Deus Honra que Lhe Honra – Esdras 2
Foi feito um registro das famílias dos judeus que saíram do cativeiro em Babilônia, como vemos no capítulo 2º de Esdras, que estaremos comentando. Isto foi registrado para a honra deles, como parte da recompensa pela sua fé e coragem, pela confiança em Deus e o amor que tinham à sua própria terra.
De igual modo, aqueles que saem do mundo para virem para Cristo têm os seus nomes arrolados nos céus, porque o Senhor sempre honra àqueles que O honram.
Entretanto, a Judá, que fora um dia um império sobre muitos reinos nos dias de Davi e Salomão, por causa do pecado, era agora, uma diminuta província da Pérsia, sob o governo deles.
Isto mostra de modo muito claro como o pecado diminui a nossa honra não somente diante de Deus, como também diante dos homens.
Uma nação antes exaltada, encontrava-se humilhada em Babilônia, e é num começo humilde que ela é chamada à sua reconstrução, sem estar contudo totalmente livre das consequências do pecado dos seus pais.
Ainda que o filho não responda em juízo pelo pecado do seu pai, e o pai pelo pecado do seu filho, no entanto, tanto num, quanto noutro caso, pode-se experimentar neste mundo as consequências danosas do pecado.
Dificilmente o pecado não deixará as suas sequelas, mesmo depois de termos sido curados dele através do perdão que há em Cristo Jesus.
Dos que retornaram a Judá, são relacionados primeiro os líderes no verso 2, sendo estes encabeçados por Zorobabel (o príncipe), e Josué, ieshua no hebraico (o sumo sacerdote), que é o mesmo sumo sacerdote citado em Zacarias 3.1,3.
Eles eram, por assim dizer, o Moisés e o Arão deles, que os conduziram do cativeiro para a terra de Canaã.
Não foi por acaso que o nome do sumo sacerdote dos israelitas, tivesse o mesmo nome hebraico de Jesus (ieshua), porque aquele nome apontava profeticamente para aquele que nos livra definitivamente do cativeiro do pecado, da Babilônia espiritual que nos assedia tão tenazmente, pretendendo que estejamos para sempre debaixo do seu domínio.
Assim, há uma conexão do sumo sacerdote Josué, com o Sumo Sacerdote da nossa fé, Jesus, na profecia do terceiro capítulo de Zacarias.
Sempre é Satanás que se encontra por trás de toda oposição à obra de Deus neste mundo.
Ele sempre se levantará para tentar sujar os ministros do Senhor com o pecado, de maneira que eles sejam paralisados na obra que devem executar para Deus.
Mas estes ministros podem ter as suas vestes sujas trocadas pelas vestes limpas da Justiça de Jesus, que é o RENOVO referido na profecia de Zacarias, e que é a única Rocha na qual o povo do Senhor é edificado, porque é no sangue de Jesus que todos eles são lavados e santificados, de maneira que possam estar de pé na presença do Deus Santíssimo.
Por isso, Josué e todos os sacerdotes que estavam com ele, e que eram homens renomados, porque foram dados pelo Senhor como líderes espirituais do Seu povo, são lembrados na profecia de Zacarias, pois o RENOVO prometido pelos profetas, especialmente por Jeremias (Jer 23.5; 33.15), viria (Zac 3.8), e por isso deveriam andar nos caminhos do Senhor, e cumprirem os Seus mandamentos (Zac 3.7).
Os sacerdotes foram contados em 4 famílias, tendo como cabeças Jedaías, Imer, Pasur e Harim, totalizando 4.289 sacerdotes (Esdras 2.36-39). .
Não sabemos, mas é provável que o pequeno número de levitas, que é relacionado nos versos 40 a 42, tenha sido devido à desonra que haviam dado ao seu ofício, nos dias dos reis de Israel e de Judá, sendo contados como remanescentes daquela tribo; um número bem pequeno de apenas 341 pessoas.
Não sabemos também se muitos deles não haviam se disposto a deixar Babilônia, onde poderiam ter até mesmo se desviado da devoção a Deus, para se dedicarem por salário, ao culto dos falsos deuses de Babilônia.
Os servidores do templo são citados no verso 58, e eram provavelmente os gibeonitas, que foram sujeitados a serviços forçados por causa do estratagema que usaram para enganar Israel, fazendo aliança com eles, nos dias de Josué, quando da conquista de Canaã.
No hebraico, estes servidores do templo são designados pela palavra netinin.
É citado que 652 não puderam comprovar a sua descendência de Arão (v. 59-62), pelo que não puderam ser contados para o exercício do sacerdócio.
