Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Consolados Para Consolar – 2 Coríntios 1
 
Quando Paulo escreveu a Segunda Epístola aos Coríntios, ele se encontrava na Macedônia (numa das três cidades daquela região em que havia fundado igrejas, a saber, Filipos, Tessalônica ou Bereia). 
Ele havia evangelizado Corinto durante sua segunda viagem missionária juntamente com Silas e Timóteo, estivera em Éfeso durante sua terceira viagem e não havia ainda ido a Corinto, e já lhes havia escrito a sua primeira epístola quando se encontrava em Éfeso, e cerca de um ano após lhes escreveu esta segunda carta quando se encontrava na Macedônia, um pouco antes de ir ter pessoalmente com eles em Corinto.   
A importância de saber estas informações está ligada ao fato de melhor compreendermos  os motivos da escrita desta segunda epístola, em face das repreensões e instruções que Paulo havia dado àquela Igreja em I aos Coríntios. 
Pelo que se infere do conteúdo desta segunda epístola, houve uma resistência às exortações e repreensões que haviam sido dadas anteriormente pelo apóstolo, para que repreendessem e excluíssem da comunhão dos santos alguém que havia feito um grande agravo público, provavelmente o incestuoso citado no quinto capítulo da primeira epístola, que agora havia demonstrado sincero arrependimento, e por isso Paulo lhes pediu que lhe perdoassem em face do arrependimento que havia demonstrado, para que não fosse consumido por amargurada tristeza.
Este era o apóstolo cujo exemplo devemos seguir na obra do evangelho, porque tudo fazia não pelo que era afetado em si mesmo, mas por zelo da causa de Cristo, de modo que dilatou seu coração para aquele que lhe fizera a ofensa, de forma que fosse restaurado à comunhão dos santos.   
Esta epístola foi destinada não somente à igreja de Corinto, mas também a todos os santos da Acaia, que era o nome antigo da Grécia, região onde se localizava a cidade de Corinto. 
Como era comum em todas as suas epístolas, o apóstolo lhes recomendou à graça e à paz de Deus Pai  e de Jesus Cristo, porque são as grandes marcas do Senhor na Sua Igreja, sendo que a paz é filha da graça, uma vez que não pode existir verdadeira paz onde a graça não estiver reinando nos corações.    
Paulo bendisse o nome de Deus Pai porque é o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; que demonstra o Seu grande amor para conosco nas tribulações e aflições que sofremos, porque por elas somos também aperfeiçoados no mesmo amor do Senhor, para que possamos nos tornar sensíveis, atenciosos, afetuosos e consoladores para com aqueles que estiverem passando por alguma tribulação, por termos aprendido por experiência  própria, que podemos contar com o amor, a misericórdia, e a consolação do Senhor em nossas tribulações, lhes encorajando portanto a também esperarem em Deus, de quem vem o nosso socorro e auxílio na tribulação (v. 3).  
Aqueles que tiverem sido provados em muitas aflições por causa do seu amor a Cristo, também terão muitas consolações por meio do próprio Cristo (v. 4), de forma que sejam habilitados a serem seus instrumentos na consolação dos que estão atribulados; de modo que não somos atribulados e consolados somente por nossa própria causa e interesse, mas por causa e para o interesse de muitos, para que também sejam consolados e salvos através da nossa instrumentalidade nas mãos do Senhor.
De sorte que é necessário suportar com paciência as aflições para que a consolação seja eficaz; porque é certo que Deus não consolará murmuradores que se queixam dEle.
A principal razão de Paulo ter iniciado o seu discurso com estas palavras, possivelmente se deveu ao fato de terem os coríntios sido consolados por Deus depois da muita tristeza que tiveram que suportar por causa das repreensões que receberam tanto da parte de Deus quanto do apóstolo, em face do seu arrependimento. 
A tristeza que haviam experimentado havia afinal sido transformada em óleo de alegria, porque foi uma tristeza segundo Deus, pelo constrangimento do Seu Espírito, para que deixassem o modo errado pelo qual vinham caminhando até então. 
Eles estavam sofrendo agora e teriam ainda muito que sofrer por causa do evangelho, e por isso Paulo lhes encorajou com o seu próprio exemplo de paciência nas aflições por amor de Cristo e da obra do evangelho, citando a tribulação que havia experimentado na Ásia, tanto na região da Galácia, quanto em Éfeso, a ponto de ter sido afligido além da sua própria capacidade de suportar, tendo chegado mesmo a perder a esperança de continuar vivo (v. 8).
Mas como tinha aprendido a não estar apegado à sua própria vida, senão ao Senhor, pela total confiança nEle, sabendo que ainda que viesse a morrer seria ressuscitado, foi livrado pela graça de Deus de tão grande morte, como ainda vinha sendo livrado dela em muitas ocasiões, sabendo portanto que continuaria sendo livrado até que completasse o ministério que lhe fora dado para ser cumprido (v. 9, 10).     
Nestes livramentos, estava plenamente convicto de que haviam contribuído as orações das Igrejas em seu favor, para que pela misericórdia que lhe fora feita pelas intercessões de muitas pessoas, também fossem dadas graças a Deus por ele, por muitos, e não somente por ele próprio (v. 11). 
Esta era portanto a sua glória, saber que contava com a estima de muitos por causa da boa consciência que possuía, e da simplicidade e sinceridade com que vivia, e que provinham de Deus, e não com sabedoria carnal, mas vivendo na graça de Deus neste mundo, particularmente para com as Igrejas (v. 12).
De forma que o próprio Paulo era motivo de glória para eles, isto é, em quem poderiam se gloriar em razão do modo despojado como viveu entre eles, e em grande sinceridade e simplicidade para lhes pregar o evangelho; assim como seriam a glória de Paulo no dia da volta do Senhor, por causa da recompensa que receberia por tê-los ganho para Ele (v. 13, 14).   
Ele estava lhes escrevendo da Macedônia, informando-lhes que em breve iria ter com eles, e de novo retornaria à Macedônia, e mais uma vez voltaria a visitá-los, quando então pretendia seguir em viagem para Jerusalém (v. 15, 16). 
Alguns estavam colocando em dúvida a sua palavra de que lhes visitaria para colocar em ordem as coisas na Igreja de Corinto no seu devido lugar, porque diziam que ele não ousaria enfrentá-los face a face depois de tudo o que havia ocorrido naquela Igreja, mas o apóstolo lhes lembrou que ele nunca usou de leviandade para com eles, e que a sua palavra sempre foi sim, sim, e não, não.
Paulo seguiu a fidelidade de Deus de modo que nunca usou de duas palavras com os coríntios acerca de um mesmo assunto. Se era sim Paulo nunca disse não.
Tanto ele, quanto Silas e Timóteo, quando fundaram aquela igreja e estiveram lhes pregando o evangelho, nunca usaram de duplicidade no falar, antes lhes pregaram a Jesus Cristo, no qual sempre houve sim; porque todas as promessas que há para os cristãos em Deus, têm em Cristo a confirmação de um sim, porque todas serão cumpridas fielmente por Deus através da nossa união com Seu Filho.     
E para a glória de Deus, Paulo e seus cooperadores tiverem o privilégio de ver cumpridas em Corinto tais promessas que têm o Amém por meio de Cristo.
De modo que Paulo foi ungido por Deus para lhes pregar o evangelho com a confirmação de Cristo do seu apostolado, fazendo com que os coríntios recebessem o penhor do Espírito Santo em seus corações, através da sua pregação.
Então não era por covardia, ou por duplicidade que ele não havia ainda retornado a Corinto, mas por falta de possibilidade e não de oportunidade porque fora movido pelo Espírito, quando deixou Éfeso, a retornar à Macedônia, para confirmar a fé das Igrejas daquela região.  
No entanto, isto era providencial, porque não era de fato seu propósito ir ainda a Corinto, porque queria poupar-lhes da vara da disciplina, porque estava esperando e contando com o seu arrependimento.  
Ainda que não tivesse domínio sobre a fé deles, mas era o cooperador da sua alegria, uma vez que estavam de pé por causa da genuinidade da fé que lhes havia salvado.
 
