Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
A Carta Triste Perdida – 2 Coríntios 2
Paulo começou o segundo capítulo de 2 Coríntios, que estaremos comentando, com as seguintes palavras:
“Mas deliberei isto comigo mesmo: não ir mais ter convosco em tristeza.” (v. 1).
É bem provável que estivera com os coríntios quando se encontrava em Éfeso durante sua terceira viagem missionária, fazendo-lhes uma breve visita que não é citada no relato do livro de Atos.
Em face da falta de arrependimento deles, provavelmente lhes escreveu uma carta, não a Primeira aos Coríntios, mas uma carta que se perdeu, chamada de “a carta triste”, onde reprovou severamente o comportamento deles e em especial da pessoa que agora lhes pediu nesta segunda epístola para que fosse perdoada por eles.
Estas cogitações, são feitas pelo fato do que Paulo afirma no início do 13o capítulo desta epístola, dizendo que seria pela terceira vez que iria ter com eles (13.1), e que aqueles que ainda permaneciam no pecado depois da sua segunda visita, e caso não se arrependessem por ocasião do seu retorno para estar com eles, não lhes perdoaria desta vez, de forma que seriam provavelmente excluídos da comunhão da Igreja.
Então era por este motivo que não havia ainda ido a Corinto, para lhes dar tempo para o arrependimento, porque não pretendia entristecer-lhes e nem ser também entristecido por eles, por causa dos seus pecados.
Nenhum verdadeiro pastor tem prazer em viver em conflitos com o rebanho que dirige, senão alegrar-se com eles através da comunhão com o Senhor, mas isto não é possível quando a congregação não anda nos caminhos de Deus.
Se os irmãos são a razão da nossa alegria, como podemos estar alegres se nós os entristecermos?
É preciso pois se esforçar por manter a comunhão do Espírito em amor, no vínculo da paz, mesmo quando temos que exortar e disciplinar a Igreja, para viver em santidade, segundo a justiça e a verdade, porque sem isto é impossível viver o amor de Deus, que procede de uma boa consciência, de um coração puro e de uma fé genuína.
Portanto, foi com muita tribulação e angústia de coração que Paulo lhes escreveu acerca do seu mau procedimento, para que se arrependessem, e fizera isto com muitas lágrimas, não pelo temor de entristecê-los, mas por causa do seu grande amor por eles.
Assim, aquele ou aqueles que lhe haviam entristecido, por causa dos seus pecados, não lhe haviam entristecido totalmente a ponto de não mais se importar por eles, porque afinal o amor é paciente, tudo sofre, suporta e é longânimo, como lhes escrevera antes em I Coríntios 13.
Eles deveriam então ter discernimento e não julgarem que suas repreensões se aplicavam por extensão a todos eles, por tomarem as dores dos que vinham andando de modo errado, e quanto aos que haviam errado bastaria portanto que fossem repreendidos por muitos, de modo que pudessem ser perdoados e consolados pela Igreja, em face do arrependimento demonstrado.
O propósito da aplicação da disciplina na Igreja por exortações, admoestações, repreensões e extremamente, por exclusões, não tem o propósito de humilhar os faltosos para destruição ou para que sejam consumidos por demasiada tristeza, mas para que cheguem ao arrependimento.
Quando há arrependimento, o amor deve ser novamente confirmado para com os que foram restaurados à fé, assim como nos foi ordenado por nosso Senhor, ainda que seja por setenta vezes sete.
Além de tudo isso, ao exercitarmos disciplina na Igreja devemos lembrar que Satanás tem um olho atento em tudo o que fizermos, de forma a encontrar oportunidade para insuflar suas mentiras nas mentes das pessoas, para que fiquem atemorizadas de participar da comunhão dos santos, pelo rigor sem medida das coisas que possam vir a sofrer por parte de seus irmãos, e especialmente da liderança.
Então este assunto da disciplina, quanto a exortar, repreender e excluir, é muito delicado, e não foi sem razão que Cristo nos advertiu a tudo fazer com grande temor de não virmos a ser causa de escândalo para ninguém, e que ao exercer a disciplina, ajamos de tal forma a preservar a todo custo a reputação das pessoas que estamos disciplinando; e que antes que nos disponhamos a retirar o cisco do olho de algum irmão, que retiremos primeiro a trave que há no nosso próprio olho, de modo que o façamos com discernimento, imparcialidade, entendimento e com boa visão da vontade de Deus em relação ao problema que estiver sendo tratado.
