Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Libertados para a Liberdade



 
 
“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão.” (Gál 5.1)
 
Parece ser supérflua a recomendação retrocitada, a saber, dizer a alguém que foi libertado, que deve permanecer na liberdade, e não se submeter de novo à escravidão.
Todavia, é de grande importância fincar posição quanto a isto, para que nada e ninguém nos furte a liberdade que obtivemos em Cristo.
Ainda que no contexto da epístola aos Gálatas, o apóstolo tenha feito um uso restrito para esta expressão, quanto a não retornarem os cristãos ao cumprimento da Lei cerimonial de Moisés, uma vez que, em Cristo não há mais tal escravidão às exigências daquela Lei, como por exemplo, a circuncisão, todavia, é lícito se fazer uma aplicação mais ampla desta verdade, quanto à liberdade que recebemos do Senhor, para o exercício do pensamento religioso, não estando obrigados a seguir dogmas, especialmente, se estes forem inventados pela engenhosidade da mente humana.
O pleno exercício da liberdade de pensamento foi dado por Deus ao homem, evidentemente, dentro da esfera de responsabilidade que lhe é atribuída, uma vez que, eticamente, lhe é demandado que responda por todos os seus pensamentos e atos, conforme a própria constituição da natureza o exige, pelo princípio da semeadura e da colheita.
O nosso tribunal de última instância, para o julgamento da nossa consciência é o próprio Cristo, de maneira que, é nEle que devemos buscar respostas quanto ao que é ou não aprovado.
Ninguém tem o direito, por conseguinte, de ser o juiz ou o senhor da nossa consciência, senão apenas o Deus vivo.
Bem farão, portanto, todos aqueles que não permitirem serem colocados debaixo de jugo humano, quando o assunto em pauta, é o do padrão de pensamento que devem seguir, tendo por modelo a mera tradição religiosa, cultural, ou seja ela qual for.
A liberdade, entretanto, nunca deve ser usada como pretexto para colocar tropeço ao nosso próximo; para atuarmos contra o amor a ele e a Deus, que é por nós devido, senão, neste caso, seremos escravizados pela própria consciência, o tribunal instalado por Deus em toda pessoa, para libertá-la ou aprisioná-la, conforme o seu procedimento.    

 
 
 
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 03/01/2013
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