2 Pedro 3
Tendo falado no capítulo anterior, sobre os falsos profetas e mestres, que atuam na Igreja passando-se por ministros de Cristo, o apóstolo alertou os cristãos quanto à vinda dos escarnecedores.
Estes blasfemadores estão a serviço do mistério da iniquidade que já opera, tanto quanto os falsos profetas e mestres.
O espírito de blasfêmia que tem operado no mundo há de se intensificar à medida que a volta de Jesus se aproxima, e era isto que Pedro queria alertar à Igreja, de maneira que ninguém pense que a pregação do evangelho há de melhorar o mundo progressivamente até ao ponto de que todos venham se render a Deus.
Ao contrário, a iniquidade se multiplicará e o amor se esfriará de muitos, conforme Jesus havia ensinado aos apóstolos ainda durante o Seu ministério terreno.
Mas muito mais do que alertar sobre os falsos profetas e mestres e sobre estes escarnecedores blasfemos, Pedro afirmou nos dois primeiros versos deste 3º capítulo que o seu propósito foi o de despertar com admoestações o ânimo dos cristãos com as coisas que havia escrito tanto na primeira quanto nesta segunda epístola, bem como para lhes dizer que deveriam se lembrar das palavras que haviam sido ditas anteriormente pelos santos profetas e do mandamento do Senhor e Salvador que lhes fora dado mediante os apóstolos.
Pedro citou uma das características dos escarnecedores, especialmente daqueles que estivessem vivendo próximo da vinda do Senhor, que eles negariam a verdade de que Cristo voltará e argumentarão em favor da afirmação deles que tudo tem permanecido como desde o princípio da criação (v. 3, 4).
No entanto, eles ignoram que nem sempre existiram os céus e a terra, e que a terra que agora existe foi tirada do meio das águas, porque no princípio havia apenas uma grande profundidade de águas sobre as quais o Espírito de Deus pairava para começar a criar todas as coisas naqueles seis dias memoráveis da criação (v. 5).
Ora, então desde qual princípio tudo permanece o mesmo, conforme afirmam os escarnecedores?
O que estes escarnecedores sabem a respeito do que Deus planejou para o homem e para todo o universo?
Eles por acaso se dão conta de que o tempo e o espaço passaram a existir somente depois da criação de todas as coisas?
E que um dia na glória, não haverá mais princípio nem fim, e tudo será um eterno agora na presença de Deus?
Deus que tudo criou na terra tendo começado pela água, pela mesma água fez perecer o mundo antigo nos dias de Noé (v. 6).
Se o mundo antigo foi reservado por Ele para ser subjugado por causa deste mesmo escárnio contra Ele, de igual maneira o novo mundo tem sido entesourado para o fogo que consumirá tanto os céus quanto a terra, no dia em que Deus julgar e condenar à perdição eterna os homens ímpios (v. 5 a 7).
Assim como os ímpios dos dias de Noé foram alertados sobre a proximidade do juízo de Deus com o dilúvio, mas não deram ouvidos à pregação do patriarca, de igual maneira os ímpios que agora existem e que estão zombando do juízo que virá; estão perecendo porque não estão se convertendo, pois não dão crédito à Palavra de Deus que está lhes advertindo que eles perecerão caso não se arrependam dos seus pecados.
Eles se esquecem que Deus não traz logo o juízo à terra porque tem planejado salvar todos os eleitos que ainda haverão de nascer, até o último deles, e por isso é longânimo em não manifestar imediatamente o Seu juízo contra o pecado (v. 9).
Mas tudo o que agora existe passará com um grande estrondo e tanto os céus quanto a terra serão dissolvidos pelo fogo ardente do juízo de Deus (v. 10).
Pedro falou sobre esta destruição como se ela fosse ocorrer no dia da volta do Senhor, mas como ele mesmo disse no verso 8 que para o Senhor um dia é como se fosse mil anos, e mil anos como se fossem um único dia, então nós podemos entender que isto ocorrerá depois da volta do Senhor, provavelmente logo depois de ter encerrado o período do milênio.
Então ninguém se iluda, especialmente no tempo do fim, que o Senhor não leva em consideração o pecado, uma vez que a ação dos blasfemadores e escarnecedores aumentará muito nos últimos dias.
Eles estão preparando a chegada do Anticristo cuja boca é de blasfêmias (Apo 13.1-6).
Nenhum cristão deve esfriar na sua diligência na busca de santificação por ver a iniquidade se multiplicar. Ao contrário, será exatamente nestes dias próximos da vinda do Senhor que os cristãos deverão intensificar ainda mais a santificação deles para que estejam fortalecidos na graça, porque serão tempos trabalhosos e difíceis para se manter firme na fé.
