O Milênio e a Prisão de Satanás - Apocalipse 20
Jesus disse que os mansos são bem-aventurados, porque eles herdarão a terra. Isto é uma referência clara ao retorno dos cristãos à terra, para reinarem juntamente com Ele, durante os mil anos citados em Apocalipse, e da permanência na terra daqueles que se converterem no período da Grande Tribulação, no que podemos chamar de reino milenar.
Este reino de mil anos será o cumprimento de várias profecias bíblicas, e especialmente da promessa feita a Davi de que da sua descendência sairia um rei que governaria Israel com justiça.
Este reino de mil anos é citado em várias porções das Escrituras, especialmente no Velho Testamento, conforme estaremos comentando adiante.
No Novo Testamento há versículos que chamam este período de Regeneração, como em Mt 19.28:
“Jesus lhes respondeu: Em verdade vos digo que vós os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.”
Em Atos 3.21 é chamado de Tempos da Restauração:
“ao qual é necessário que o céu receba até aos tempos da restauração de todas as cousas, de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde a antiguidade.”
Em Ef 1.10 é chamado de Dispensação da Plenitude dos Tempos:
“de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as cousas, tanto as do céu como as da terra;”
Na realidade, podemos afirmar que o Reino é o tema fundamental de toda a Bíblia.
Que tudo da Bíblia realmente se orienta ao fato de que Deus governa; que Deus é soberano, e que a meta da história redentora é um Reino eterno no qual Deus governará.
Jesus mesmo logo que começou o seu ministério pregava e continuou pregando a necessidade de fé e arrependimento, porque o Reino de Deus estava próximo.
Deus sempre prometeu um reino que seria eterno, mas Ele prometeu que seria também um reino terrestre, tanto quanto Ele prometeu a esperança do céu eterno.
Agora como Deus pode cumprir tudo isso?
Um reino eterno que é um reino terrestre e é também um reino celestial e divino?
Bem a resposta é que o reino milenar é parte terrestre daquele reino eterno.
No Velho Testamento, como estaremos vendo, as promessas dos profetas para Israel, falam de um reino que é terrestre... mas eles também falam de um reino que é divino, um reino que está aqui neste planeta e que é um reino que tem uma dimensão completamente diferente, um reino que não é medido pelo tempo porque está além do tempo.
É necessário que Deus faça isto deste modo.
Ele prometeu um reino terrestre.
Naquele reino terrestre haverá pessoas com um corpo terreno, tal como o nosso, que não morreram na segunda vinda de Cristo.
Eles sobreviverão ao tempo da Tribulação e eles serão os resgatados.
Eles virão da nação de Israel e de outras nações do mundo.
Eles entrarão no reino terrestre glorioso renovado e reavivado na terra.
Por isso, o anjo disse a Daniel que são bem-aventurados os que esperam e chegam até mil trezentos e trinta e cinco dias, isto é, setenta e cinco dias após o término da Grande Tribulação, que como já vimos, é o provável prazo para o preparo e admissão final no Reino daqueles que sobreviveram à Grande Tribulação.
Eles terão filhos, como veremos no estudo das profecias, especialmente no livro do profeta Isaías.
A reprodução natural prosseguirá, e os processos naturais da vida seguirão seu curso, só que Deus operará de tal forma que a longevidade dos primeiros dias conforme relatado no Gênesis será restaurada.
Assim, ainda haverá um grupo de pessoas na terra, descendentes destes cristãos do Reino, tal qual no princípio, quando o mundo de hoje foi formado a partir da família de Noé, e dentre estes que tiverem descendido deles, haverá também não eleitos, pessoas que não se converterão, e que serão no fim dos mil anos seduzidas por Satanás quando ele for solto de sua prisão no abismo, por um breve tempo, para a sua condenação final no lago de fogo e enxofre.
Logo, o reino enquanto é na realidade um reino que é dado às pessoas de Deus por via de cumprimento da Sua promessa, é também o tempo final no qual a redenção poderá acontecer nas vidas de seres humanos.
Cumpre dizer que haverá dois tipos de seres humanos vivendo na terra, os cristãos que receberão corpos glorificados na primeira ressurreição e no arrebatamento, e que retornaram à terra com Cristo na sua segunda vinda, e estes que citamos, ainda em corpos naturais, que sobreviveram à Grande Tribulação, cujo término coincidiu com a segunda vinda de Jesus.
A prisão de Satanás durante os mil anos não será no lago de fogo, mas num lugar chamado de abismo, que é muito mencionado na Palavra (Apo 20.1, 3; II Pe 2.4; Lc 8.31).
