Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
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Os Juízos de Deus Sobre o Anticristo – Apocalipse 15 a 18
 
Os capítulos 15 e 16 de Apocalipse descrevem os sete flagelos despejados em taças, por sete anjos, sobre a terra, com os quais se consumou a ira de Deus.
Por meio de Jesus Cristo, os cristãos são livrados da ira de Deus, e isto é evidência suficiente para afirmarmos que a igreja não passará pelo período da Grande Tribulação, por ter sido arrebatada antes que o Senhor comece a despejar a sua ira sobre os incrédulos, desde a abertura dos sete selos e do toque das trombetas.
Muitos dos que estavam endurecidos até o arrebatamento da igreja, haverão de se converter durante o período da tribulação, porque se diz que por amor dos eleitos, estes dias serão abreviados.
A tribulação será, portanto, um fator que contribuirá para a sua conversão livrando-os assim dos tormentos eternos do inferno.
Quando o primeiro anjo despejou os flagelos de sua taça, os portadores da marca da besta e adoradores da sua imagem sofreram úlceras malignas e perniciosas.
Desde os dias de Moisés Deus havia prometido que não traria as enfermidades que lançou sobre os egípcios, sobre aqueles que andassem nos seus estatutos, cumprindo a Sua vontade.
Vemos assim que estas úlceras serão visitações de juízos sobre o pecado.
Então, o segundo anjo despejou a sua taça no mar e ele se tornou como o sangue de um homem morto.
Você se lembra que no juízo dos selos aconteceu a morte de um terço do mar, mas agora todo o mar é atingido. Isto faz parte da palavra dada por Jesus em Lc 21.25-27:
“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas, sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das cousas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados. Então se verá o Filho do homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória.”
Vemos assim, que a precipitação destes juízos será rápida e próxima da vinda do Senhor, dando cumprimento à palavra de que estes dias finais da Grande Tribulação seriam abreviados por amor dos escolhidos.
Não temos nisto, portanto, uma sucessão de eventos de grande impacto catastrófico e grande tormento, por um extenso período.
São juízos rápidos e sucessivos que precipitarão e coincidirão com o retorno do Senhor, tanto para a consumação da destruição dos ímpios pela liberação da palavra da Sua boca, como para destruir as obras do diabo e do Anticristo, dando início ao Seu reino milenar sobre a terra.
“O terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue, e o anjo declarou que Deus é justo por ter julgado estas cousas, porquanto haviam derramado o sangue de santos e de profetas, e assim lhes estava dando sangue a beber porque eram dignos disso” (Apo 16.4-7).
A humanidade estava apoiando o Anticristo no seu trabalho de destruir aqueles que não estavam aceitando adorá-lo como deus. E o Senhor estava lhes dando a devida paga.
Quando o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, foi dado ao sol queimar os homens com fogo.
Eles não se arrependeram para darem glória a Deus, antes blasfemaram o Seu nome (16.8,9).
O quinto anjo despejou a sua taça sobre o trono da besta, e o reino do Anticristo se tornou em trevas; os homens, por causa das angústias e das úlceras que sofriam, não se arrependeram, mas blasfemaram o Deus do céu (16.10,11).
O sexto anjo derramou a sua taça sobre o rio Eufrates, cujas águas se secaram para preparar o caminho para os reis que vêm do leste, para que pudessem se ajuntar no lugar chamado Armagedom (16.12-16).
O sétimo anjo derramou a sua taça no ar e sobrevieram relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande terremoto como nunca houve igual desde que há gente sobre a terra.
A grande cidade se dividiu em três partes e caíram as cidades das nações, e lembrou-se Deus da grande Babilônia, para dar-lhe o cálice do vinho do furor da sua ira.
Toda ilha fugiu e os montes não foram achados. Houve grande saraivada sobre os homens com pedras que pesavam cerca de um talento, e por causa da chuva de pedras, os homens blasfemaram de Deus (16.17-21).
Como vimos, Lucas fala de eventos horríveis, eventos amedrontadores que irão acontecer.
Você pode voltar ao capítulo 6 de Apocalipse, e ver ali coisas horríveis como guerra e morte, fomes e massacre.
Como o céu começa a se quebrar, como a terra começa a tremer com eventos terríveis.
