EZEQUIEL 42 e 43
Os judeus haviam profanado o templo de Jerusalém nos dias de Ezequiel, com as suas abominações, e agora são ordenadas prescrições de purificação do templo que eles deveriam reconstruir, para poderem ser realizados os serviços sacerdotais nos moldes previstos na Antiga Aliança.
Trata-se portanto de uma instrução para os judeus quando retornassem de Babilônia, para terem todo o cuidado para não contaminarem o novo templo que eles reconstruiriam com as mesmas abominações que haviam feito no templo que havia sido destruído por Nabucodonosor.
Nós temos aqui, ainda algumas referências às dimensões do templo que foi mostrado a Ezequiel em visão.
Todavia, além destas, são registradas as visões que Ezequiel tivera da glória de Deus habitando de novo no Seu templo, porque como vimos nos primeiros capítulos de seu livro, o Senhor e a Sua glória haviam deixado Jerusalém e o templo, para serem entregues à assolação que estava determinada, por terem contaminado não somente a sua terra, como o templo de Deus.
Então o Senhor providenciaria agora, para que não houvesse mais tais contaminações, porque faria a Sua glória retornar ao templo, conforme fora mostrado a Ezequiel que fora arrebatado pelo Espírito, para ter a visão do átrio interior de onde viu a glória de Deus enchendo o templo.
E do interior do templo partiu a voz do Senhor que disse a Ezequiel que aquele era o lugar do Seu trono, e o das plantas dos Seus pés, onde habitaria no meio dos filhos de Israel para sempre. E o Seu nome santo não seria mais contaminado por eles, com as suas prostituições e com os assassinatos produzidos pelos seus reis.
Por causa de tais contaminações o Senhor lhes havia consumido na Sua ira, motivo porque ainda se encontravam no cativeiro, e Jerusalém desolada.
Então o Senhor ordenou aos judeus que lançassem para longe dEle as suas prostituições e violência para que Ele habitasse no meio deles para sempre.
Então, para tal propósito, o templo que foi mostrado ao profeta em visão, também deveria ser mostrado aos judeus para que se envergonhassem das iniquidades que haviam praticado, e que não haviam ainda abandonado, apesar de estarem cativos em Babilônia, de maneira que caso viessem a se envergonhar, Ezequiel deveria lhes mostrar a forma do templo que lhe foi revelado, com todas as suas ordenanças e leis para o funcionamento do santuário, de maneira que os judeus guardassem aquela forma em suas memórias, para que cumprissem todas as suas ordenanças.
Tudo neste templo e seu serviço revelava a santidade que é devida ao Senhor, de maneira que suas vidas deveriam também estar santificadas para o culto de adoração que Lhe é devido.
EZEQUIEL 42
“1 Depois disto fez-me sair para fora, ao átrio exterior, que dá para o norte; e me levou às câmaras que estavam defronte do largo vazio, e que estavam defronte do edifício, do lado do norte.
2 Do comprimento de cem côvados era esse edifício, e da largura de cinquenta côvados.
3 Em frente dos vinte côvados, que tinha o átrio interior, e em frente do pavimento que tinha o átrio exterior, havia galeria contra galeria em três andares.
4 E diante das câmaras havia um passeio que dava para o átrio interior, e que tinha dez côvados de largura e cem côvados de comprimento; e as suas portas davam para o norte.
5 Ora, as câmaras superiores eram mais estreitas; porque as galerias tomavam destas mais espaço do que das de baixo e das do meio do edifício.
6 Porque elas eram de três andares e não tinham colunas como as colunas dos átrios; por isso desde o chão se iam estreitando mais do que as de baixo e as do meio.
7 No lado de fora, em paralelo às câmaras e defronte delas no caminho do átrio exterior, havia um muro que tinha cinquenta côvados de comprimento.
8 Pois o comprimento da série de câmaras que estavam no átrio exterior era de cinquenta côvados, enquanto o da série que estava defronte do templo era de cem côvados.
9 Por debaixo destas câmaras estava a entrada do lado do oriente, para quem entra nelas do átrio exterior.
10 Na grossura do muro do átrio que dava para o oriente, diante do lugar separado, e diante do edifício, havia também câmaras,
11 com um caminho diante delas, que eram da mesma feição das câmaras que davam para o norte, sendo do mesmo comprimento, e da mesma largura, com as mesmas saídas, disposições e portas.
12 E conforme eram as portas das câmaras que davam para o sul, era também a porta no topo do caminho, isto é, do caminho bem em frente do muro à direita para quem entra.
13 Então me disse: As câmaras do norte, e as câmaras do sul, que estão diante do lugar separado, são câmaras santas, em que os sacerdotes que se chegam ao Senhor comerão as coisas santíssimas. Ali porão as coisas santíssimas, as ofertas de cereais, as ofertas pelo pecado, e as ofertas pela culpa; porque o lugar é santo.
14 Quando os sacerdotes entrarem, não sairão do santuário para o átrio exterior, mas porão ali as suas vestiduras em que ministram, porque elas são santas; e vestir-se-ão doutras vestiduras, e assim se aproximarão do lugar pertencente ao povo.
