Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Uma Mudança Sobrenatural
 
Quando o Senhor diz “sede santos por que eu sou santo” o que está em foco é uma convocação direta a ser imitado.
Jesus é o nosso exemplo de vida que devemos seguir, se desejamos de fato ser santificados.
Por isso há várias convocações diretas na Palavra neste sentido em Mt 10.25; Fil 2.5; I Cor 11.1; Ef 5.1; I Ts 1.6;  I Pe 2.21;  I Jo 2.6; 4.17, entre outras.
A imitação de Cristo está embutida na ordenança bíblica que nos manda nos revestirmos de Cristo ou do novo homem, o que é a mesma coisa (Rom 13.14; Ef 4.24; Col 3.10).
Cabe ressaltar que na regeneração já ocorreu um revestimento do novo homem, e um despojamento do velho homem, mas tanto uma coisa quanto outra (revestimento e despojamento) devem prosseguir na santificação.
Quando encontramos na Palavra de Deus, citações ao fato de já termos sido lavados, santificados, revestidos do novo homem e despojados do velho, a referência se aplica no caso à REGENERAÇÃO (novo nascimento), e quando há uma exortação no sentido de se prosseguir com o trabalho de purificação da alma, de despojamento da carne, mortificação da natureza terrena e revestimento de Cristo ou do novo homem, a referência então se aplica ao processo da SANTIFICAÇÃO, que deve prosseguir por toda a vida, até que sejamos recebidos na glória.
A santificação consiste basicamente na ordenança de Rom 13.14: revestir-se de Cristo e nada dispor para a carne quanto às suas concupiscências.
E para revestir-se externamente de Cristo é necessário primeiro conhecê-lo interiormente.
Jesus deve ser recebido no coração por fé, antes de poder se manifestar na vida pela santidade.
Para que a luz apareça e ilumine é preciso primeiro acender a lâmpada.
É assim que a luz do cristão brilha no mundo, pelo testemunho de sua própria vida, pelas virtudes visíveis de Cristo que se manifestam na mesma.
Esta luz pode brilhar mais em uns do que em outros, conforme o nível de sua consagração, e consequentemente, da sua santificação.
Assim, o exterior e visível deve ser precedido e  inspirado pelo interior e invisível, para que o mundo não possa negar que somos filhos da luz e do dia (I Tes 5.5,8).
Não basta que Cristo seja o alimento que sustém o homem interior, é também necessário que seja o vestido que cobre o homem exterior, e que deve ser visto pelo mundo, através do seu testemunho.
O cristão deve estar vestido de Cristo em todo o tempo, e deve estar de tal maneira vestido do Senhor, que se confunda com Ele.
Na conversão, quando é regenerado pelo Espírito esta exortação é cumprida num sentido parcial, pois o cristão se reveste de Cristo como um manto de justiça.
A justiça de Cristo que é imputada ao cristão na justificação, passa a ser dele, porque Cristo agora lhe pertence e ele a Cristo.
Embora injusto por natureza, o cristão passa a ser justo.
Mas a ordenança de Rom 13.14 não se refere à justificação, mas à santificação.
Entretanto o ato de se revestir de Cristo só pode ser cumprido por aqueles que já foram justificados e regenerados.
Devemos nos revestir de Cristo, continuamente, para que a santidade de Cristo seja reproduzida em nossa conduta diária.
Se é a Cristo que devemos ir para obter o perdão e a justificação, não devemos ir a outro para obter a santificação (I Cor 1.30).
Havendo começado com Jesus, devemos seguir com Ele até o fim.
O ato de se revestir de Cristo consiste em imitá-lo.
Ele é o modelo, o único modelo que deve ser seguido pelos cristãos.
Devemos andar no mundo como Cristo andava.
Uma pergunta deve acompanhar o cristão em todas as áreas de atividades e situações de sua vida:
“o que faria Jesus em meu lugar?”, e sua ação deve ser norteada pela resposta a tal pergunta.
É pela vida de Jesus que devemos modelar a nossa.
O motivo ativo e potente que nos encoraja a imitar Jesus como nosso modelo é a santificação das nossas almas.
Acheguemo-nos ao Senhor e Ele nos dará o vigor que nos falta.
Sem a graça que está em Cristo Jesus não é possível ter a verdadeira santidade.
O próprio Moisés e todos os que agradaram a Deus na dispensação da lei foram assistidos e fortificados pela graça, que também operou mediante a fé.
A fonte da verdadeira santidade está em que “o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim, da graça.”.
Todos os que agradam a Deus não são os que se deixam constranger pela força dos Seus mandamentos, como quem serve a um rude patrão, mas, são os que O servem como filhos que estimam e amam a seu Pai.
A motivação do cristão deve repousar na gratidão pela graça e redenção de Jesus, que lhe trouxe a salvação.
Não é no Sinai que deve buscar o estímulo à sua santidade, mas no Calvário.
Inflamado de amor pelo Salvador, que morreu por ele, será a sua felicidade estar pronto para viver ou para morrer, para trabalhar ou para sofrer pelo seu Senhor.
O desejo de ser louvado e o temor de ser censurado não são motivos para a santidade, são indignos de quem pertence a Cristo.
O servo do Senhor não pode se fazer servo dos homens, agindo como que para agradar a homens.
Antes, a glória do seu Mestre é sua paixão, e tudo o mais é sem importância.
Dizer “revesti-vos do Senhor Jesus Cristo” é o mesmo que dizer, “revesti-vos da perfeição”.
Assim, o cristão deve se revestir das virtudes que fazem parte do caráter de Jesus.
Não de parte destas virtudes, mas de todas elas.
Não é somente sua humildade ou doçura, ou amor, ou zelo o que devemos imitar, mas a sua completa santidade.
A nossa comunhão com Cristo deve ser tão íntima, que a sua personalidade possa ser reproduzida em nós.
A nossa vontade deve ser conformada à dEle.
É a vontade de Deus que sejamos cada vez mais semelhantes a Jesus (Rom 8.29).
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 27/12/2012
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