que agrada a Deus ver seus filhos praticando.  
Nós devemos perdoar porque o Santíssimo perdoa e o menor dos santos, o principal dos pecadores não deveria perdoar? Nós devemos perdoar porque os nossos muitos e grandes pecados contra Deus têm sido perdoados, e as pequenas ofensas que nos são dirigidas não deveriam ser perdoadas por nós? Nós devemos perdoar porque não perdoar é perder a comunhão e o amor dos irmãos e isto será castigado. E além disso, se nós não perdoarmos  nós não somos realmente dignos de participar da mesa do Senhor, nós não estamos em condição de adorá-lo.
Em Mt 5.23-26 Jesus disse: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma cousa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta. Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão. Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo.”.
Agora isto é muito básico. Se você tiver guardado rancor contra alguém, resolva. A reconciliação precisa preceder a adoração. Onde há amargura, raiva e falta de perdão, você precisa fazer tudo que estiver ao seu alcance  para solucionar isto. Onde há a iniqüidade da falta de perdão, Deus não receberá a sua adoração. Tal é a importância do perdão. 
O perdão traz o céu à terra e a paz do céu ao coração pecador. O perdão é a imagem de Deus, o Pai perdoador, e o avanço do reino de Cristo no mundo. 
Nunca você é mais parecido com Deus do que quando você perdoa.  

Tradução e adaptação feitas pelo Pr Silvio Dutra, do original em inglês, em domínio público, de autoria do Pr John Macarthur Jr
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 25/12/2012
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