Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Sansão – Parte 4 – Juízes 16
 
O nome Sansão, como nós comentamos antes, significa sol brilhante; e nós vemos que este sol começou a brilhar desde a manhã do seu nascimento pela esperança para Israel que foi prometida por Deus com o nascimento daquele menino, e este sol se fez forte e brilhante como ao meio-dia durante os vinte anos que ele julgou Israel, livrando-o das opressões dos filisteus, mas este capitulo mostra o entardecer e anoitecer de Sansão, quando o brilho do sol apagou na parte final da sua vida, conforme vemos neste 16º capítulo do livro de Juízes.
Aqui nós vemos como ele se arriscou grandemente por causa da intimidade com uma meretriz, quase não escapando (v. 1 a 3). E nós vemos ainda ele sendo infiel ao seu voto de nazireado, envolvendo-se com outra meretriz, Dalila, que seria o instrumento da sua ruína. E na infidelidade ao voto, pelo seu relacionamento com Dalila, ele acabou quebrando o mesmo, quando lhe revelou o segredo da forma de se quebrar o referido voto, pois o nazireado acabava quando o votante rapava a sua cabeça, conforme prescrito na lei de Moisés, indicando que estava livre do compromisso mútuo com Deus que era imposto enquanto durasse o voto. E foi esta a razão porque Sansão foi deixado à mercê dos seus inimigos. Não pelo segredo que lhe revelou, mas pelo fato de ter tido a cabeça rapada, o que consequentemente tornava o voto sem efeito, anulando-o. E se a força de Sansão era garantida pelo voto de nazireado, que no seu caso deveria durar toda a sua vida, conforme palavra do anjo aos seus pais, antes da sua concepção, não seria de se esperar que ele a mantivesse caso o voto fosse quebrado.   
Antes mesmo de ter se unido a Dalila, Sansão pecou grandemente profanando a honra de um israelita e especialmente do nazireu que ele era, quando se afeiçoou a uma prostituta de Gaza e teve relações com ela. (v. 1).  
Sabendo que ele se encontrava em Gaza, os filisteus fecharam os portões da cidade e planejaram matá-lo pela manhã, considerando que o tinham aprisionado na cidade ao fecharem os seus enormes portões. Mas, levantado-se à meia-noite, Sansão fugiu por onde eles menos esperavam, pelos portões da cidade, e certamente não montaram uma guarda especial no local, confiados que estavam na forte estrutura daqueles portões. Mas a força do Espírito Santo através de Sansão permitiu-lhe que arrancasse os portões com as próprias mãos, e não somente isto, que os levasse sobre os seus ombros até o cume de um monte fronteiriço a Hebrom.  
Satanás estava trabalhando no ponto fraco de Sansão para conduzi-lo à derrota. Não para satisfazer os filisteus. Mas, como sempre faz, para atrapalhar os planos de Deus e tentar invalidar a Sua promessa e Palavra. E como não foi possível vencer a Sansão com uma prostituta rude, ele vai lançar mão agora de uma atração mais sofisticada. Uma mulher refinada que se relacionava com os príncipes filisteus. Uma cortesã que seria usada ardilosamente para que se quebrasse o voto de Nazireu que Sansão tinha com Deus, e deste modo, perdesse toda a sua força.
A estratégia de Satanás segue sendo a mesma em relação a todos os cristãos, como vemos ilustrado em variadas porções da Bíblia, porque o grande propósito dele é o de colocar-nos debaixo da correção do próprio Deus, pois isto fere tanto a nós quanto ao Seu coração amoroso de Pai. Nós vimos isto no livro de Números quando Balaão, por inspiração satânica, sugeriu que os midianitas dessem suas mulheres como esposas aos israelitas para que estas lhes ensinassem a se prostituírem com Baal, e o resultado foi que eles pecaram contra Deus, e não restou ao Senhor alternativa senão a de visitar o pecado deles com uma grande praga que matou a milhares de israelitas.
Especialmente os ministros do evangelho são os alvos preferenciais de Satanás, para serem conduzidos em pecado, de forma que o escândalo produzido pelo pecado deles traga grande prejuízo não somente ao rebanho que dirigem, como também traga desonra ao Deus sob cujo nome eles ministram.