Pedro queria encorajar e fortalecer os cristãos quanto a isto, lhes alertando sobre as coisas que haveriam de suceder e sobre as quais os apóstolos haviam sido instruídos devidamente por Jesus.
O apóstolo afirmou a necessidade de se santificar ainda mais nestes últimos dias, atendendo à chamada do Espírito Santo, que intensificará o Seu trabalho em avivamentos e despertamentos espirituais daqueles que se encontravam dormindo, para prepará-los com o encontro com Jesus entre nuvens no arrebatamento e também para fortalecê-los com graça para poderem permanecer na fé nestes dias difíceis.
O fogo do juízo virá para o ímpio na volta de Jesus, mas para os que nele creem, este dia deve ser desejado porque será a partir dele que se dará o cumprimento da promessa de novos céus e de uma nova terra, nos quais habitará para sempre a justiça.
Então, os cristãos devem ser diligentes para serem achados em paz, imaculados e irrepreensíveis, e isto somente é possível pela santificação que consiste na mortificação do pecado e no revestimento das virtudes de Cristo, pelo poder do Espírito.
Ao olhar ao seu redor e ver um mundo cada vez pior, entregue às trevas, à iniquidade; ao pecado em novas manifestações e formas, os cristãos não devem pensar que Deus tenha cruzado os Seus braços e que não esteja controlando o rumo da história. Estas coisas estão preditas e devem acontecer para a manifestação do Anticristo, mas Deus tem colocado um prazo em todas estas coisas e logo haverá de se manifestar o reino eterno de justiça de Jesus Cristo com os Seus santos.
Há galardões, há uma recompensa certa e segura para os cristãos fiéis, mas o motivo da fidelidade deles deve ser mais elevado do que o interesse pela recompensa, a saber, tudo fazerem por amor Àquele que os salvou.
Nestes dias difíceis que têm chegado a nós, os cristãos devem buscar o refúgio seguro da Palavra de Deus, sabendo que poderão se levantar de possíveis fraquezas e apostasias porque a longanimidade de Jesus fez provisão para estas coisas para curá-los com a Sua graça (v. 15a).
Pessoas ignorantes e inconstantes torcem as Escrituras, especialmente os pontos de difícil entendimento, para a própria perdição delas, mas os cristãos fiéis devem se abster deste erro e se guardarem deste engano, para que não sejam arrastados juntamente com eles, por causa da distorção que fazem da verdade, conforme esta se encontra revelada nas Escrituras, e assim venham a cairrdade, conforme esta se encontra revelada nas Escriutras.ontod de recompneseram pela sde suceder e sobre as qu da sua firmeza na fé (v. 15 a 17).
Mas o antídoto eficaz para evitar tais quedas é crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo (santificação e amadurecimento espiritual). Já nos referimos anteriormente em que consiste este crescimento na graça e em que consiste conhecer Jesus, não somente por ouvir falar ou ler a respeito de, mas por experiência espiritual, íntima e pessoal com Ele (v.18).
“1 Amados, já é esta a segunda carta que vos escrevo; em ambas as quais desperto com admoestações o vosso ânimo sincero;
2 para que vos lembreis das palavras que dantes foram ditas pelos santos profetas, e do mandamento do Senhor e Salvador, dado mediante os vossos apóstolos;
3 sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores com zombaria andando segundo as suas próprias concupiscências,
4 e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.
5 Pois eles de propósito ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste;
6 pelas quais coisas pereceu o mundo de então, afogado em água;
7 mas os céus e a terra de agora, pela mesma palavra, têm sido guardados para o fogo, sendo reservados para o dia do juízo e da perdição dos homens ímpios.
8 Mas vós, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.
9 O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se.
10 Virá, pois, como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as obras que nela há, serão descobertas.
11 Ora, uma vez que todas estas coisas hão de ser assim dissolvidas, que pessoas não deveis ser em santidade e piedade,
12 aguardando, e desejando ardentemente a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se dissolverão, e os elementos, ardendo, se fundirão.
13 Nós, porém, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e uma nova terra, nos quais habita a justiça.
14 Pelo que, amados, como estais aguardando estas coisas, procurai diligentemente que por ele sejais achados em paz, imaculados e irrepreensíveis;
15 e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada;
16 como faz também em todas as suas epístolas, nelas falando acerca destas coisas, nas quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, como o fazem também com as outras Escrituras, para sua própria perdição.
17 Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que pelo engano dos homens perversos sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza;
18 antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia eterno.”.