Indo para o capítulo 9, vemos o abismo sem fundo sendo aberto para a libertação de demônios.
Os homens serão atormentados por eles; eles buscarão a morte e a morte fugirá deles.
O líder destes demônios (9.11) chama-se em hebraico Abadom, e em grego Apolion, que significa destruidor.
Estes demônios levantam um exército terrível.
No capitulo 14, também se descrevem coisas que ocorrerão próximo e durante a segunda vinda de Jesus.
O resultado de todos estes juízos da ira de Deus e da ação direta do Senhor e dos seus anjos, quando da sua volta, está relatado no verso 20:
“E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios.”
 Isto é um banho de sangue incrível e inconcebível, pois cobre uma extensão de quase trezentos quilômetros.
A chave de interpretação destes juízos de Apocalipse desde o capítulo 6 até o 19, que tratam da Grande Tribulação e da volta de Cristo, está, portanto no entendimento de que tudo o que ali está referido, não se dará num longo período de tempo, mas dentro do governo de sete anos do Anticristo, cujos três últimos anos e meio correspondem à chamada Grande Tribulação.
Não há, portanto, uma sequência cronológica exata das coisas narradas nestes capítulos.
João passou a visão das coisas que viu, neste período próximo da volta do Senhor.
A referência à queda de Babilônia, designada como grande cidade é possivelmente ao sistema econômico mundial, porque os mercadores da terra prantearam a sua queda.
Esta queda se dará depois que o Anticristo tiver se manifestado e em meio a todos estes juízos que estarão sendo despejados sobre a terra.
Os sinais que ocorrerão no céu e que farão os homens desmaiarem de terror, que são citados nos evangelhos pelo Senhor, como indicações da proximidade da sua vinda, são também citados no Velho Testamento, como em Joel 2, e que são repetidos por Pedro em Atos 2:
 “Mostrarei prodígios no céu e na terra; sangue, fogo, e colunas de fumo. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.” (Joel 2.30,31).
Muitos eventos cataclísmicos já acontecem desde há muito sobre a face da terra, mas em nada poderão ser comparados com as coisas que acontecerão próximo da vinda de Jesus, depois que o Anticristo tiver se manifestado.
Os que creem em Cristo têm sido perseguidos e odiados pelo mundo ao longo da história da igreja.
Muitos, em várias épocas e locais específicos foram vítimas de perseguições terríveis.
Mas nada se comparará à que será empreendida contra os que confessarem a Cristo no período da Grande Tribulação, depois do arrebatamento da igreja.
Os que se converterem depois do arrebatamento haverão de sofrer as angústias terríveis relatadas em Mt 24.9,10.
Isso excederá todas as outras perseguições.
O mundo todo odiará por inspiração do Anticristo tanto os judeus quantos os cristãos.
Depois que a igreja for arrebatada, Deus dará duas testemunhas ao mundo, e todos ouvirão a sua pregação do evangelho, e elas serão mortas, mas depois de três dias e meio elas serão ressuscitadas por Deus e serão ascendidas ao céu na nuvem diante do olhar de seus inimigos, e isto trará grande medo sobre muitos, e naquela hora haverá um grande terremoto, e ruirá a décima parte da cidade, e morrerão sete mil pessoas, e as demais ficarão sobremodo aterrorizadas, e darão glória a Deus (Apo 11.11-13).
Certamente, muitos dentre estes se converterão ao Senhor, e serão duramente perseguidos pelo Anticristo, juntamente com os judeus, dando cumprimento à palavra profética da destruição dos santos, do povo santo, pela besta. 
Estes que forem massacrados na Grande Tribulação são os que clamam debaixo do altar dizendo: “Até quando, Ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” (Apo 6.10).
E, lhes foi respondido que aguardassem ainda por pouco tempo, até que se completasse o número dos seus conservos e irmãos, que iam ser mortos como eles.
Note que na sequência desta visão, João descreve que de fato seria muito breve o tempo que eles deveriam aguardar, porque o sexto selo foi aberto e precipitou os juízos finais da cólera de Deus sobre o mundo, tendo antes determinado que se selassem na fronte os 144.000 servos de Deus de todas as tribos dos filhos de Israel, doze mil de cada tribo.