Assim, não são propriamente as pessoas dos ministros que Satanás tem por objetivo atingir, mas a causa do evangelho. De igual modo não era propriamente a pessoa de Sansão o alvo do diabo, e não somente também manter os israelitas debaixo da dominação dos filisteus, senão do seu próprio domínio conforme estava conseguindo em sucessivas gerações de Israel, fazendo com que permanecessem endurecidos em seus pecados e incredulidade. E Satanás sabia o quanto a ação de Deus através da vida de Sansão poderia servir para despertar a fé dos israelitas e movê-los a viverem de novo obedientemente à Sua vontade, e cumprindo a Sua Palavra.
Mas, infelizmente, isto não ocorreu, não por ter Deus fracassado, mas por ter sido a vida de Sansão uma vida tão cheia de contradições.
Deus prepararia um outro libertador para Israel, para trazer a nação à fidelidade à Sua vontade, e fez isto nos dias de um outro juiz que foi levantado depois de Sansão, o sacerdote Eli, e esta pessoa que foi grandemente usada por Deus como modelo de obediência e santidade, para servir de bom exemplo para Israel retornar à fidelidade, foi o profeta Samuel.                
Então, ainda que Israel tivesse se livrado do jugo dos filisteus pela libertação obtida por Sansão em sua morte, foi apenas uma liberdade de caráter político, e não espiritual, porque os israelitas permaneceram escravizados à sua incredulidade. 
Nós vemos o próprio Sansão, no final da sua vida, emaranhado no laço do diabo, porque ficou de tal maneira ligado em seu espírito a Dalila, que se tornou negligente com o dom de Deus que havia nele. Ele deixou de dar o devido valor ao que era precioso e passou a seguir as inclinações naturais de sua natureza carnal, ao ponto de não considerar a desonra que estava dando ao nome de Deus através do seu interesse em relacionar-se até mesmo com meretrizes.
Deste modo a sua queda era previsível e dependeria somente de uma mera questão de tempo. Quando o nosso coração se afasta de Deus e da santidade que é devida a Ele, pela necessária atenção e cuidado em guardar os Seus mandamentos, a consequência é que automaticamente ficamos sujeitos ao governo da carne e enfraquecidos espiritualmente diante do nosso arqui inimigo. Ainda que tivesse mantido a força física, enquanto estava com Dalila, conforme pôde demonstrar a ela nas vezes em que lhe disse falsamente o modo pelo qual poderia se tornar fraco, tendo rompido cordas de nervos, cordas novas, e se livrado do tear, com extrema facilidade, no entanto, o seu espírito estava enfraquecido porque já não poderia estar em comunhão com Deus, porque é impossível estar na presença de Deus ao mesmo tempo em que nos permitirmos ser vencidos pelo pecado.
E tendo perdido a comunhão com Deus Sansão passou a agir ingenuamente e colocou o seu coração e confiança numa mulher, ao ponto de não somente correr o grande risco de confiar nela para guardar o segredo que poderia torná-lo vulnerável, como também de confiar ao ponto de adormecer em seu colo.              
Não é incomum que Satanás use falsos consoladores,  conselheiros e amigos, com o propósito de nos afastar dos caminhos de Deus. Ele pode usar várias fontes de tentação com uma falsa aparência de beleza e conforto que acabarão se transformando na causa da nossa ruína espiritual. A beleza de uma Dalila pode ser trazida aos cristãos não necessariamente através do físico de uma mulher, mas nas mais variadas formas de imagens reais e virtuais, especialmente neste mundo tecnológico das TV`s, e todas as formas de equipamentos de áudio e de vídeo, nos quais são veiculadas em grande maioria as coisas que são forjadas no inferno com o propósito de manter os homens endurecidos em seus pecados e de afastar os cristãos da comunhão com Deus. Sempre haverá à nossa disposição um colo no qual poderemos ser entretidos com um sono que nos será mortal.
