Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
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A Extinção de Israel (Reino do Norte) – II Reis 15
 
No verso 23 do capitulo anterior a este 15º de II Reis, que estaremos comentando, é dito que Jeroboão II começou a reinar em Israel a partir do 15º ano do reinado de Amazias, rei de Judá.
E no primeiro versículo deste capítulo 15º é dito que Azarias (Uzias), rei de Judá, filho de Amazias, começou a reinar a partir do 27º ano do reinado de Jeroboão II, e no verso 2 se diz que ele tinha 15 anos quando começou a reinar, e reinou 51 anos em Jerusalém. 
Ora, se Amazias reinou 29 anos (II Crôn 25.1), então Uzias esteve debaixo de tutores durante os 13 primeiros anos do seu reinado, até que chegasse ao 27º ano do reinado de Jeroboão II, quando começou efetivamente a reinar.
Seu pai havia morrido no 14º ano do reinado de Jeroboão II, totalizando assim os 29 anos do seu reinado, e deste 14º ano de Jeroboão II até o 27º ano do seu reinado, foi o período em que Uzias esteve debaixo de tutores, até que completasse 16 anos, pois se diz que ele começou a reinar no 27º ano de Jeroboão II.
São dedicados apenas os sete primeiros versículos deste capítulo de II Reis, para este rei de Judá, mas nós encontramos todo um capítulo dedicado a ele em II Crônicas (cap 26) que narra toda a prosperidade que Judá experimentou nos seus dias, porque ele se dispôs a buscar o Senhor incentivado pelas palavras do profeta Zacarias (II Crôn 26.5), não o profeta Zacarias, cujo livro inspirado leva o seu nome, porque este pertence a um período bem posterior, relativo ao retorno de Judá do cativeiro em Babilônia.
Assim, ele prosperou não somente contra as nações inimigas (II Crôn 26.6 a 8), como pôde obter excelentes safras agrícolas, pela regularidade de chuvas e ausência de pragas e doenças, porque o Senhor era com ele, e lhe foi permitido também fortificar-se militarmente pelo fabrico de armas e artefatos de guerra, como por exemplo, torres de vigilância e defesa contra possíveis ataques inimigos.
Mas, o seu próprio fortalecimento e prosperidade foi a causa da sua ruína, porque como outros, antes dele, também permitiu que o seu coração se elevasse por causa da prosperidade (II Crôn 26.15,16), e veio a transgredir contra o Senhor, não respeitando o ofício sacerdotal, e nem a pessoa dos Seus sacerdotes, porque entrou no templo para queimar incenso, e ficou indignado contra 80 sacerdotes, que lhe haviam repreendido pelo que fizera, e é bem provável que em sua indignação, intentasse fazer mal a eles, no que foi impedido por uma resposta direta do próprio Deus em seu corpo, indicando-lhe que não lhe era permitido entrar na área sagrada e interna do templo, senão somente os sacerdotes, porque ficou leproso em sua testa, a saber, num lugar bem visível, de maneira que teria que sair apressadamente da área do templo, para que não fosse morto pelo Senhor, porque esta era vedada aos leprosos.
E por causa do seu pecado não foi curado da sua lepra até o dia da sua morte, e foi obrigado a morar numa casa separada por ter sido excluído da casa do Senhor, e assim até mesmo o que lhe era permitido antes do seu pecado, passou também a lhe ser proibido, a saber, participar dos serviços de adoração do templo e a residir no palácio real.
O rei Zacarias, filho de Jeroboão II foi morto por Salum, que passou a reinar no seu lugar (v. 10), mas este reinou somente um mês porque Menaém, matou Salum e reinou em seu lugar (v. 14).
Este Menaém agiu com cruel brutalidade, porque tendo sofrido oposição de parte dos israelitas matou os habitantes de Tifsa e de suas cercanias, cortando ao meio as mulheres grávidas (v. 16), e vencendo assim as resistências através de intimidação, permaneceu no trono de Israel por 10 anos (v. 17).
Ele se aliou à Assíria pagando mil talentos de prata a Pul, rei dos assírios, para garanti-lo no trono, livrando-o de possíveis ameaças, tanto internas, quanto externas, e com isto ele conseguiu que o seu filho Pecaías viesse a assumir o trono depois da sua morte (v. 17 a 22).
Entretanto, Pecaías reinou somente dois anos, porque Peca, general do seu exército conspirou contra ele e o matou em seu próprio palácio e passou a reinar em seu lugar (v. 25).
Este Peca começou a reinar no último ano do reinado de Uzias, isto é, no 52º ano, e reinou vinte anos em Israel (v. 27).