Também lhes foi vedado por Zorobabel não comerem das coisas santíssimas, até que se levantasse um sacerdote com Urim e Tumim, para confirmar a descendência deles, através de consultas ao Senhor (v. 63).
No verso 62 é citado que um dos antepassados de um destes supostos sacerdotes havia se casado com uma das filhas de Barzilai, aquele grande homem que havia sustentado e amparado a Davi em seus dias, quando fugia de Absalão.
É provável então, que estas pessoas tivessem os seus nomes registrados como sendo da casa de Barziali, e não da casa de Arão, quando que o correto seria serem contados na casa de Arão, e não de Barzilai, porque eram descendentes da filha deste, pela qual não poderia ser suscitada descendência a Bazrlai, por ser do sexo feminino, contrariando assim o que estava prescrito na Lei de Moisés, sobre o assunto relativo ao direito sucessório.
Nunca sabemos o que nos reservará o futuro; por isso é uma norma de sabedoria seguirmos a Lei de Deus, e honrarmos o ofício que ele nos tem designado.
Aqueles que haviam preferido serem contados na casa de Barzilai, em razão da suspensão do ofício sacerdotal em Babilônia, já que lá não havia nenhum templo para serem realizados os serviços sagrados, viram-se impedidos de entrar no sacerdócio, agora que o ofício seria restaurado no retorno dos judeus à Palestina.
Eles haviam desonrado o ofício nos dias maus, e agora também seriam desonrados, nos dias alegres relativos à restauração do altar de Deus, do qual deveriam viver os sacerdotes.
Eles foram considerados imundos para o exercício deste sagrado ofício, por não terem podido comprovar que eram de fato descendentes de Arão.
De igual modo, Cristo se envergonhará daqueles que se envergonham dEle e do Seu serviço.
Aqueles que considerarem a honra dos homens mais elevada do que a honra recebida de Deus por servirem-nO, estarão errando grandemente na opção que fizeram, porque o tempo revelará que a honra dos homens traz uma recompensa passageira e falha, porém a que vem de Deus traz uma recompensa duradoura e eterna, ainda que as condições em que O sirvamos neste mundo sejam de humildade, acompanhadas de muitas aflições e tribulações.
Jesus ensinou isto claramente nos evangelhos, e os apóstolos o confirmaram também abundantemente em suas epístolas.
Muitos trocam o ministério por um cargo secular que lhes traga reputação entre os homens e mais dinheiro no bolso.
Entretanto, há reputação maior do que a que Deus pode nos atribuir?
Troca-se assim uma honra passageira e falível pela única honra que é duradoura e eterna.
Quão enganoso é o coração humano! E de quanta ilusão vive o mundo, a pretexto de se dedicarem a coisas práticas e rentáveis.
Assim, até mesmo entre os israelitas que se dispuseram a deixarem tudo para trás em Babilônia, para obedecerem voluntariamente ao mandado de Deus de retornarem para Judá, nós encontramos aqueles que haviam errado, por terem trocado a honra do ofício sacerdotal pela honra de cavalheiros, porque em seus dias não era vantajoso ser contado na descendência de Arão, por terem sido suspensos os serviços do templo.
Se José tivesse recusado a bênção de Jacó para seus filhos Efraim e Manassés, por causa da grande honra em que se encontrava como governador do Egito, os seus descendentes teriam permanecido no cativeiro egípcio, já que não seriam reconhecidos como egípcios, mas como israelitas rebeldes, que haviam renunciado à sua própria nacionalidade, e assim, não teriam sido contados no futuro entre aqueles que subiram com Moisés para Canaã.
Se um cristão se recusa a ter sal em si mesmo para salgar o mundo, por ter vergonha de sustentar o testemunho de um verdadeiro cristão, ele nada poderá esperar da parte do Seu Senhor neste mundo, quanto a ser honrado por Ele, senão a ser lançado fora do ministério para ser pisado pelos homens, porque se tornou como o sal que perdeu o seu sabor.
Em vez de honrá-lo, o desonrarão, pois a velha Serpente não perderá a oportunidade de afligir aqueles que são seus inimigos, pela condição de serem filhos de Deus.
Como o Deus que servimos é misericordioso, àqueles que haviam desprezado o sacerdócio anteriormente seria dada a oportunidade de se verificar pelo Urim e Tumim se eram de fato descendentes de Arão, de modo a serem admitidos no ofício sacerdotal, ainda que tivessem que ficar privados de seu exercício temporariamente.
