Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Davi Enganado por Ziba – 2 Samuel 16
 
Não podemos dizer que o fato de Davi ter sido ludibriado por Ziba, como se vê no 16º capítulo de 2 Samuel, foi uma retribuição da parte de Deus pelo fato de ter enganado a Absalão através de Husai, Zadoque e Abiatar, mas certamente, tudo o que estava ocorrendo com ele para afligir a sua alma vinha da parte do Senhor como retribuição por ter enganado Urias, não somente em relação à sua esposa, quanto à sua própria vida, pois fez com que fosse o portador da carta que deveria ser entregue a Joabe, que continha ordens específicas para que ele fosse morto.
E agora Davi estava experimentando das mãos do Senhor a dor que há em ser traído e enganado, não somente por Ziba, mas pelo próprio povo e pelos seus oficias que seguiam Absalão, inclusive Aitofel, que era pessoa de sua confiança.
Até com uma suposta falsa traição, Davi foi enganado e sofreu muito por uma alegada ingratidão e traição de Mefibosete, da qual lhe falara Ziba, que veio ao seu encontro, quando  estava atravessando o outro lado da encosta do monte das Oliveiras, trazendo provisões para ele e seus homens.
Ziba lhe mentiu dizendo que Mefibosete se recusara a acompanhá-lo em sua fuga, permanecendo em Jerusalém, porque havia dito que naquele dia a casa de Israel lhe restituiria o reino que pertencia por direito a seu pai (v. 3).
Davi, sem saber que estava sendo enganado, decidiu precipitadamente transferir as propriedades de Mefibosete para a posse de Ziba (v. 4).
Ele tomaria mais tarde providências para reparar a injustiça que fizera a Mefibosete (19.29), quando tomou conhecimento da verdade.
Quando Davi estava ainda se deslocando em sua fuga, veio ao seu encontro um parente de Saul, chamado Simei, que atirava pedras em sua direção, ainda que bastante fora do seu alcance, e o amaldiçoava com duras e falsas afirmações acusando Davi de ser homem sanguinário, por ter exterminado a casa de Saul, e que o que ele estava sofrendo era um justo juízo de Deus, que estava transferindo o seu reino para Absalão.
Nós já comentamos anteriormente todo o bem que Davi fizera não somente a Saul como a toda a sua casa.
Mas assim mesmo ele se humilhou debaixo da potente mão de Deus, considerando que aquela aflição era também consequência do juízo que o Senhor havia proferido sobre ele, e assim, não permitiu que os seus homens matassem Simei, conforme desejava Abisai, irmão de Joabe.
É digno de registro as palavras que Davi proferiu na ocasião: “Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia? Por ele amaldiçoar e por lhe ter dito o Senhor: Amaldiçoa a Davi; quem dirá: Por que assim fizeste?” (v. 10).
É um exemplo para nós o modo como ele se comportou debaixo daquela aflição, não retribuindo mal com mal e injúria com injúria, pois disse: “Porventura o Senhor olhará para a minha aflição, e me pagará com bem a maldição deste dia.” (v. 12).
Nos versos 15 a 19 nós encontramos um relato do diálogo havido entre Absalão e Husai e o modo como este o enganou protestando que havia abandonado Davi para se juntar a ele.
Absalão deve ter se sentido absolutamente seguro por ter do seu lado os dois melhores conselheiros de Israel, sendo que os conselhos de Aitofel era tão profundos, que eram considerados como se fosse uma resposta de Deus a uma consulta que lhe fosse feita (v. 23)
Foi confiando no que ele dizia que Absalão não hesitou em se deitar com as dez concubinas de seu pai, à vista de todo Israel (v. 20 a 22).
Isto estava dando cumprimento à profecia de Natã (12.11), e não podemos pensar que foi o próprio Deus quem lhe inspirara a fazer tal abominação porque Ele a ninguém tenta.
Em II Sm 12.11, onde esta profecia está registrada, é dito pelo Senhor que Ele suscitaria o mal contra Davi para que isto ocorresse, a saber, ele seria entregue a Satanás para juízo do seu pecado, e assim não poderia contar com a assistência da graça do Senhor, para impedir este mal que seria produzido por inspiração de espíritos malignos, e que certamente viria sobre ele, conforme Deus conheceu em Sua presciência, sobre o que estava sendo forjado no inferno desde que ele pecara com Bate-Seba.
Quando o cristão comete o pecado ele abre uma porta para a atuação do inferno e é a isto que o apóstolo Paulo chama de dar lugar ao diabo.
Ele diz em Ef 4.26,27: “ Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira; nem deis lugar ao Diabo.”.
O que ele está dizendo é que se praticamos os pecados que ele relaciona neste capitulo de Efésios, nós estamos abrindo uma porta para que o diabo acesse às nossas vidas e realize o mal que tiver intentado contra nós, porque seremos deixados à mercê da sua maldade pelo próprio Deus, naquilo que lhe for permitido que nos faça, em razão dos nossos pecados.
Não se pode falar sobre isto como direito legal do diabo, ou que o Senhor esteja associado a ele, mas como direito legal de Deus em permitir que sejamos entregues ao Inimigo, como forma de sermos corrigidos e desestimulados de continuarmos na prática do mal.  
Porque, como vimos antes, Deus estabelece os Seus juízos contra a maldade, porque é o Criador e sustentador da criação, que não pode ser mantida senão somente pelo bem.
Afinal, o ministério do mal, representado no seu maior grau, na pessoa do próprio diabo, é o de roubar, matar e destruir. Justamente o oposto do ministério do Filho Unigênito de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, que sendo Criador, é somente o de dar vida e vida em abundância.
Portanto, quando Ele está permitindo ou realizando juízos de destruição sobre o mal, é para garantir a preservação da vida e do bem. 
 