Todas as sete vezes que este abismo ou cova sem fundo é citado em Apocalipse isto se refere ao lugar onde os anjos caídos são mantidos aprisionados.
O lugar onde eles esperam o encarceramento final deles no lago de fogo.
Diz-se de forma muito interessante em Is 24:21-23:
“Naquele dia o Senhor castigará os exércitos do alto nas alturas, e os reis da terra sobre a terra. E serão ajuntados como presos numa cova, e serão encerrados num cárcere; e serão punidos depois de muitos dias. Então a lua se confundirá, e o sol se envergonhará, pois o Senhor dos exércitos reinará no monte Sião e em Jerusalém; e perante os seus anciãos manifestará a sua glória."
Quais são os exércitos do céu? Anjos.
Estes são anjos maus.
O Senhor castigará naquele dia os anjos maus.
Eles serão reunidos como prisioneiros no calabouço e serão limitados em prisão, e então depois de muitos dias serão castigados.
Primeiro eles são limitados e Isaías está vendo isto.
Eles são limitados por um período para depois então serem sujeitados ao castigo eterno.
Então, o primeiro elemento do Reino é a remoção de Satanás e seus demônios. Olhemos para o segundo elemento; o reinado dos santos. Da remoção de Satanás para o reinado dos santos:
“E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e o amarrou por mil anos. Lançou-o no abismo, o qual fechou e selou sobre ele, para que não enganasse mais as nações até que os mil anos se completassem. Depois disto é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo.” (Apo 20.1-3)
Tendo sido removido Satanás, lemos nos versos 4 a 6:
“Então vi uns tronos; e aos que se assentaram sobre eles foi dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na fronte nem nas mãos; e reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se completassem. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante os mil anos.”
Aqueles que morreram durante a Grande Tribulação não estarão, portanto em desvantagem diante daqueles que estiverem vivendo na terra depois da segunda vinda de Jesus, porque eles serão ressuscitados em corpos glorificados, para voltarem à terra com Cristo na segunda vinda, para reinarem com Ele no milênio.
Apo 20.5,6 chama de primeira ressurreição a todos quantos foram ressuscitados antes da segunda vinda de Jesus e inauguração do milênio. Os cristãos que haviam morrido antes do arrebatamento foram ressuscitados na ocasião do próprio arrebatamento, antes da Grande Tribulação, e estes que se converteram durante o governo do Anticristo e que morreram antes da segunda vinda de Jesus foram também ressuscitados, conforme se depreende de Apo 20.4, antes de terem retornado à terra com o Senhor, na sua segunda vinda.
Todos os líderes mundiais, simplesmente todos os governadores, todos os primeiros-ministros, todos os magistrados, todos aqueles que são responsáveis por educação, todos os legisladores, todos aqueles que são responsáveis pelo governo da sociedade na face de toda a terra serão os santos glorificados, que já não se casam e não se dão em casamento, que terão autoridade delegada do próprio Senhor Jesus Cristo para levar a cabo a Sua vontade em todos os lugares.
Então haverá verdade na educação, então haverá justiça nas salas de tribunais.
Então haverá padrões morais reais em todas as áreas da vida humana, porque estes que seguem o Cordeiro já terão sido aperfeiçoados complatamente em santidade e justiça.
E se cumprirá plenamente a palavra de que bem-aventurados são os que têm fome e sede de justiça porque serão fartos (Mt 5.6).
Haverá honestidade nos noticiários.
Não haverá poluição na terra, seja ela do tipo que for.
Os livros estarão cheios de verdade, e a televisão somente transmitirá a verdade.
Apocalipse 20 faz referência ao início e ao fim do período do milênio, quando ocorrerá a batalha final chamada de Gogue e Magogue (20.8), com a destruição pelo fogo de todos os que marcharem contra a cidade central do governo de Cristo com os santos, em Jerusalém, e o lançamento de Satanás no lago de fogo.
Então todos os ímpios terão sido mortos, tanto os do período do milênio, quanto os do passado, desde Adão terão seus corpos ressuscitados para que sejam julgados e condenados à segunda morte, que é o lago do fogo.
Daí por diante a morte será finalmente vencida, porque já não haverá mais reprodução, e assim a possibilidade de nascerem pecadores.
Por isso se diz também em Apo 20.14, que tanto a morte quanto o inferno foram também lançados no lago do fogo, indicando que já não haverá mais julgamento, nem condenação, daí por diante, motivo por que serão criados novo céu e nova terra, conforme relatado em Apo 21, onde estará a Nova Jerusalém como a morada eterna dos santos com o Cordeiro.
Mas até que Satanás seja solto da prisão com seus demônios, o milênio será um período de justiça e de paz na terra, porque terá tal governo sobre a terra.