Temos que considerar quanto a isto que a simples resistência em não praticar o mal sugerido, tal como foi o caso de Sansão em sua resistência inicial em não ceder à  insistência de Dalila para arrancar dele o segredo da sua força, não será de qualquer valia e proveito a nós, se apesar de não praticarmos o mal que nos é sugerido pelas fontes de tentação às quais estamos ligados em nosso coração, porque na verdade, o não praticar é como se o tivéssemos praticado, porque o nosso coração já não é com Deus, mas com aquelas coisas às quais nos unimos através da nossa natureza carnal. Quando a atmosfera de santidade de Deus se vai de nós, e por meio da qual respiramos o ar vital para a vida do nosso espírito, o Senhor pode ter se ausentado de nós, e nem sempre o perceberemos, tal como ocorreu com Sansão (v 20).
    Quando o anjo anunciou o nascimento de Sansão a seus pais não disse nada a eles acerca da grande força física que ele teria. O anjo falou somente que deveria ser um nazireu, e que nenhuma navalha deveria ser passada em seu cabelo. Assim, a força dele estaria na sua consagração a Deus. E de igual modo a nossa força espiritual é decorrente da nossa consagração ao Senhor. Assim a força física de Sansão que era forjada pela ação do Espírito Santo serve de tipo e figura da força espiritual dos cristãos (Col 11.29). Assim se é a consagração a razão da nossa força, se perdermos a primeira, consequentemente perderemos a segunda. Não era portanto o cabelo de Sansão propriamente dito que era a fonte da sua força, mas a fidelidade a seu voto de nazireu que seria demonstrado exteriormente pelo fato de não raspar a sua cabeça.  Tudo nos chama a confiar e a esperar inteiramente na graça de Deus porque é somente vivendo e andando deste modo que podemos receber dEle poder e direção para nossas vidas. Veja o caso de Sansão, que perdendo a Sua comunhão com Deus, perdeu também a capacidade de ouvir a Sua voz, e fazendo-se negligente para com o seu dom, não foi alertado quanto ao perigo que estava correndo, e Deus o deixou entregue à sua própria carnalidade e às consequências que lhe sobreviriam em decorrência disso. Deus jamais encobrirá as nossas faltas por meio de distorcer a verdade e justiça. Ele jamais o fará porque não pode fazê-lo em razão da Sua perfeita santidade e justiça. Nem sequer o faria para preservar a honra do Seu bom nome, para que não seja infamado pelos escândalos produzidos pelos Seus servos. Ele suportará o dano, e vindicará a Sua santidade e justiça permitindo que soframos as consequências de nossas más ações, de modo que seja testemunhado que Ele nos abandonou não em razão de falta de amor por nós, mas por causa dos nossos pecados deliberados, de modo que aquilo de mau que fazemos publicamente possa ser também interpretado publicamente como sendo algo pertencente à nossa exclusiva maldade, e não em decorrência de qualquer maldade ou injustiça que pudessem ser achadas em Deus e serem a causa do nosso mau comportamento.
Tal como Judas se vendeu para trair a Jesus, Dalila também se vendeu aos príncipes filisteus para trair a Sansão. O salário da injustiça foi devidamente pesado e seria pago assim que a traição fosse consumada. E tudo isso estava oculto ao conhecimento de Sansão. Aquele homem que foi o instrumento poderoso para livrar Israel enquanto caminhava com Deus e que havia subjugado tantos e poderosos inimigos, seria agora vencido para sua vergonha, pela instrumentalidade de uma mulher, revelando-se assim quão fraca é a natureza humana quando está desprovida da força que decorre da graça do Senhor.           
Se descuidamos da nossa comunhão com Deus não devemos esperar prevalecer contra os nossos inimigos, porque eles virão disfarçados a nós sob a forma de uma fragilidade qualquer, tal como ocorreu com Sansão, e nos enganarão, assim como o enganaram.  
E os olhos de Sansão foram vazados pelos filisteus para que não mais enxergasse, e assim pensavam que não correriam mais qualquer risco, mesmo que ele viesse a recobrar a sua antiga força, pois não teria os seus olhos para guiá-lo. E eles pretendiam mantê-lo como um troféu vivo para o deus Dagom deles, para tributar-lhe honra com a forma zombeteira com que tratariam o seu maior inimigo, de modo a exibir publicamente a supremacia do seu deus sobre o Deus de Sansão.