Uma referência provável aos judeus que ainda se converteriam por ocasião da volta do Senhor, conforme comentamos anteriormente. Estes, juntamente com os gentios, que se converteram no referido período, foram vistos em grande multidão que ninguém poderia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos.
Um dos anciãos perguntou a João quem eram estes, e o próprio ancião respondeu dizendo:
“São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro.” (Apo 6.9-7.17).
João está descrevendo as coisas que estavam ocorrendo na terra no período da Grande Tribulação, e a conexão destas coisas com o céu.
O prêmio do martírio daqueles que estavam sendo massacrados pelo Anticristo foi-lhe revelado por Deus, nestas visões de Apo 6.9-7-17.
No capítulo 12 vemos o dragão perseguindo uma mulher com uma coroa de doze estrelas na cabeça, vestida do sol e com a lua debaixo dos pés.
Isto pode ser uma referência aos judeus que fugirão para os montes, seguindo a instrução de Jesus dada em Mateus 24.15-22, em face da Grande Tribulação.
É de Israel que descende o filho da mulher que há de reger as nações com cetro de ferro, o Senhor Jesus (Apo 12.5).
Mas “a mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias.” (Apo 12.6).
Repare que estes mil duzentos e sessenta dias correspondem a três anos e meio.
É exatamente este o período da Grande Tribulação correspondente à perseguição do Anticristo.
Muitos dos que forem poupados em Israel fugirão da cidade para o deserto e para os montes, e ali serão sustentados por Deus.
E, diz-se mais, que quando Satanás foi atirado à terra por Miguel e seus anjos, de modo que não teria dali em diante mais acesso à presença de Deus, onde acusava os cristãos de dia e de noite, isto fez com que ele ficasse muito encolerizado contra os habitantes da terra.
Isto significa um aumento na fúria das perseguições contra os santos no tempo do fim (os que se converterem a Cristo no período da Grande Tribulação, depois do arrebatamento da Igreja) e contra os judeus de um modo geral, dado ser a nação eleita através da qual Deus trouxe o Messias ao mundo.
Assim lemos mais sobre a mulher que deu à luz o filho varão que regerá o mundo com cetro de ferro, em Apo 12.13-18:
“Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão; e foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente. Então a serpente arrojou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pelo rio. A terra, porém, socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca. Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia do mar.”
 Note mais uma vez, o período de três anos e meio, designado agora na profecia como “um tempo, tempos, e metade de um tempo”.
O lançamento de Satanás sobre a terra, não significa que somente a partir de então passaria a perseguir os cristãos, pois tem feito isto desde o princípio, mas sim o impedimento de ir à presença de Deus para acusá-los.
Assim, os eventos do capítulo 13, como já dissemos, correm em paralelo com o que foi dito anteriormente, pois são ocorrências da Grande Tribulação.
Aqui se descreve o Anticristo como o agente destas perseguições de Satanás descritas no capítulo anterior (12).
Nos versos 7 e 8 lemos:
“Foi-lhe dado também que pelejasse contra os santos e os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação; e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto, desde a fundação do mundo.”
Vemos no capítulo 17 a descrição da grande meretriz, isto é, do falso sistema religioso da Grande Tribulação que está embriagado com o sangue dos santos, dos mártires de Jesus. Em 16:6 se diz que eles derramaram o sangue de santos e profetas.  
Em Lucas 21 temos o paralelo ao ensino de Mateus 24. E no verso 20 de Lucas, temos o paralelo à abominação desoladora citada em Mateus 24.15. Lucas diz: “Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação.”
Então, complementa com as mesmas instruções que se seguem a Mateus 24.15: “Então os que estiverem na Judeia fujam para os montes...” e assim sucessivamente.  
O que significa isto? Em Zacarias 14.1-3 lemos:
“Eis que vem o dia do Senhor, em que os teus despojos se repartirão no meio de ti. Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres forçadas; metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será expulso da cidade. Então sairá o Senhor e pelejará contra essas nações, como pelejou no dia da batalha.”
Isto não é uma referência ao cativeiro babilônico, porque já havia acontecido; nem é uma referência à destruição pelos romanos, porque a profecia diz que as nações seriam juntadas contra Jerusalém.   
Isto se dará no tempo do fim como está registrado em Lucas:
“quando virdes Jerusalém rodeada de exércitos”.
 
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 30/12/2012
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