Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Não Sabemos Como Mas Deus Livra – Jó 37
 
Eliú continuou exaltando a majestade e o poder de Deus revelado nas obras da criação, neste 37º capítulo de Jó.
E como que antecipando e introduzindo os questionamentos que Deus faria a Jó sobre os segredos da criação, para lhe convencer da Sua grande ignorância, Eliú fez também alguns questionamentos a Jó quanto a algumas obras da criação, para que lhe dissesse, se pudesse, como foi que Deus fizera tais coisas.     
O propósito não era o de obter uma resposta, porque esta era uma tarefa impossível, mas preparar Jó para recorrer a Deus admitindo a sua completa insuficiência e incompetência para entender as coisas que lhe haviam sucedido.
Assim como as coisas criadas são uma realidade que não pode ser negada, apesar de não podermos defini-las quanto ao modo como Deus as criou, de igual modo devemos entender que tudo que nos sucede está debaixo do perfeito controle de Deus, ainda que não saibamos explicar como é que Ele o faz. 
A fé não é portanto questionadora e investigadora dos atos de Deus, mas os recebe como fatos indiscutíveis e concretos, ainda que não sejam vistos, ou que ainda sejam esperados. 
O livramento da aflição do justo que clama ao Senhor, é algo líquido e certo, ainda que não saibamos como Deus operará tal livramento, a Seu tempo e modo.
Era este o alvo de Eliú com Jó. Ele pretendia ajudá-lo conduzindo-o à fé que descansa na providência de Deus, enquanto não é passiva, mas ativa, por lhe clamar insistentemente até que obtenha o socorro da graça, tal como nosso Senhor havia feito quando orou insistentemente no Getsêmani, para achar alívio para sua alma angustiada.     
 
 
 
“1 Sobre isso também treme o meu coração, e salta do seu lugar.
2 Dai atentamente ouvidos ao estrondo da voz de Deus e ao sonido que sai da sua boca.
3 Ele o envia por debaixo de todo o céu, e o seu relâmpago até os confins da terra.
4 Depois do relâmpago ruge uma grande voz; ele troveja com a sua voz majestosa; e não retarda os raios, quando é ouvida a sua voz.
5 Com a sua voz troveja Deus maravilhosamente; faz grandes coisas, que nós não compreendemos.
6 Pois à neve diz: Cai sobre a terra; como também às chuvas e aos aguaceiros: Sede copiosos.
7 Ele sela as mãos de todo homem, para que todos saibam que ele os fez.
8 E as feras entram nos esconderijos e ficam nos seus covis.
9 Da recâmara do sul sai o tufão, e do norte o frio.
10 Ao sopro de Deus forma-se o gelo, e as largas águas são congeladas.
11 Também de umidade carrega as grossas nuvens; as nuvens espalham relâmpagos.
12 Fazem evoluções sob a sua direção, para efetuar tudo quanto lhes ordena sobre a superfície do mundo habitável:
13 seja para disciplina, ou para a sua terra, ou para beneficência, que as faça vir.
14 A isto, Jó, inclina os teus ouvidos; pára e considera as obras maravilhosas de Deus.
15 Sabes tu como Deus lhes dá as suas ordens, e faz resplandecer o relâmpago da sua nuvem?
16 Compreendes o equilíbrio das nuvens, e as maravilhas daquele que é perfeito nos conhecimentos;
17 tu cujas vestes são quentes, quando há calma sobre a terra por causa do vento sul?
18 Acaso podes, como ele, estender o firmamento, que é sólido como um espelho fundido?
19 Ensina-nos o que lhe diremos; pois nós nada poderemos pôr em boa ordem, por causa das trevas.
20 Contar-lhe-ia alguém que eu quero falar. Ou desejaria um homem ser devorado?
21 E agora o homem não pode olhar para o sol, que resplandece no céu quando o vento, tendo passado, o deixa limpo.
22 Do norte vem o áureo esplendor; em Deus há tremenda majestade.
23 Quanto ao Todo-Poderoso, não o podemos compreender; grande é em poder e justiça e pleno de retidão; a ninguém, pois, oprimirá.
24 Por isso o temem os homens; ele não respeita os que se julgam sábios.” (Jó 37)
 
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 17/01/2013
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