 
 
“1 Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus, que está em Corinto, com todos os santos que estão em toda a Acaia.
2 Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo.
3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação;
4 Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus.
5 Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também é abundante a nossa consolação por meio de Cristo.
6 Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação e salvação é, a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos;
7 E a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação.
8 Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos.
9 Mas já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos;
10 O qual nos livrou de tão grande morte, e livra; em quem esperamos que também nos livrará ainda,
11 Ajudando-nos também vós com orações por nós, para que pela mercê, que por muitas pessoas nos foi feita, por muitas também sejam dadas graças a nosso respeito.
12 Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e de modo particular convosco.
13 Porque nenhumas outras coisas vos escrevemos, senão as que já sabeis ou também reconheceis; e espero que também até ao fim as reconhecereis.
14 Como também já em parte reconhecestes em nós, que somos a vossa glória, como também vós sereis a nossa no dia do Senhor Jesus.
15 E com esta confiança quis primeiro ir ter convosco, para que tivésseis uma segunda graça;
16 E por vós passar à Macedônia, e da Macedônia ir outra vez ter convosco, e ser guiado por vós à Judeia.
17 E, deliberando isto, usei porventura de leviandade? Ou o que delibero, o delibero segundo a carne, para que haja em mim sim, sim, e não, não?
18 Antes, como Deus é fiel, a nossa palavra para convosco não foi sim e não.
19 Porque o Filho de Deus, Jesus Cristo, que entre vós foi pregado por nós, isto é, por mim, Silvano e Timóteo, não foi sim e não; mas nele houve sim.
20 Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o Amém, para glória de Deus por nós.
21 Mas o que nos confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu, é Deus,
22 O qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações.
23 Invoco, porém, a Deus por testemunha sobre a minha alma, que para vos poupar não tenho até agora ido a Corinto;
24 Não que tenhamos domínio sobre a vossa fé, mas porque somos cooperadores da vossa alegria; porque pela fé estais em pé.”. (I Coríntios 1)

 
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A Igreja tem testemunhado a redenção de Cristo juntamente com o Espírito Santo nestes 2.000 anos de Cristianismo.
Veja várias mensagens sobre este testemunho nos seguintes links:
http://retornoevangelho.blogspot.com.br/
http://poesiasdoevangelho.blogspot.com.br/

A Bíblia também revela as condições do tempo do fim quando Cristo inaugurará o Seu reino eterno de justiça ao retornar à Terra. Com isto se dará cumprimento ao propósito final relativo à nossa redenção.
Veja a apresentação destas condições no seguinte link:
http://aguardandovj.blogspot.com.br/ 
 

 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 20/01/2013
Alterado em 10/07/2014
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