De igual forma, os cristãos quando se arrependem da sua carnalidade e se voltam para o Senhor para serem santificados e usados por Ele, depois de terem sido impedidos por um tempo de serem usados com poder pelo Espírito na obra do evangelho, poderão ser renovados, sendo uma vez identificado que estão realmente arrependidos, e dispostos a serem readmitidos no ministério.
Assim, pela testificação do Espírito Santo, que é na dispensação da graça, um melhor oráculo do que o Urim e Tumim, no Antigo Testamento, que estes cristãos poderão ser renovados, não no arrependimento que é para a salvação das suas almas, porque este não precisa ser renovado, e nem mesmo o pode ser, mas no arrependimento dos seus pecados posteriores à conversão, de maneira a poderem ser readmitidos nos serviços espirituais que devem prestar a Deus, cada um de acordo com a chamada específica que têm recebido dEle.
Nos versos 64 e 65 nós temos a conta do número total de pessoas que retornaram com Zorobabel: 49.897 (quarenta e nove mil, oitocentos e noventa e sete).
Temos também um registro do número de animais que vieram com eles, sendo 736 cavalos, 245 mulas, 435 camelos e 6.020 jumentos (v. 66, 67).
É citado que alguns dos chefes das casas paternas que vieram a Jerusalém deram ofertas voluntárias, segundo as suas posses, para a reconstrução do templo, tendo estas somado 61.000 dáricos em ouro, 5.000 minas em prata, e 100 vestes sacerdotais (v. 68,69).
Dárico era o nome também usado para dracma, e correspondia ao valor de 1 denário. Para termos uma ideia comparativa, 1 talento correspondia a 6.000 denários, ou dracmas, ou dáricos.
Então os 61.000 dáricos de ouro que foram ofertados para a construção do templo, correspondiam a apenas 10 talentos, quando nós temos o registro de centenas de talentos de ouro, que estavam disponibilizados nos dias de Salomão.
Tudo isto era muito pouco, comparado com o que havia sido ofertado nos dias de Moisés para a construção do tabernáculo, e nos de Davi e Salomão, para a construção do primeiro templo.
Entretanto, daquele recomeço humilde seria construído um templo, cuja glória seria maior do que a do primeiro templo de Salomão, que havia sido destruído por Nabucodonosor, porque seria ele que recepcionaria o Messias prometido.
“1 Estes são os filhos da província que subiram do cativeiro, dentre os exilados, a quem Nabucodonosor, rei de Babilônia, tinha levado para Babilônia, e que voltaram para Jerusalém e para Judá, cada um para a sua cidade;
2 os quais vieram com Zorobabel, Josué, Neemias, Seraías, Reelaías, Mordecai, Bilsã, Mizpar, Bigvai, Reum e Baaná. O número dos homens do povo de Israel.