Com a ausência de Satanás e dos demônios, não haverá qualquer obstrução, qualquer obstáculo, para a manutenção da justiça e da paz.
Por isso se diz em Is 65.20:
“Não haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado.”
Observe que quem pecar somente aos cem anos será amaldiçoado.
A maldição não se apressará em vir sobre aquele que pecar, porque não haverá condições favoráveis para viver pecando deliberadamente.
Tudo chamará à paz, à justiça, à pureza.
Não haverá um só governante injusto, porque o governo será dado aos santos, conforme o afirmam tantas passagens das Escrituras, dentre as quais gostaríamos de destacar Dn 7.18:
“Mas os santos do Altíssimo receberão o reino, e o possuirão para todo o sempre, de eternidade em eternidade.”
Dn 7.22:
“até que veio o Ancião de dias, e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o tempo em que os santos possuíram o reino.”
As palavras de Jesus ganham um gosto especial quando contemplamos estas coisas relativas ao Seu governo futuro com os santos na terra:
“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.” (Mt 5.2).
“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.” (Mt 5.4).
“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.” (Mt 5.10).
“Deles é o reino...”, é a nota que se repete. Aprouve ao Pai dar aos santos o reino.
O governo lhes pertence, juntamente com Cristo, e daí se dizer em Apo 20.6:
“Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele os mil anos.”
Não se trata mais de ser bem-aventurado, simplesmente por ter escapado da condenação futura, mas por ser reino sacerdotal de Cristo na terra pela eternidade afora.
A palavra de II Pe 2.9 terá cabal cumprimento, quanto ao exercício da função daqueles que estiverem em corpos glorificados na terra governando juntamente com Cristo: “sois raça eleita”, isto é, escolhidos para este propósito; “sacerdócio real”, isto é, governantes justos que intercedem em favor dos homens junto ao Rei dos reis; “nação santa”, um povo eleito de sacerdotes reais porque é santo, porque tem o caráter santo do próprio Cristo.
Nós seremos sacerdotes de Deus e de Cristo e reinaremos com Ele durante os mil anos.
Este mundo será maravilhoso. Satanás não será mais o seu príncipe, porque Jesus será eternamente o seu Rei, com domínio pleno sobre todos os seus habitantes.
Os santos não terão que tentar entender o que devem fazer, porque estarão glorificados e aperfeiçoados em santidade, justiça e amor, e levarão a cabo a vontade de Cristo perfeitamente.
Isaías 60 retrata a glória da cidade de Jerusalém tanto durante o governo milenar de Cristo, quanto a sua glória final, quando for estabelecida a Nova Jerusalém depois do milênio, quando forem criados novo céu e nova terra.
Certamente até o verso 17, a referência é à glória da Jerusalém do milênio, porque se fala ainda de destruição de nações (verso 12, esta condição não existirá depois do milênio).
A partir do verso 18 a profecia se desloca para a Nova Jerusalém, porque se diz que nunca mais se ouvirá de violência na tua terra, de desolação ou ruínas nos teus termos, pois sabemos que haverá ainda uma conflagração final no levante que for efetuado por Satanás, quando for solto no final do milênio.
E, também porque se diz que nunca mais te servirá o sol para luz do dia, nem a lua com seu resplendor te alumiará, mas o Senhor será a tua luz perpétua (verso 20), e que todos o do teu povo serão justos e para sempre herdarão a terra (verso 21).
Sabemos que nem todos durante o milênio que estiverem vivendo na terra, mesmo na cidade de Jerusalém serão justos durante o milênio.
As portas da cidade de Jerusalém estarão continuamente abertas, porque não haverá ameaça de invasão e violência contra a cidade até que Satanás seja solto no final dos mil anos.
Muitos dos que nascerem durante o milênio serão conduzidos à fé e ao conhecimento de Cristo, e tal como nós, estarão unidos a Ele espiritualmente para sempre.
Israel será abençoado. A terra de Israel, a cidade de Jerusalém voltará a ser gloriosa, e se cumprirá o que foi dito pelo profeta Zacarias:
“Todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrar a festa dos tabernáculos. Se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos não fará vir sobre ele a chuva.” (Zac 14.16,17).
Haverá um julgamento imediato sobre as pessoas que não adorarem o Senhor Jesus em Jerusalém.
Olhando então, agora politicamente e espiritualmente para o Reino, nós podemos ver como o Senhor Jesus domina tudo.