 
 
 
 
“1 Tendo Davi passado um pouco além do cume, eis que Ziba, o moço de Mefibosete, veio encontrar-se com ele, com um par de jumentos albardados, e sobre eles duzentos pães, cem cachos de passas, e cem de frutas de verão e um odre de vinho.
2 Perguntou, pois, o rei a Ziba: Que pretendes com isso? Respondeu Ziba: Os jumentos são para a casa do rei, para se montarem neles; e o pão e as frutas de verão para os moços comerem; e o vinho para os cansados no deserto beberem.
3 Perguntou ainda o rei: E onde está o filho de teu senhor? Respondeu Ziba ao rei: Eis que permanece em Jerusalém, pois disse: Hoje a casa de Israel me restituirá o reino de meu pai.
4 Então disse o rei a Ziba: Eis que tudo quanto pertencia a Mefibosete é teu. Ao que Ziba, inclinando-se, disse: Que eu ache graça aos teus olhos, ó rei meu senhor.
5 Tendo o rei Davi chegado a Baurim, veio saindo dali um homem da linhagem da casa de Saul, cujo nome era Simei, filho de Gêra; e, adiantando-se, proferia maldições.
6 Também atirava pedras contra Davi e todos os seus servos, ainda que todo o povo e todos os valorosos iam à direita e à esquerda do rei.
7 E, amaldiçoando-o Simei, assim dizia: Sai, sai, homem sanguinário, homem de Belial!
8 O Senhor te deu agora a paga de todo o sangue da casa de Saul, em cujo lugar tens reinado; já entregou o Senhor o reino na mão de Absalão, teu filho; e eis-te agora na desgraça, pois és um homem sanguinário.
9 Então Abisai, filho de Zeruia, disse ao rei: Por que esse cão morto amaldiçoaria ao rei meu senhor? Deixa-me passar e tirar-lhe a cabeça.
10 Disse, porém, o rei: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia? Por ele amaldiçoar e por lhe ter dito o Senhor: Amaldiçoa a Davi; quem dirá: Por que assim fizeste?
11 Disse mais Davi a Abisai, e a todos os seus servos: Eis que meu filho, que saiu das minhas entranhas, procura tirar-me a vida; quanto mais ainda esse benjamita? Deixai-o; deixai que amaldiçoe, porque o Senhor lho ordenou.
12 Porventura o Senhor olhará para a minha aflição, e me pagará com bem a maldição deste dia.
13 Prosseguiam, pois, o seu caminho, Davi e os seus homens, enquanto Simei ia pela encosta do monte, defronte dele, caminhando e amaldiçoando, e atirava pedras contra ele, e levantava poeira.
14 E o rei e todo o povo que ia com ele chegaram cansados ao Jordão; e ali descansaram.
15 Absalão e todo o povo, os homens de Israel, vieram a Jerusalém; e Aitofel estava com ele.
16 E chegando Husai, o arquita, amigo de Davi, a Absalão, disse-lhe: Viva o rei, viva o rei!
17 Absalão, porém, perguntou a Husai: E esta a tua benevolência para com o teu amigo? Por que não foste com o teu amigo?
18 Respondeu-lhe Husai: Não; pois aquele a quem o Senhor, e este povo, e todos os homens de Israel têm escolhido, dele serei e com ele ficarei.
19 E, demais disto, a quem serviria eu? Porventura não seria a seu filho? como servi a teu pai, assim servirei a ti.
20 Então disse Absalão a Aitofel: Dai o vosso conselho sobre o que devemos fazer.
21 Respondeu Aitofel a Absalão: Entra às concubinas de teu pai, que ele deixou para guardarem a casa; e assim todo o Israel ouvirá que te fizeste aborrecível para com teu pai, e se fortalecerão as mãos de todos os que estão contigo.
22 Estenderam, pois, para Absalão uma tenda no terraço; e entrou Absalão às concubinas de seu pai, à vista de todo o Israel.
23 E o conselho que Aitofel dava naqueles dias era como se o oráculo de Deus se consultara; tal era todo o conselho de Aitofel, tanto para com Davi como para Absalão.” (II Sm 16.1-23).
 
 
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A Igreja tem testemunhado a redenção de Cristo juntamente com o Espírito Santo nestes 2.000 anos de Cristianismo.
Veja várias mensagens sobre este testemunho nos seguintes links:
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A Bíblia também revela as condições do tempo do fim quando Cristo inaugurará o Seu reino eterno de justiça ao retornar à Terra. Com isto se dará cumprimento ao propósito final relativo à nossa redenção.
Veja a apresentação destas condições no seguinte link:
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Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 08/01/2013
Alterado em 10/07/2014
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