Cabe portanto a todo cristão, especialmente quando exerce disciplina, ter sempre um coração perdoador e disposto a perdoar, para que o Inimigo não tome vantagem tanto contra ele, como contra toda a Igreja, trazendo dores e perturbações à vida de paz e harmonia espiritual que deve existir no rebanho, conforme é da vontade do Senhor, que orou pela unidade em amor e santidade, de todos os Seus filhos.
Paulo lhes disse que quando partiu de Éfeso para a Macedônia, aportou em Trôade, que é o porto que faz ligação entre a Ásia e a Macedônia, e que nesta segunda ocasião que ali estivera, viu que uma grande porta para a pregação do evangelho lhe havia sido aberta pelo Senhor, mas ele não teve descanso no seu espírito, porque Tito não se achava ali, motivo pelo qual partiu para a Macedônia.
Certamente ele deve ter desejado que Tito se encarregasse do trabalho ali, mas como devia partir para a Macedônia, seu coração ficou grandemente constrangido pelo fato de não poder permanecer ministrando em Trôade, porque importava partir para a Macedônia.
Então os coríntios jamais deveriam duvidar da sua completa dedicação à obra do evangelho e da sua obediência a Cristo, porque por meio dEle, Deus lhe fazia triunfar em todas as circunstâncias, manifestando por toda parte o aroma do Seu conhecimento, porque no cristão consagrado há este bom perfume de Cristo, tanto nos que se salvam, quanto nos que se perdem, sendo para os primeiros aroma de vida para a vida, e para o segundo grupo cheiro de morte para a morte.
Mas quem era idôneo para isto, senão aqueles que andavam na verdade, pelo poder do Espírito, porque o perfume não provém propriamente de nós, mas de Cristo, em nossa comunhão com Ele, pelo morrer do nosso velho homem, para que a vida de Cristo se manifeste no nosso viver, pela nossa identificação com a Sua morte.
Os coríntios eram portanto testemunhas de que Paulo não era meramente um pregador da verdade, mas alguém que vivia a verdade que pregava, o que era muito diferente dos muitos falsificadores da palavra de Deus, que não podiam viver portanto com a mesma sinceridade com que Paulo vivia na presença de Deus e de todos.
“1 Mas deliberei isto comigo mesmo: não ir mais ter convosco em tristeza.
2 Porque, se eu vos entristeço, quem é que me alegrará, senão aquele que por mim foi contristado?
3 E escrevi-vos isto mesmo, para que, quando lá for, não tenha tristeza da parte dos que deveriam alegrar-me; confiando em vós todos, que a minha alegria é a de todos vós.
4 Porque em muita tribulação e angústia do coração vos escrevi, com muitas lágrimas, não para que vos entristecêsseis, mas para que conhecêsseis o amor que abundantemente vos tenho.
5 Porque, se alguém me contristou, não me contristou a mim senão em parte, para vos não sobrecarregar a vós todos.
6 Basta-lhe ao tal esta repreensão feita por muitos.
7 De maneira que pelo contrário deveis antes perdoar-lhe e consolá-lo, para que o tal não seja de modo algum devorado de demasiada tristeza.
8 Por isso vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor.
9 E para isso vos escrevi também, para por esta prova saber se sois obedientes em tudo.
10 E a quem perdoardes alguma coisa, também eu; porque, o que eu também perdoei, se é que tenho perdoado, por amor de vós o fiz na presença de Cristo; para que não sejamos vencidos por Satanás;
11 Porque não ignoramos os seus ardis.
12 Ora, quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo, e abrindo-se-me uma porta no Senhor,
13 Não tive descanso no meu espírito, porque não achei ali meu irmão Tito; mas, despedindo-me deles, parti para a Macedônia.
14 E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e por meio de nós manifesta em todo o lugar a fragrância do seu conhecimento.
15 Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem.
16 Para estes certamente cheiro de morte para morte; mas para aqueles cheiro de vida para vida. E para estas coisas quem é idôneo?
17 Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus.”. (2 Coríntios 2)
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Veja tudo sobre as Escrituras do Velho Testamento no seguinte link:
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A Igreja tem testemunhado a redenção de Cristo juntamente com o Espírito Santo nestes 2.000 anos de Cristianismo.
Veja várias mensagens sobre este testemunho nos seguintes links:
http://retornoevangelho.blogspot.com.br/
http://poesiasdoevangelho.blogspot.com.br/
A Bíblia também revela as condições do tempo do fim quando Cristo inaugurará o Seu reino eterno de justiça ao retornar à Terra. Com isto se dará cumprimento ao propósito final relativo à nossa redenção.
Veja a apresentação destas condições no seguinte link:
http://aguardandovj.blogspot.com.br/
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 20/01/2013
Alterado em 10/07/2014