3 Os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois.
4 Os filhos de Sefatias, trezentos e setenta e dois.
5 Os filhos de Ará, setecentos e setenta e cinco.
6 Os filhos de Paate-Moabe, dos filhos de Josué e de Joabe, dois mil oitocentos e doze.
7 Os filhos de Elão, mil duzentos e cinquenta e quatro.
8 Os filhos de Zatu, novecentos e quarenta e cinco.
9 Os filhos de Zacai, setecentos e sessenta.
10 Os filhos de Bani, seiscentos e quarenta e dois.
11 Os filhos de Bebai, seiscentos e vinte e três.
12 Os filhos de Azgade, mil duzentos e vinte e dois.
13 Os filhos de Adonicão, seiscentos e sessenta e seis.
14 Os filhos de Bigvai, dois mil e cinquenta e seis.
15 Os filhos de Adim, quatrocentos e cinquenta e quatro.
16 Os filhos de Ater, de Ezequias, noventa e oito.
17 Os filhos de Bezai, trezentos e vinte e três.
18 Os filhos de Jora, cento e doze.
19 Os filhos de Hasum, duzentos e vinte e três.
20 Os filhos de Gibar, noventa e cinco.
21 Os filhos de Belém, cento e vinte e três.
22 Os homens de Netofá, cinquenta e seis.
23 Os homens de Anatote, cento e vinte e oito.
24 Os filhos de Azmavete, quarenta e dois.
25 Os filhos de Quiriate-Arim, de Cefira e de Beerote, setecentos e quarenta e três
26 Os filhos de Ramá e de Gaba, seiscentos e vinte e um.
27 Os homens de Micmás, cento e vinte e dois.
28 Os homens de Betel e de Ai, duzentos e vinte e três.
29 Os filhos de Nebo, cinquenta e dois.
30 Os filhos de Magbis, cento e cinquenta e seis.
31 Os filhos do outro Elão, mil duzentos e cinquenta e quatro.
32 Os filhos de Harim, trezentos e vinte.
33 Os filhos de Lode, de Hadide e de Ono, setecentos e vinte e cinco.
34 Os filhos de Jericó, trezentos e quarenta e cinco.
35 Os filhos de Senaá, três mil seiscentos e trinta.
36 Os sacerdotes: os filhos de Jedaías, da casa de Josué, novecentos e setenta e três.
37 Os filhos de Imer, mil e cinquenta e dois.
38 Os filhos de Pasur, mil duzentos e quarenta e sete.
39 Os filhos de Harim, mil e dezessete.
40 Os levitas os filhos de Josué, e de Cadmiel, dos filhos de , Hodavias, setenta e quatro.
41 Os cantores: os filhos de Asafe, cento e vinte e oito.
42 Os filhos dos porteiros: os filhos de Salum, os filhos de Ater, os filhos de Talmom, os filhos de Acube, os filhos de Hatita, os filhos de Sobai, ao todo, cento e trinta e nove.
43 Os servidores do templo: os filhos de Ziá, os filhos de Hasufa, os filhos de Tabaote,
44 os filhos de Querós, os filhos de Siá, os filhos de Padom,
45 os filhos de Lebana, os filhos de Hagaba, os filhos de Acube,
46 os filhos de Hagabe, os filhos de Sanlai, os filhos de Hanã,
47 os filhos de Gidel, os filhos de Gaar, os filhos de Reaías,
48 os filhos de Rezin, os filhos de Necoda, os filhos de Gazão,
49 os filhos de Uzá, os filhos de Paseia, os filhos de Besai,
50 os filhos de Asná, os filhos de Meunim, os filhos dos nefusins,
51 os filhos de Baquebuque, os filhos de Hacufa, os filhos de Hurur,
52 os filhos de Bazlute, os filhos de Meída, os filhos de Harsa,
53 os filhos de Barcos, os filhos de Sísera, os filhos de Tamá,
54 os filhos de Nezias, os filhos de Hatifa.
55 Os filhos dos servos de Salomão: os filhos de Sotai, os filhos de Soferete, os filhos de Peruda,
56 os filhos de Jaalá, os filhos de Darcom, os filhos de Gidel,
57 os filhos de Sefatias, os filhos de Hatil, os filhos de Poquerete-Hazebaim os filhos de Ami.
58 Todos os servidores do templo e os filhos dos servos de Salomão foram trezentos e noventa e dois.
59 Estes foram os que subiram de Tel-Mela, de Tel-Harsa, de Querube, de Adã e de Imer; porém não puderam provar que as suas casas paternas e sua linhagem eram de Israel:
60 os filhos de Delaías, os filhos de Tobias, os filhos de Necoda, seiscentos e cinquenta e dois.
61 E dos filhos dos sacerdotes: os filhos de Habaías, os filhos de Hacoz, os filhos de Barzilai, que tomou mulher das filhas de Barzilai, o gileadita, e que foi chamado do seu nome.
62 Estes procuraram o seu registro entre os que estavam arrolados nas genealogias, mas não foi encontrado; pelo que, por imundos, foram excluídos do sacerdócio;
63 e o governador lhes intimou que não comessem das coisas santíssimas, até que se levantasse um sacerdote com Urim e Tumim.
64 Toda esta congregação junta somava quarenta e dois mil trezentos e sessenta,
65 afora os seus servos, e as suas servas, que foram sete mil trezentos e trinta e sete; também havia duzentos cantores e cantoras.
66 Os seus cavalos eram setecentos e trinta e seis; os seus mulos, duzentos e quarenta e cinco;
67 os seus camelos, quatrocentos e trinta e cinco; os jumentos, seis mil setecentos e vinte.
68 Alguns dos chefes das casas paternas, vindo à casa do Senhor em Jerusalém, deram ofertas voluntárias para a casa de Deus, para a edificarem no seu lugar;
69 conforme as suas posses, deram para a tesouraria da obra, em ouro sessenta e um mil dáricos, e em prata cinco mil minas, e cem vestes sacerdotais.
70 Ora, os sacerdotes e os levitas, e alguns do povo, tanto os cantores como os porteiros e os servidores do templo, habitaram nas suas cidades, e todo o Israel nas suas cidades.” (Ed 2.1-70).