Não existe nenhum Dagom e nenhum outro Deus além do Deus único e verdadeiro. Mas certamente existe aquele que sempre está por detrás de todo culto idolátrico, instigando os homens a adorarem deuses que sequer existem. E isto sim é o maior escárnio que existe e que é produzido por Satanás para expor ao ridículo os homens que foram criados à imagem e semelhança de Deus. Através do engano ele consegue enganar aqueles que enganam. Porque se os filisteus haviam enganado a Sansão através de Dalila, eles também estavam sendo enganados pelo diabo de modo a julgarem que de fato um deus inexistente tinha sido quem lhes havia feito triunfar sobre o seu grande inimigo. Assim, aqueles que vivem a enganar são também enganados pelo diabo porque não podem andar na verdade e serem livrados do engano do Maligno por causa das suas más obras que os colocam debaixo da influência e do poder de Satanás.     
E mesmo no caso de cristãos, como Jesus alertou aos seus discípulos, se o sal vier a perder o sabor para nada mais presta senão para ser pisado pelos homens. E foi exatamente o que sucedeu a Sansão. Ele perdeu o sabor da sua consagração. Ele pensava que Deus ainda era com ele mesmo vivendo em pecado, pois o pecado tem esta propriedade de endurecer e cegar. De modo que Sansão já estava cego quando lhe vazaram os olhos, pois não podia mais enxergar a Deus em espírito.
Entretanto, em Sua grande misericórdia e para vindicar a Sua glória e santidade, Deus conduziu Sansão ao arrependimento quando os filisteus estavam glorificando e louvando a Dagom por ter entregue nas mãos deles o seu inimigo, e a forma que eles escolheram de tributar honra ao seu deus seria expondo Sansão ao ridículo perante ele e toda assembleia de filisteus. Este tipo de honra jamais seria aceita pelo Deus verdadeiro porque não tem prazer na iniquidade. E assim, o caráter do deus que é cultuado pelos ímpios será retratado com a mesma vileza daqueles que lhe prestam culto.   
E as milhares de pessoas que estavam zombando de Sansão e do Deus de Sansão, e tributando honra a um deus falso não sabiam que havia um juízo de Deus determinado sobre elas, e prosseguiram em suas luxúrias e apresentação de sacrifícios ao seu deus enquanto zombavam de Sansão. O Senhor poderia castigá-los diretamente como fizera com os de Sodoma e Gomorra, e no dilúvio nos dias de Noé, mas o caso requeria, para glória da Sua justiça e misericórdia, que o instrumento da vergonha fosse restaurado, de modo a ser um instrumento de honra. E isto deveria ser feito pelo caminho do perdão e do arrependimento. E assim, em sua grande humilhação e indignação por estar testemunhando a forma como o nome do Deus de Israel estava sendo blasfemado, Sansão clamou ao Senhor com as seguintes palavras: “Então Sansão clamou ao Senhor, e disse: Ó Senhor Deus! lembra-te de mim, e fortalece-me agora só esta vez, ó Deus, para que duma só vez me vingue dos filisteus pelos meus dois olhos.” (v. 28).
E assim, a força que Sansão havia perdido no pecado, ele recuperou através da oração. E Deus poderia restaurar o voto de nazireu dele porque o seu cabelo havia crescido. Caso o cabelo tivesse crescido e Sansão não se arrependesse, mesmo que o voto fosse restaurado ele não poderia ser usado pelo Espírito de Deus, em razão da sua falta de arrependimento. Não basta portanto cumprir aquilo que votamos a Deus e nem ofertar e adorar a Ele sem que atendamos à condição necessária para que nossas ofertas, adoração e serviço sejam aceitáveis a Deus: a consagração de nossas vidas a Ele. Sem santificação, sem fé, sem amor, sem comunhão com o Senhor, será impossível agradá-lo e por conseguinte não seria possível andar em acordo com Ele. A simples ação exterior não será aceita por não ter sido acompanhada pela atitude interior adequada que deve lhe dar causa. Por isso se diz que Deus ama a quem dá com alegria, significando isto que nossas ofertas devem ser acompanhadas por um espírito de gratidão e alegria em se estar servindo ao Senhor.  Assim, Sansão não orou somente com os lábios, mas voltou verdadeiramente em seu coração para o Deus ao qual ele havia virado suas costas com o seu mau caminhar, e por isso teve a sua oração atendida.   
