Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
 
NÃO HÁ FRUTO SEM FLOR
 
A manifestação do Espírito Santo é poderosa, mas o Seu trabalho nos santos é paciente.
O Senhor é qual agricultor, que espera pacientemente o fruto do seu trabalho.
Um é o que semeia, outro o que rega, mas todo o processo vegetativo da planta terá que obedecer o curso que já se encontra programado por Deus para o seu crescimento.
Se nada podemos em relação às coisas mínimas, no que tange ao Reino de Deus, quanto mais em relação ao crescimento espiritual dos cristãos, e muito menos ainda quanto a promover avivamentos do Espírito Santo. São obras exclusivas do Senhor. Nenhum homem está habilitado para tanto.
Avivamento é fruto de resposta de oração. É o Senhor que os promove aonde quer, como quer e quando quer.
Crescimento espiritual também segue o cronograma e as operações de Deus. (Leia Fp 2.12,13)
Nosso trabalho é o de semeador e cultivador. A semente sequer é nossa. Ela é a Palavra de Deus. A semente já está posta. Não podemos usar semente de joio, mas de trigo.
O Senhor deu à Igreja a responsabilidade de semear a Palavra. Agora, esta semeadura deve ser feita no poder do Espírito Santo, e de acordo com a sua instrução.
Uma vez tendo a semente germinado, necessitamos regá-la e dar-lhe os tratos culturais necessários. Este é o discipulado no corpo de Cristo mediante a Palavra.
Para este trabalho continuamos dependendo da direção e da ação de Deus, em nós mesmos, e naqueles que colocou sob os nossos cuidados, pois somos apenas seus cooperadores (I Cor 3.9). 
Através do ensino de Jesus acerca da videira, entendemos que a primeira preocupação no discipulado dos novos cristãos é a de mantê-los ligados ao Senhor. A primeira e principal matéria a ser ensinada é a de que devem manter permanente comunhão com Jesus, permanecendo no Seu amor. Tudo o mais é consequência disto.
Não há fruto sem flor que o preceda. As flores são a promessa dos frutos.
Precisamos florir antes de frutificar.
A delicadeza e beleza das flores ensinam em figura sobre a natureza do trabalho de discipulado. É um trabalho sensível, delicado, paciente.
O apóstolo Paulo estava plenamente consciente disto.
Ele sabia que depois das chuvas do Pentecostes, com o derramar do Espírito e da graça de Deus, a terra estaria pronta para o trabalho do lavrador.
É preciso arar a terra, semeá-la, cuidar da lavoura.
Muitas vezes, se faltam os insetos necessários à polinização das flores, este trabalho terá que ser feito manualmente, porque, ou não haverá frutificação, ou então os frutos crescerão deformados.
Recentemente, num canal de TV foi exibido um artigo sobre o cultivo de graviolas. Um agricultor da Bahia havia conseguido a obtenção de frutos cinco vezes mais pesados do que o comum e uma produção muitas vezes maior do que o normal, simplesmente efetuando um trabalho de polinização manual. Flor por flor. O resultado foi este. Os frutos eram perfeitos e não possuíam qualquer deformidade.
Este mesmo trabalho paciente foi realizado por Paulo, com todos os cristãos que eram alcançados através da pregação que fazia no poder do Espírito (I Cor 2.1-5).
As epístolas que escreveu às igrejas são a prova patente do seu cuidado, e da qualidade e extensão do seu ensino. 
O Senhor espera que todos na Sua Igreja, em toda e qualquer época, ou em todo e qualquer lugar, sigam o exemplo de Paulo, como o próprio apóstolo recomenda em suas epístolas, que sejamos seus imitadores, assim como ele próprio era de Cristo.
Paulo ensinava por muitos dias e muitas horas. Não era cansativo porque o fazia no poder do Espírito. Como costumamos dizer, os cristãos bebiam as palavras de graça que fluíam da sua boca, mas que vinham direto do seu espírito e coração.(At 15.35; 18.11; 19.9b,10)
Paulo tinha uma grande preocupação em firmar os discípulos na verdade (Leia At 18.23; 20.2).
O seu interesse não era simplesmente o de ensinar-lhes a Palavra, mas lhes instruir e conduzir a viverem de fato para o Senhor.
O conteúdo de suas pregações, exortações, ensino, apontavam para a necessidade de se perseverar na graça de Deus (At 13.43) e permanecer firmes na fé, pois é através de muitas tribulações que se entra no reino de Deus (At 14.22).