O texto de Is 11.4-10 é uma descrição vívida da forma como será o milênio: “mas julgará com justiça os pobres, e decidirá com equidade a favor dos mansos da terra; ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará o perverso. A justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins. O lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um pequenino os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e as suas crias juntas se deitarão; o leão comerá palha como o boi. A criança de peito brincará sobre a toca da áspide, e o já desmamado meterá a mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar. Naquele dia recorrerão as nações à raiz de Jessé que está posta por estandarte dos povos; a glória lhe será a morada.”
É interessante notar a citação da presença pacífica de animais dito selvagens, no período do milênio. Assim como o Senhor reuniu os animais na arca de Noé preservando-os da extinção, Ele também os preservará na segunda vinda de Cristo para que continuem se multiplicando sobre a terra.
O capítulo 34 de Isaías, depois de citar na primeira parte do capítulo a destruição dos ímpios das nações na volta de Jesus, e da derrubada dos reinos deste mundo (versos 12 e 13), cita na parte final animais como o pelicano, ouriço, bufo, corvo, chacais, avestruzes, corujas e abutres, que não são animais nobres, que se fartarão das carnes dos que forem mortos na volta de Jesus; a estes assim se refere nos versos 16 e 17:
“Buscai no livro do Senhor, e lede; nenhuma destas criaturas falhará, nem uma nem outra faltará; porque a boca do Senhor o ordenou, e o seu Espírito mesmo as ajuntará. Porque ele lançou as sortes a favor delas, e a sua mão lhes repartiu a terra com o cordel; para sempre a possuirão, através de gerações habitarão nela.”
O ímpio não herdará a terra, porque será desarraigado dela, mas Deus preservará os animais na terra.
Na sequência, o capítulo 35 de Isaías descreve a restauração da terra e alegria dos justos que habitarão nela.
E em Is 65.19-25 lemos:
“E exultarei por causa de Jerusalém, e folgarei do meu povo, e nunca mais se ouvirá nela nem voz de choro nem de clamor. Não haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado. Eles edificarão casas, e nelas habitarão, plantarão vinhas, e comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque a longevidade do meu povo será como a da árvore, e os meus eleitos desfrutarão de todo as obras das suas próprias mãos. Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a calamidade, porque são a posteridade bendita do Senhor, e os seus filhos estarão com eles. E será que antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei. O lobo e o cordeiro pastarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor.”
Veja que o texto se refere a uma taxa de natalidade alta que contribuirá para o rápido repovoamento da terra. As condições reinantes no milênio serão quase semelhantes às existentes no Éden antes do pecado, no que diz respeito aos que fizeram parte da primeira ressurreição, que se encontram em corpos glorificados e que já não estão mais sujeitos ao pecado.
Mas, os descendentes daqueles cristãos que entraram no milênio, vindos da Grande Tribulação, bem como eles que não passaram pela morte, estarão sujeitos ainda ao pecado, tal como nós no presente. Estes também gerarão filhos não eleitos, que não estarão sujeitos à intensidade de tentações, em razão do governo justo de Cristo e do fato da ausência de Satanás e dos demônios, mas a sua carnalidade se manifestará no final do período dos mil anos, quando Satanás for solto e seduzi-los para lutarem contra o governo de Cristo e dos seus santos.
Se este mundo é um lugar bonito mesmo estando amaldiçoado, imagine como será quando a maldição for retirada e o Senhor restaurar todas as coisas.
Bem, como vimos, não se pode admitir à luz de toda a revelação outra interpretação verdadeiramente bíblica para o milênio, senão a pré-milenista, que acabamos de enfocar. Os chamados pós-milenistas creem que as coisas melhorarão e a igreja dominará algumas das instituições humanas, e isto fará com que haja um governo de justiça na terra.
Alguns deles são chamados os teólogos do reino; eles acreditam que de alguma maneira a igreja vai ganhar grande poder de milagres, e que por este poder nós vamos superar os demônios e vencer os poderes das trevas de um modo definitivo. A igreja estabelecerá o reino, e o fim não virá porque as coisas melhorarão.
Mas, sabemos que o fim virá porque as coisas se tornarão piores.
A igreja nunca conquistará os reinos deste mundo, a igreja nunca assumirá as instituições sociais deste século, sem que haja uma intervenção direta do próprio Cristo na Sua segunda vinda.
Por isso somos chamados a pregar o reino que se manifestará na segunda vinda do Senhor, a exercer o ministério da reconciliação do pecador com Deus, e não simplesmente levantar bandeiras de movimentos moralistas com vistas a reformar a sociedade.
Este mundo não melhorará enquanto o ímpio não for desarraigado da terra, e somente Cristo poderá fazer isto pelo Seu poder, e Ele o fará no momento oportuno.
Por isso somos pré-milenistas, como claramente a revelação é pré-milenista, porque aguardamos a Cristo para a inauguração do seu reino milenar sobre a terra.