EZEQUIEL 11
Este capítulo conclui a visão e revelações que o Senhor dera a Ezequiel desde que o arrebatara pelo cabelo para transportá-lo de Babilônia para Jerusalém.
No capítulo anterior nós vimos que a glória do Senhor havia saído do templo e repousado sobre os querubins.
E este se inicia nos informando que o Espírito Santo havia levado Ezequiel à porta Leste do templo, e junto à entrada daquela porta se encontravam 25 homens, e entre eles Jaazanias e Pelatias, príncipes do povo, ou seja magistrados, dos quais o Espírito disse serem os homens que maquinavam a iniquidade e que davam conselhos ímpios em Jerusalém, porque diziam que não estava próximo o tempo de edificar casas, porque Jerusalém era a panela e eles a carne.
Com isso queriam dizer que estavam em segurança como a carne que está sendo cozida no interior de uma panela de metal fervente, e que ninguém, portanto se intrometeria com eles, porque seriam queimados pela panela ou pela água fervente.
Então o Espírito ordenou a Ezequiel que profetizasse contra eles, dizendo que os mortos com os quais eles haviam enchido a cidade, esses que eram a carne, e não eles, mas Jerusalém era de fato a caldeira, mas o Senhor os arrancaria do meio dela; porque o temor deles da espada faria com que o Senhor trouxesse a espada sobre eles.
Eles tentavam anular a Palavra do Senhor na boca dos Seus profetas quanto a dizer que se encontravam seguros naquela caldeira, mas Ele cumpriria totalmente a Palavra que havia proferido por meio deles, quando eles próprios fossem entregues nas mãos dos babilônios, e eles cairiam à espada, e até mesmo nos confins de Israel os alcançaria e julgaria.
Como magistrados eles deveriam julgar segundo a Lei do Senhor, mas procediam conforme os costumes das nações pagãs.
Enquanto Ezequiel profetizava, um daqueles dois homens ímpios citados pelo Espírito, caiu morto, a saber, Pelatias. Então Ezequiel clamou com grande voz apelando junto ao Senhor que não desse cabo ao remanescente de Israel.
Todavia, o Senhor lhe revelou que os seus próprios irmãos, da sua parentela, e toda a casa de Israel, eram aqueles dos quais os habitantes de Jerusalém haviam dito que se afastassem do Senhor, porque aquela terra se lhes havia sido dada em possessão.
Então Ele saberia muito bem a quem preservar como remanescente do Seu povo. E mandou Ezequiel lhes dizer que ainda que lhes enviasse para longe entre as nações, todavia ainda lhes seria por santuário, por um certo tempo nas terras para onde fossem espalhados pelo Seu juízo.
E depois os ajuntaria do meio dos povos e os recolheria das nações para onde lhes havia espalhado, e lhes traria de volta à terra de Israel (v. 17).
Ao retornarem, restaurariam o culto devido ao Senhor, purificando-se de todas as coisas detestáveis e abomináveis, e o Senhor lhes daria um só coração, e poria neles um novo espírito, e tiraria o seu coração de pedra e lhes daria um coração de carne. (v. 19).
E faria isto para que andassem nos Seus estatutos e guardassem os seus mandamentos e os cumprissem, e então seriam de fato o Seu povo, e Ele o Deus deles (v. 20).
Esta é claramente uma promessa da Nova Aliança, assim como havia sido prometida também através de Jeremias em Jer 31.31-34.
Não é possível ser um remanescente fiel de verdade, que agrade a Deus sem que se receba essa nova natureza prometida, pela habitação do Espírito Santo no coração. Deus teria um povo fiel, e este seria o meio de formar um povo santo que guardasse de fato os Seus mandamentos.
Portanto, não seria pelo fato de ser livrado dos juízos de Deus que qualquer judeu poderia ser considerado parte do remanescente fiel que Ele reservaria para Si.
Isto seria medido pela mudança de coração.
Por isso, aqueles cujo corações permanecessem arraigados às coisas que Deus detesta, e que são abomináveis para Ele, sofreriam as consequências e recompensas do seu próprio mau caminho, ou seja, seriam submetidos ao juízo do Senhor (v. 21).
Depois que o Senhor proferiu tais palavras a Ezequiel, os querubins elevaram as suas asas, e a glória de Deus ainda permanecia sobre eles, e logo após se alçou saindo de Jerusalém, indo repousar sobre o monte que fica ao lado oriental da referida cidade (v. 23).
