Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Qual é o Pior? O Legalismo da Lei ou o Legalismo da "Graça"?
Deus revelou a Lei a Moisés mas nunca foi Seu propósito que ela fosse usada da maneira legalista.
Jesus trouxe a graça e a verdade mas também nunca foi Seu propósito que ambas sejam usadas de maneira legalista.
O Senhor quer ser servido de forma voluntária e amorosa.
Legalismo é tentar impor a si ou a outros o que considera ser a vontade de Deus por decreto, regimento ou pela força de argumento ou sanções.
Isto pode ser feito tanto com a Lei, quanto com a graça.
O apóstolo Paulo aprendeu a duras penas o significado da graça e da misericórdia que há no evangelho.
Dantes era perseguidor da Igreja pensando estar fazendo um grande favor a Deus por resguardar a Lei de Moisés contra o cristianismo, o qual ele considerava uma heresia como os demais fariseus.
Quando se converteu, tentou convencer os judeus que Jesus era o Cristo, mas fracassou no início do seu ministério tanto em Damasco quanto em Jerusalém, conforme podemos ver no nono capítulo do livro de Atos.
Cremos que a razão disto ter ocorrido é que ele havia tentado pregar e ensinar a graça do evangelho de maneira legalista, isto é, por tentar impor a sua fé a outros, e assim foi duramente rejeitado.
Se Jesus perdoou os pecados de Maria Madalena que era possessa por sete demônios, e prostituta, antes da sua conversão, é porque havia perdoado de fato aquela mulher, ao ponto dela ter-se apegado profundamente em amor e gratidão espiritual a ele.
Se ela teve que arcar com algumas conseqüências desagraveis de sua vida pregressa, isto não se deveria ao fato de que estas coisas do seu passado estavam sendo colocadas por Deus para um ajuste de contas com ela.
É certo que colhemos o que plantamos, que o pecado deixa seqüelas, mas também é certo que o perdão, a graça, a misericórdia, o perdão, o amor do evangelho cobrem multidão de pecados, conforme Deus prometeu fazer na Nova Aliança, perdoando-nos todas as nossas ofensas e iniquidades dos dias de ignorância, em que não tínhamos nem Deus, nem esperança neste mundo.
Se um jovem deixa o lar paterno, e tal como o pródigo da parábola vai para o mundo, é certo que está quebrando o mandamento de honrar os pais; no entanto, se vem a se converter no futuro e ainda assim seus pais se recusam a perdoá-lo, Deus não deixará de recebê-lo como filho por ter desonrado seus pais no passado.
Ele arcará, é certo, com as consequências de sua desobediência, no abalo do relacionamento que poderá ter até mesmo para sempre com seus pais, mas isto não significa que ele estará debaixo de maldição da parte de Deus por haver tal recusa em ser recebido.
Na verdade, caberia a seus pais recebê-lo e perdoá-lo, em face da sua conversão e arrependimento, tanto quanto Deus o recebeu como Seu verdadeiro filho, e não lhe lançará mais em rosto o pecado que cometeu no passado.
Deus destruiu e esqueceu o passado do pródigo, e lhe deu um novo começo de vida, fazendo com que todas as coisas passadas fossem esquecidas, e sempre fará o mesmo com todo aquele que se converter de seus pecados e receber a Cristo como seu Salvador e Senhor.
Leva tempo para alguns crentes compreenderem portanto que o evangelho tem suas leis, mas não é um modo de viver legalista, porque oferece perdão e graça gratuitos para serem recebidos simplesmente pelo arrependimento e pela fé.
Deus detesta o pecado. Ele nunca será conivente com o pecado ou com pecador. Ele exige realmente santidade de vida daqueles que se aproximam dEle, mas esta santificação não é por nenhum modo legalista, senão voluntariamente e por amor e obediência à Sua vontade.
Ele não colocará a toga de Juiz para nenhum dos seus filhos, mas os corrigirá e disciplinará em amor, tal como um pai faz com seu filho.
Contudo, Ele será Juiz para todos os que resistem à Sua vontade e que rejeitam a graça que lhes está sendo oferecida em Cristo Jesus para que possam ser renovados e regenerados pelo Espírito Santo, que seria para eles um Consolador amoroso, paciente, perdoador, até que Cristo fosse formado em seus corações.
Mas desde que alguém se torna Seu filho por meio da fé em Jesus, já não há nenhuma condenação para tal pessoa, porque Jesus cancelou toda a sua dívida de pecados para com Deus, quando morreu na cruz.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 26/12/2012