Suas palavras dirigidas aos presbíteros da Igreja de Éfeso, quando lhes convocou a estarem com ele em Mileto, são dignas de serem registradas na íntegra, pois revelam não apenas o seu caráter, como também o seu inteiro amor e cuidado pelo rebanho do Senhor (At 20.18-35).   
De fato, como ele predissera, ocorreu. Falsos pastores e mestres se levantaram na igreja de Éfeso. Mas, Paulo, que na ocasião encontrava-se em viagem para a Macedônia, estando impedido de retornar a Éfeso, não deixou o cuidado dos discípulos entregue ao próprio destino. Enviou-lhes Timóteo para restaurar a ordem naquela igreja, não por causa de sua própria honra, mas por amor aos eleitos, para que estes preservassem a salvação em Jesus, e dessem seguimento à obra de Deus, depois da sua partida para o Senhor (I Tim 1.3).
Vemos assim que não basta dar poucas instruções aos novos convertidos quanto ao significado da sua fé, dar-lhes ou indicar-lhes a aquisição de uma Bíblia e lhes preparar para o batismo. É necessário instruí-los no caminho do Senhor e conduzi-los a terem um compromisso real com Cristo.
A responsabilidade do líder é tremenda. Daremos contas do nosso trabalho ao Senhor (Hb 13.17).
O trabalho de muitos pastores da atualidade está mais voltado para a solução de problemas pessoais e domésticos de suas ovelhas, do que firmá-los na verdade.
Geralmente, os cristãos são religiosos domingueiros, que têm pouco ou nenhum compromisso real com o Senhor. Alguns permanecem vivendo simplesmente na carne e conformados a este mundo. Daí decorrem seus muitos problemas pessoais. E o pastor desavisado pensa que a sua principal missão é ajudar-lhes a resolverem tais problemas.   
Caso fossem realmente discipulados logo surgiria a causa real do seu insucesso na vida.
Paulo nunca errou o alvo quanto a isto.
Quando a igreja de Corinto começou a apresentar um grande número de óbitos e de enfermidades, impureza, exageros na celebração da ceia, e tantos outros problemas, ele tratou de colocar o dedo na ferida e fazer o tratamento adequado.
Não somente revelou qual era a causa principal dos seus problemas, como lhes apontou o caminho da restauração: se arrependerem, viverem em santidade de vida, terem compromisso real com o Senhor. 
Há também outras duas cartas além das que temos em nossas Bíblias, que ele escreveu àquela igreja, ainda mais duras e exortativas do que as que conhecemos, sendo uma delas designada por carta triste,  pois  causou  muita  tristeza ao seu próprio coração o ter que escrevê-la, como aos cristãos de Corinto.
Paulo ficou com a verdade, e não lhes fez cócegas no ego, pelo temor de lhes desagradar-lhes.  Qual foi o resultado? O Senhor honrou a Paulo porque este Lhe honrou cuidando como convinha do Seu rebanho, instruindo-o a caminhar na verdade. Desse modo, o Espírito Santo conduziu os coríntios ao arrependimento a ponto de surpreender o próprio Paulo com a demonstração do amor deles pelo apóstolo, conforme notícias que lhes foram trazidas por Tito.
O conserto da Igreja, retornando a caminhar na verdade foi o grande motivo do regozijo de Paulo, e é a razão da alegria de qualquer pastor que conduza o rebanho segundo o coração de Deus.
O apóstolo João refere-se a isto em suas duas últimas epístolas (II Jo 1.4 e III Jo 1.4).
Este andar na verdade não significa simplesmente não proferir mentira ou não se entregar a mexericos, mas sim, viver a Palavra de Deus e ter verdadeira comunhão com o Senhor e seus irmãos na fé, no Espírito, dando um verdadeiro testemunho de que vive no amor de Cristo.

 
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Veja tudo sobre as Escrituras do Velho Testamento no seguinte link:
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http://livrono.blogspot.com.br/

A Igreja tem testemunhado a redenção de Cristo juntamente com o Espírito Santo nestes 2.000 anos de Cristianismo.
Veja várias mensagens sobre este testemunho nos seguintes links:
http://retornoevangelho.blogspot.com.br/
http://poesiasdoevangelho.blogspot.com.br/

A Bíblia também revela as condições do tempo do fim quando Cristo inaugurará o Seu reino eterno de justiça ao retornar à Terra. Com isto se dará cumprimento ao propósito final relativo à nossa redenção.
Veja a apresentação destas condições no seguinte link:
http://aguardandovj.blogspot.com.br/ 
 

 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 02/02/2013
Alterado em 10/07/2014
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