Isto era a sinalização para a consumação dos juízos que haviam sido mostrados a Ezequiel em visão e que seriam executados pelos babilônios, uma vez que a glória de Deus havia se retirado de Jerusalém, e isto significava que o povo havia sido desamparado por Ele, para ser entregue ao juízo de destruição que havia sido sentenciado contra eles.
Tudo quanto deveria ser mostrado a Ezequiel em visão em Jerusalém havia sido consumado, e portanto o Espírito o levantou e o levou novamente para Babilônia, para junto dos exilados, onde ele se encontrava quando foi arrebatado até Jerusalém. Em lá chegando logo compartilhou com os exilados tudo o que o Senhor lhe havia mostrado. Assim eles saberiam que eram mais do que justas as ações de destruição do Senhor que recairiam sobre Jerusalém.
Deus havia vindicado a Sua santidade, e este foi o motivo de ter dado a visão da Sua glória sendo retirada gradualmente de Jerusalém, através do uso dos querubins, os guardiões da Sua glória e santidade.
“1 Então me levantou o Espírito, e me levou à porta oriental da casa do Senhor, a qual olha para o oriente; e eis que estavam à entrada da porta vinte e cinco homens, e no meio deles vi a Jaazanias, filho de Azur, e a Pelatias, filho de Benaías, príncipes do povo.
2 E disse-me: Filho do homem, estes são os homens que maquinam a iniquidade, e dão ímpio conselho nesta cidade;
3 os quais dizem: Não está próximo o tempo de edificar casas; esta cidade é a caldeira, e nós somos a carne.
4 Portanto, profetiza contra eles; profetiza, ó filho do homem.
5 E caiu sobre mim o Espírito do Senhor, e disse-me: Fala: Assim diz o Senhor: Assim tendes dito, ó casa de Israel; pois eu conheço as coisas que vos entram na mente.
6 Multiplicastes os vossos mortos nesta cidade, e enchestes as suas ruas de mortos.
7 Portanto, assim diz o Senhor Deus: Vossos mortos que deitastes no meio dela, esses são a carne, e ela é a caldeira; a vós, porém, vos tirarei do meio dela.
8 Temestes a espada, e a espada eu a trarei sobre vós, diz o Senhor Deus.
9 E vos farei sair do meio dela, e vos entregarei na mão de estrangeiros, e exercerei juízos entre vós.
10 Caireis à espada; nos confins de Israel vos julgarei; e sabereis que eu sou o Senhor.
11 Esta cidade não vos servirá de caldeira, nem vós servirei de carne no meio dela; nos confins de Israel vos julgarei;
12 e sabereis que eu sou o Senhor; pois não tendes andado nos meus estatutos, nem executado as minhas ordenanças; antes tendes procedido conforme as ordenanças das nações que estão em redor de vós.
13 E aconteceu que, profetizando eu, morreu Pelatias, filho de Benaías. Então caí com o rosto em terra, e clamei com grande voz, e disse: Ah Senhor Deus! darás fim cabal ao remanescente de Israel?
14 Então veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
15 Filho do homem, teus irmãos, os teus próprios irmãos, os homens de teu parentesco, e toda a casa de Israel, todos eles, são aqueles a quem os habitantes de Jerusalém disseram: Apartai-vos para longe do Senhor; a nós se nos deu esta terra em possessão.
16 Portanto, dize: Assim diz o Senhor Deus: Ainda que os mandei para longe entre as nações, e ainda que os espalhei pelas terras, todavia lhes servirei de santuário por um pouco de tempo, nas terras para onde foram.
17 Portanto, dize: Assim diz o senhor Deus: Hei de ajuntar-vos do meio dos povos, e vos recolherei do meio das terras para onde fostes espalhados, e vos darei a terra de Israel.
18 E virão ali, e tirarão dela todas as suas coisas detestáveis e todas as suas abominações.
19 E lhes darei um só coração, e porei dentro deles um novo espírito; e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne,
20 para que andem nos meus estatutos, e guardem as minhas ordenanças e as cumpram; e eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
21 Mas, quanto àqueles cujo coração andar após as suas coisas detestáveis, e das suas abominações, eu farei recair nas suas cabeças o seu caminho, diz o Senhor Deus.
22 Então os querubins elevaram as suas asas, estando as rodas ao lado deles; e a glória do Deus de Israel estava em cima sobre eles.
23 E a glória do Senhor se alçou desde o meio da cidade, e se pôs sobre o monte que está ao oriente da cidade.
24 Então o Espírito me levantou, e me levou na sua visão para a Caldéia, para os exilados. Assim se foi de mim a visão que eu tinha visto.
25 E falei aos do cativeiro todas as coisas que o Senhor me tinha mostrado.” (Ezequiel 11)
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 27/01/2013