P 3- PRIMEIRO O ESPÍRITO SANTO, DEPOIS O TESTEMUNHO
Sempre houve e haverá resistência à obra do Espírito.
Todo avivamento tem sempre os que se lhe opõem, dentro e fora da Igreja.
Lembram no dia de Pentecostes?
Alguns diziam que os apóstolos estavam embriagados.
Posteriormente, os que haviam se convertido dentre os fariseus, estavam querendo impor o pleno cumprimento da lei de Moisés à igreja.
Caso eles tivessem experimentado realmente uma renovação espiritual, o próprio Espírito Santo tê-los-ia conduzido à verdade, e eles entenderiam que os cerimoniais da lei haviam tido cumprimento cabal em Cristo.
Quando se deixa de andar no Espírito, a mente carnal não poderá entender a Sua obra.
Não houve um só movimento de renovação espiritual na história da Igreja que não tenha sido resistido ou perseguido ferozmente, por aqueles que, movidos por outros interesses, não estavam buscando somente os relativos ao reino de Deus.
O movimento puritano por exemplo, foi duramente perseguido pelos próprios pastores da Igreja Anglicana tradicional, que, por motivos políticos, queriam agradar ao rei, e não ao Rei dos reis.
Na verdade, não estavam resistindo a um movimento, mas à sua determinação em viverem em conformidade plena com as Escrituras, o que os perseguidores consideravam prejudicial aos seus interesses particulares.
Desligar a Igreja do Estado, por outro lado, significaria falta de sustento financeiro para muitos, que viviam às expensas da coroa.
Quem dá o dinheiro faz as regras.
Assim, o rei e o parlamento influíam até na forma de culto que deveria ser realizado pela Igreja.
Em 1661, autoridades governamentais realizaram uma conferência entre os bispos. Os próprios parlamentares em conluio com os bispos anglicanos, assalariados do governo, e fizeram seiscentas alterações no Livro de Oração, que era a Constituição da Igreja, mas nenhuma delas advogava a posição dos puritanos.
Em maio de 1662, um novo Ato de Uniformidade foi aprovado pelo rei. Por este se proibia o uso de qualquer outro material diferente do Livro de Oração no ofício das igrejas.
Com isto, os puritanos foram excluídos da Igreja da Inglaterra.
Mas, nada disso estava fora dos planos de Deus, pois muitos deles, espalharam-se pelo mundo, especialmente, em novas levas para os Estados Unidos.
Isto não faz lembrar a perseguição sofrida pela Igreja Primitiva de Jerusalém, por parte dos sacerdotes e do rei Herodes?
Em razão dela ocorreu a dispersão que levou a Palavra às demais regiões de Israel, e dali, para outras partes do mundo conhecido de então.
As perseguições que Paulo sofreu dos judeus serviram grandemente para que ele, tendo que abandonar determinada cidade, partisse para outra para pregar a Palavra. Com isso ganhava a causa do evangelho e os interesses do reino de Deus.
O movimento dos Quacres, ou Sociedade dos Amigos, fundado por George Fox, que começou o seu ministério em 1647, sofreu também forte oposição. Mais de três mil cristãos, incluindo o próprio fundador, haviam passado pela prisão. Qual a razão? Eles queriam viver segundo a direção do Espírito Santo.
Centenas deles morreram nas prisões e outros sofreram pesadas multas que lhes aniquilaram financeiramente, isto porque ousaram desafiar as autoridades hostis realizando suas reuniões de culto publicamente.
As demais denominações, que não seguiam o Livro de Oração, faziam-no ocultamente.
A ousadia da pregação pública dos Quacres, dentre outras conquistas, alcançou para a fé evangélica, William Penn, filho de um influente almirante inglês, do mesmo nome, que foi um dos maiores pregadores de sua época e defensor da fé. Este, enviou oitocentos irmãos para Nova Jersey. Obteve do rei a concessão da Pennsylvanya, e em 1682 passou a colonizar Filadélfia, cidades americanas, que, na sua formação, estiveram assim, debaixo da influência do verdadeiro evangelho.
É forçoso reconhecer. Houve exageros entre os Quacres. E, na verdade, sempre há, em movimentos de renovação espiritual. Não por causa do Espírito, que é perfeito. Mas por causa dos instrumentos humanos que usa.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 31/01/2013