E o atendimento do pedido de Sansão deixa bem marcado na Bíblia o caráter daquela Antiga Aliança, porque Sansão, ao morrer pediu a Deus para se vingar dos seus inimigos, e foi atendido porque na Antiga Aliança se dizia aos antigos:”Olho por olho, dente por dente.”. E Sansão poderia ter atendido o seu pedido de vingança por terem os filisteus vazado os seus olhos. Mas Cristo, ao morrer, inaugurando uma Nova Aliança, pediu perdão e não vingança para os seus inimigos que zombavam dele na cruz, bem como para todos os pecadores que deram causa à sua crucificação. E isto denota o novo caráter desta Nova Aliança onde já não mais se diz “olho por olho, dente por dente”, mas “amai os vossos inimigos.”.      
Embora Sansão tenha vivido na época da dispensação da Lei, no entanto era um salvo por causa da sua fé, e ainda que tenha morrido com os filisteus, não teve o mesmo destino deles, porque certamente foi conduzido à glória celestial por causa da bondade e misericórdia de Deus manifestadas a Ele, e o Senhor conhece aqueles que são seus.
E Deus honrou a Sansão mesmo depois da sua morte, pois não permitiu que o seu corpo ficasse enterrado no território dos seus inimigos juntamente com eles, pois seus familiares o descobriram entre os escombros do edifício que ele havia derrubado, e o trouxeram ao território de Israel onde foi sepultado. 
 
 
 
“1 Sansão foi a Gaza, e viu ali uma prostituta, e entrou a ela.
2 E foi dito aos gazitas: Sansão entrou aqui. Cercaram-no, pois, e de emboscada à porta da cidade o esperaram toda a noite; assim ficaram quietos a noite toda, dizendo: Quando raiar o dia, matá-lo-emos.
3 Mas Sansão deitou-se até a meia-noite; então, levantando-se, pegou nas portas da entrada da cidade, com ambos os umbrais, arrancou-as juntamente com a tranca e, pondo-as sobre os ombros, levou-as até o cume do monte que está defronte de Hebrom.
4 Depois disto se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, cujo nome era Dalila.
5 Então os chefes dos filisteus subiram a ter com ela, e lhe disseram: Persuade-o, e vê em que consiste a sua grande força, e como poderemos prevalecer contra ele e amarrá-lo, para assim o afligirmos; e te daremos, cada um de nós, mil e cem moedas de prata.
6 Disse, pois, Dalila a Sansão: Declara-me, peço-te, em que consiste a tua grande força, e com que poderias ser amarrado para te poderem afligir.
7 Respondeu-lhe Sansão: Se me amarrassem com sete cordas de nervos, ainda não secados, então me tornaria fraco, e seria como qualquer outro homem.
8 Então os chefes dos filisteus trouxeram a Dalila sete cordas de nervos, ainda não secados, com as quais ela o amarrou.
9 Ora, tinha ela em casa uns espias sentados na câmara interior. Então ela disse: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! E ele quebrou as cordas de nervos, como se quebra o fio da estopa ao lhe chegar o fogo. Assim não se soube em que consistia a sua força.
10 Disse, pois, Dalila a Sansão: Eis que zombaste de mim, e me disseste mentiras; declara-me agora com que poderia ser amarrado.
11 Respondeu-lhe ele: Se me amarrassem fortemente com cordas novas, que nunca tivessem sido usadas, então me tornaria fraco, e seria como qualquer outro homem.
12 Então Dalila tomou cordas novas, e o amarrou com elas, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! E os espias estavam sentados na câmara interior. Porém ele as quebrou de seus braços como a um fio.
13 Disse Dalila a Sansão: Até agora zombaste de mim, e me disseste mentiras; declara-me pois, agora, com que poderia ser amarrado. E ele lhe disse: Se teceres as sete tranças da minha cabeça com os liços da teia.
14 Assim ela as fixou com o torno de tear, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Então ele despertou do seu sono, e arrancou o torno do tear, juntamente com os liços da teia.