15 Tendo ele acabado de medir o templo interior, fez-me sair pelo caminho da porta oriental; e o mediu em redor.
16 Mediu o lado oriental com a cana de medir, quinhentas canas de largura.
17 Mediu o lado do norte, quinhentas canas, com a cana de medir.
18 Mediu também o lado do sul, quinhentas canas, com a cana de medir.
19 Deu uma volta para o lado do ocidente, e mediu quinhentas canas, com a cana de medir.
20 Mediu-o pelos quatro lados. Havia um muro em redor, de quinhentas canas de comprimento, e quinhentas de largura, para fazer separação entre o santo e o profano.”
EZEQUIEL 43
“1 Então me levou à porta, à porta que dá para o oriente.
2 E eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandecia com a glória dele.
3 E a aparência da visão que tive era como a da visão que eu tivera quando ele veio destruir a cidade; eram as visões como a que tive junto ao rio Quebar; e caí com o rosto em terra.
4 E a glória do Senhor entrou no templo pelo caminho da porta oriental.
5 E levantou-me o Espírito, e me levou ao átrio interior; e eis que a glória do Senhor encheu o templo.
6 Então ouvi uma voz que me foi dirigida de dentro do templo; e um homem se achava de pé junto de mim.
7 E disse-me: Filho do homem, este é o lugar do meu trono, e o lugar das plantas dos meus pés, onde habitarei no meio dos filhos de Israel para sempre; e os da casa de Israel não contaminarão mais o meu nome santo, nem eles nem os seus reis, com as suas prostituições e com os cadáveres dos seus reis, nos seus altos,
8 pondo o seu limiar ao pé do meu limiar, e os seus umbrais junto aos meus umbrais, e havendo apenas um muro entre mim e eles. Contaminaram o meu santo nome com as abominações que têm cometido; por isso eu os consumi na minha ira.
9 Agora lancem eles para longe de mim a sua prostituição e os cadáveres dos seus reis; e habitarei no meio deles para sempre.
10 Tu pois, ó filho do homem, mostra aos da casa de Israel o templo, para que se envergonhem das suas iniquidades; e meçam o modelo.
11 E se eles se envergonharem de tudo quanto têm feito, faze-lhes saber a forma desta casa, a sua figura, as suas saídas e as suas entradas, e todas as suas formas; todas as suas ordenanças e todas as suas leis; escreve isto à vista deles, para que guardem toda a sua forma, e todas as suas ordenanças e as cumpram.
12 Esta é a lei do templo: Sobre o cume do monte todo o seu contorno em redor será santíssimo. Eis que essa é a lei do templo.
13 São estas as medidas do altar em côvados (o côvado é um côvado e um palmo): a parte inferior será de um côvado de altura e um côvado de largura, e a sua borda, junto a sua extremidade ao redor, de um palmo; e esta será a base do altar.
14 E do fundo, desde o chão até a saliência de baixo, será de dois côvados, e de largura um côvado; e desde a pequena saliência até a saliência grande será de quatro côvados, e a largura de um côvado.
15 E o altar superior será de quatro côvados; e da lareira do altar para cima se levantarão quatro pontas.
16 E a lareira do altar terá doze côvados de comprimento, e doze de largura, quadrado nos quatro lados.
17 E a saliência terá catorze côvados de comprimento e catorze de largura, nos seus quatro lados; e a borda, ao redor dela, será de meio côvado; e o fundo dela será de um côvado, ao redor; e os seus degraus darão para o oriente.
18 E disse-me: Filho do homem, assim diz o Senhor Deus: São estas as ordenanças para o altar, no dia em que o fizerem, para oferecerem sobre ele holocausto e para espargirem sobre ele sangue.
19 Aos sacerdotes levitas que são da linhagem de Zadoque, os quais se chegam a mim para me servirem, diz o Senhor Deus, darás um bezerro para oferta pelo pecado.
20 E tomarás do seu sangue, e o porás sobre as quatro pontas do altar, sobre os quatro cantos da saliência e sobre a borda ao redor; assim o purificarás e os expiarás.
21 Então tomarás o novilho da oferta pelo pecado, o qual será queimado no lugar da casa para isso ordenado, fora do santuário.
22 E no segundo dia oferecerás um bode, sem mancha, para oferta pelo pecado; e purificarão o altar, como o purificaram com o novilho.
23 Quando acabares de o purificar, oferecerás um bezerro, sem mancha, e um carneiro do rebanho, sem mancha.
24 Trá-los-ás, pois, perante o Senhor; e os sacerdotes deitarão sal sobre eles, e os oferecerão em holocausto ao Senhor.
25 Durante sete dias prepararás cada dia um bode como oferta pelo pecado; também prepararão eles um bezerro, e um carneiro do rebanho, sem mancha.
26 Por sete dias expiarão o altar, e o purificarão; assim o consagrarão.
27 E, cumprindo eles estes dias, será que, ao oitavo dia, e dali em diante, os sacerdotes oferecerão sobre o altar os vossos holocaustos e as vossas ofertas pacíficas; e vos aceitarei, diz o Senhor Deus.”
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 30/01/2013