Como os reis de Israel, de há muito haviam transformado o reinado num simples e grande balcão de negócios, para tratarem dos seus próprios interesses, e não dos de Deus para quem eles deveriam reinar seguindo as Suas leis e mandamentos, então não seria nada surpreendente que o Senhor viesse a agir no sentido de dissolver o Reino do Norte.
Desta forma, foi nos dias de Peca que Tiglate-Pileser da Assíria levou em cativeiro os habitantes de várias cidades do Norte de Israel, inclusive todos os da terra de Gileade, da Galileia e da tribo de Naftali (v. 29).
Enfraquecido pelo ataque dos assírios, Peca foi morto por Oseias (v. 20), que passou a reinar em seu lugar e que reinou os últimos 9 anos de existência do Reino do Norte, porque Oseias foi impedido de continuar reinando pelos assírios, que puseram termo ao Reino do Norte, porque o rei Salmanaser da Assíria levou todo Israel em cativeiro, e os dispersou por outras nações fazendo-os habitar em Hala, Habor e nas cidades dos medos (17.1-6). 
Deus havia protestado contra os pecados de Israel (Reino do Norte), através do ministério de vários profetas, inclusive de Isaías, que foi contemporâneo de Uzias e destes últimos reis de Israel, que viveram depois de Jeroboão II, rei ao qual o Senhor enviara o profeta Amós de Judá, e que foi desprezado por ele, tanto quanto o profeta Oseias, cujo ministério se estendeu desde os dias de Jeroboão II até além do fim do Reino do Norte.
O profeta Miqueias também protestou contra o pecado de Israel, tendo iniciado seu ministério nos dias do rei Peca.
O profeta Joel já havia protestado contra o pecado deles, possivelmente nos dias do rei Jeú, e também não lhe deram ouvidos.
E nós vimos quantos profetas o Senhor lhes enviara desde os primeiros dias de Jeroboão I, como por exemplo aquele que profetizou contra o altar do bezerro de ouro de Betel, e se dispensa qualquer comentário quanto ao ministério de Elias e Eliseu entre eles, com manifestações de sinais e prodígios, e nem assim se converteram da sua idolatria ao Senhor, e se recusavam em guardar os Seus mandamentos, então a longanimidade do Senhor esperou cerca de 200 anos até expulsá-los por toda a terra pelas mãos dos reis assírios, em 732 a .C. (cativeiro da Galileia, Gileade e Naftali) e em 722 a .C. (cativeiro de Samaria e de todas as demais cidades de Israel).    
Quando ocorreu a primeira leva de cativos de Israel nos dias do rei Peca, reinava em Judá o rei Jotão, filho do rei Uzias (v. 7).
E quando ocorreu a segunda leva que correspondeu ao fim do Reino do Norte, nos dias do rei Oseias, reinava em Judá o rei Acaz, filho do rei Jotão.
Como Uzias ficou leproso, Jotão seu filho, assumiu as rédeas do reino enquanto seu pai vivia, e é por isso que se diz em II Crôn 27.1 que ele reinou 16 anos, e no verso 30 deste capítulo de II Reis, que Oseias de Israel começou a reinar no 20º ano do reinado de Jotão de Judá, apesar de ser confirmado no verso 33 que ele reinou 16 anos.
Isto indica portanto que ele havia começado efetivamente a reinar antes da morte de seu pai Uzias, sendo os 16 anos do seu reinado equivalentes ao período que reinou depois da morte do seu pai.   
 Oseias reinou apenas nove anos, porque como já dissemos ele foi impedido de continuar reinando simplesmente porque o Reino do Norte foi extinto pelos assírios no 9º ano do seu reinado, quando o rei Ezequias de Judá encontrava-se no seu 6º ano de reinado (18.10).
 
 
 
 
“1 No ano vinte e sete de Jeroboão, rei de Israel, começou a reinar Azarias, filho de Amazias, rei de Judá.
2 Tinha dezesseis anos quando começou a reinar, e reinou cinquenta e dois anos, em Jerusalém. O nome de sua mãe era Jecolia, de Jerusalém.
3 E fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Amazias, seu pai.
4 Contudo os altos não foram tirados; o povo ainda sacrificava e queimava incenso neles.
5 E o Senhor feriu o rei, de modo que ficou leproso até o dia da sua morte; e habitou numa casa separada; e Jotão, filho do rei, tinha o cargo da casa, julgando o povo da terra.