15 Disse-lhe ela: como podes dizer: Eu te amo! não estando comigo o teu coração? Já três vezes zombaste de mim, e ainda não me declaraste em que consiste a tua força.
16 E sucedeu que, importunando-o ela todos os dias com as suas palavras, e molestando-o, a alma dele se angustiou até a morte.
17 E descobriu-lhe todo o seu coração, e disse-lhe: Nunca passou navalha pela minha cabeça, porque sou nazireu de Deus desde o ventre de minha mãe; se viesse a ser rapado, ir-se-ia de mim a minha força, e me tornaria fraco, e seria como qualquer outro homem.
18 Vendo Dalila que ele lhe descobrira todo o seu coração, mandou chamar os chefes dos filisteus, dizendo: Subi ainda esta vez, porque agora me descobriu ele todo o seu coração. E os chefes dos filisteus subiram a ter com ela, trazendo o dinheiro nas mãos.
19 Então ela o fez dormir sobre os seus joelhos, e mandou chamar um homem para lhe rapar as sete tranças de sua cabeça. Depois começou a afligi-lo, e a sua força se lhe foi.
20 E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Despertando ele do seu sono, disse: Sairei, como das outras vezes, e me livrarei. Pois ele não sabia que o Senhor se tinha retirado dele.
21 Então os filisteus pegaram nele, arrancaram-lhe os olhos e, tendo-o levado a Gaza, amarraram-no com duas cadeias de bronze; e girava moinho no cárcere.
22 Todavia o cabelo da sua cabeça, logo que foi rapado, começou a crescer de novo:
23 Então os chefes dos filisteus se ajuntaram para oferecer um grande sacrifício ao seu deus Dagom, e para se regozijar; pois diziam: Nosso deus nos entregou nas mãos a Sansão, nosso inimigo.
24 Semelhantemente o povo, vendo-o, louvava ao seu deus, dizendo: Nosso deus nos entregou nas mãos o nosso inimigo, aquele que destruía a nossa terra, e multiplicava os nossos mortos.
25 E sucedeu que, alegrando-se o seu coração, disseram: Mandai vir Sansão, para que brinque diante de nós. Mandaram, pois, vir do cárcere Sansão, que brincava diante deles; e fizeram-no estar em pé entre as colunas.
26 Disse Sansão ao moço que lhe segurava a mão: Deixa-me apalpar as colunas em que se sustém a casa, para que me encoste a elas.
27 Ora, a casa estava cheia de homens e mulheres; e também ali estavam todos os chefes dos filisteus, e sobre o telhado havia cerca de três mil homens e mulheres, que estavam vendo Sansão brincar.
28 Então Sansão clamou ao Senhor, e disse: Ó Senhor Deus! lembra-te de mim, e fortalece-me agora só esta vez, ó Deus, para que duma só vez me vingue dos filisteus pelos meus dois olhos.
29 Abraçou-se, pois, Sansão com as duas colunas do meio, em que se sustinha a casa, arrimando-se numa com a mão direita, e na outra com a esquerda.
30 E bradando: Morra eu com os filisteus! inclinou-se com toda a sua força, e a casa caiu sobre os chefes e sobre todo o povo que nela havia. Assim foram mais os que matou ao morrer, do que os que matara em vida.
31 Então desceram os seus irmãos e toda a casa de seu pai e, tomando-o, o levaram e o sepultaram, entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá, seu pai. Ele havia julgado a Israel vinte anos.” (Jz 16.1-31).
 
 
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A Igreja tem testemunhado a redenção de Cristo juntamente com o Espírito Santo nestes 2.000 anos de Cristianismo.
Veja várias mensagens sobre este testemunho nos seguintes links:
http://retornoevangelho.blogspot.com.br/
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A Bíblia também revela as condições do tempo do fim quando Cristo inaugurará o Seu reino eterno de justiça ao retornar à Terra. Com isto se dará cumprimento ao propósito final relativo à nossa redenção.
Veja a apresentação destas condições no seguinte link:
http://aguardandovj.blogspot.com.br/ 
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 27/12/2012
Alterado em 10/07/2014
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