6 Ora, o restante dos atos de Azarias, e tudo quanto fez, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Judá?
7 E Azarias dormiu com seus pais, e com eles o sepultaram na cidade de Davi: E Jotão, seu filho, reinou em seu lugar.
8 No ano trinta e oito de Azarias, rei de Judá, reinou Zacarias, filho de Jeroboão, sobre Israel, em Samaria, seis meses.
9 E fez o que era mau aos olhos do Senhor, como tinham feito seus pais; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com os quais ele fizera Israel pecar.
10 Salum, filho de Jabes, conspirou contra ele; feriu-o diante do povo, matou-o e reinou em seu lugar.
11 Ora o restante dos atos de Zacarias está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel.
12 Esta foi a palavra do Senhor, que ele falara a Jeú, dizendo: Teus filhos, até a quarta geração, se assentarão sobre o trono de Israel. E assim foi.
13 Salum, filho de Jabes, começou a reinar no ano trinta e nove de Uzias, rei de Judá, e reinou um mês em Samaria.
14 E Menaém, filho de Gadi, subindo de Tirza, veio a Samaria; feriu a Salum, filho de Jabes, em Samaria, matou-o e reinou em seu lugar.
15 Ora, o restante dos atos de Salum, e a conspiração que fez, estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel.
16 Então Menaém feriu a Tifsa, e a todos os que nela havia, como também a seus termos desde Tirza; porque não lha tinham aberto, por isso a feriu; e fendeu a todas as mulheres grávidas que nela estavam.
17 No ano trinta e nove de Azarias, rei de Judá, Menaém, filho de Gadi, começou a reinar sobre Israel, e reinou dez anos em Samaria.
18 E fez o que era mau aos olhos do Senhor; em todos os seus dias nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com os quais ele fizera Israel pecar.
19 Então veio Pul, rei da Assíria, contra a terra; e Menaém deu a Pul mil talentos de prata, para que este o ajudasse a firmar o reino na sua mão.
20 Menaém exigiu este dinheiro de todos os poderosos e ricos em Israel, para o dar ao rei da Assíria, de cada homem cinquenta siclos de prata; assim voltou o rei da Assíria, e não se demorou ali na terra.
21 Ora, o restante dos atos de Menaém, e tudo quanto fez, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?
22 Menaém dormiu com seus pais. E Pecaías, seu filho, reinou em seu lugar.
23 No ano cinquenta de Azarias, rei de Judá, Pecaías, filho de Menaém, começou a reinar sobre Israel em Samaria, e reinou dois anos.
24 E fez o que era mau aos olhos do Senhor; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com os quais ele fizera Israel pecar.
25 E Peca, chefe das suas tropas, filho de Remalias, conspirou contra ele, e o feriu em Samaria, no castelo da casa do rei, juntamente com Argobe e com Arié; e com Peca estavam cinquenta homens dos filhos dos gileaditas; e o matou, e reinou em seu lugar.
26 Ora, o restante dos atos de Pecaías, e tudo quanto fez, estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel.
27 No ano cinquenta e dois de Azarias, rei de Judá, Peca, filho de Remalias, começou a reinar sobre Israel, em Samaria, e reinou vinte anos.
28 E fez o que era mau aos olhos do Senhor; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com os quais ele fizera Israel pecar.
29 Nos dias de Peca, rei de Israel, veio Tiglate-Pileser rei da Assíria e tomou Ijom, Abel-Bete-Maacá, Janoa, Quedes, Hazor, Gileade e Galileia, toda a terra de Naftali; e levou cativos os habitantes para a Assiria.
30 E Oseias, filho de Elá, conspirou contra Peca, filho de Remalias, o feriu e matou, e reinou em seu lugar, no vigésimo ano de Jotão, filho de Uzias.
31 Ora, o restante dos atos de Peca, e tudo quanto fez, estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel.
32 No segundo ano de Peca, filho de Remalias, rei de Israel, começou a reinar Jotão, filho de Uzias, rei de Judá.
33 Tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Jenisa, filha de Zadoque.
34 E fez o que era reto aos olhos do Senhor; fez conforme tudo quanto fizera seu pai Uzias.
35 Contudo os altos não foram tirados; o povo ainda sacrificava e queimava incenso neles. Pois ele que edificou a porta alta da casa do Senhor.
36 Ora, o restante dos atos de Jotão, e tudo quanto fez, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Judá?
37 Naqueles dias começou o Senhor a enviar contra Judá Rezim, rei da Síria, e Peca, filho de Remalias.
38 E Jotão dormiu com seus pais, e com eles foi, sepultado na cidade de Davi, seu pai. E Acaz, seu filho, reinou em seu lugar.” (II Rs 15.1-38).
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 03/01/2013
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