COMO FAZER DISCÍPULOS?
“19 Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
20 ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” (Mt 28.19,20)
Se observarmos o método de discipular e de ensinar do próprio Jesus, pelo que se lê nos evangelhos do preparo que deu aos apóstolos e aos que lhe seguiam, nós veremos que o que Ele disse em Mateus 28.19,20 está muito além de se ensinar a Bíblia aos cristãos, e especialmente aos novos convertidos.
Primeiro Jesus ordenou que se ganhasse novas pessoas para fazerem parte da família de Deus em todas as nações da terra.
Depois, que fosse ensinado a estas pessoas a guardarem tudo o que Ele nos ensinou.
Então, nós temos o melhor e principal modelo do cumprimento desta ordenança pelo que podemos ver na vida dos próprios apóstolos e primeiros discípulos, especialmente naqueles que foram evangelistas na Igreja Primitiva tal como Filipe, Estevão, Timóteo, Tito, Silas e muitos outros que são citados nas páginas do Novo Testamento.
Qual foi a primeira grande capacitação que foi necessária para o cumprimento do ministério de todo eles?
A resposta inequívoca é: batismo no Espírito Santo, que lhes deu o poder necessário para a obra que deveriam realizar.
Depois disto, o que mais foi necessário?
A resposta é: confirmação da fé deles e crescimento na graça e no conhecimento de Jesus, por uma experiência real com a graça que está em Jesus Cristo, no empenho em darem testemunho da Palavra da verdade a outros.
Aprendia-se sobretudo pelo que se via na própria vida dos apóstolos e demais discípulos de Cristo.
Como oravam com poder por estarem cheios do Espírito e de sabedoria no conhecimento real de Deus!
Como mantinham um testemunho firme de vidas santificadas pela Palavra e pelo Espírito Santo!
Como pregavam com ousadia o evangelho em todos os lugares e a toda criatura!
Como andavam nas pegadas de Jesus ensinando portanto aos outros, mesmo sem palavras, qual é o modo que se deve servir e amar a Deus!
Quanto eram fervorosos de espírito!
Quão quebrantados, humildes de coração eram!
Quão perdoadores, mansos, pobres de espírito, puros de coração!
E não eram isto somente nas manhãs de domingo, mas vinte e quatro horas, em todos os dias de suas vidas.
Eles exultavam nas perseguições e eram pacientes em suas tribulações, dando sempre graças por tudo a Deus por meio de Jesus Cristo.
Eles tinham prazer em sofrer por causa do seu amor a Cristo e ao evangelho.
Não buscavam o que era do próprio interesse deles, e não estavam apegados a nada deste mundo, porque sabiam que não poderiam ter a plenitude da vida eterna espiritual de Deus caso colocassem alguma coisa ou interesse como primeiro objetivo de suas vidas, e não a própria Pessoa do Senhor.
Mais de Cristo era tudo o que eles queriam, para a glória dEle e o avanço do Seu reino neste mundo, ao qual eles sabiam não pertencerem, porque aspiravam à vida gloriosa e eterna do céu.
Então, sem este espírito e sem esta consagração, poderemos até mesmo usar o que aprendemos como justificativa de que o tudo que se espera de nós é sentarmos num banco e darmos a nossa atenção por alguns minutos a alguém que esteja falando algumas coisas relativas à Palavra de Deus.
A grande pergunta que todos nós deveríamos nos fazer é a seguinte: “até que ponto estamos aprendendo a verdade que nos mova a sermos efetivamente práticos e úteis na obra de Deus?”.
E ainda: “quanto do que aprendemos nos torna pessoas mais parecidas com Cristo e com os apóstolos, e que portanto, nos conduz a buscarmos ganhar outros para o Senhor e edificá-los na verdade, pelo nosso próprio exemplo pessoal de vida cristã?”.
O tempo da volta do Senhor está cada vez mais próximo. Sem santificação ninguém O verá. E ao falar de santificação a Bíblia não está se referindo a santidade de uma vida retirada mas da santidade apostólica que nos leva a caminhar em direção àqueles que estão sendo preparados por Deus para serem alcançados através do nosso testemunho.
Isto é discipular e ensinar conforme a vontade de Jesus. Tudo o que fica aquém disto não é uma real obediência ao que Ele nos ordenou.
Estudemos portanto a Bíblia para aprender a verdade objetiva que nos foi revelada ali quanto à vontade de Deus, para que esta seja obedecida e praticada, e não a verdade que seja conveniente à nossa própria vontade, e que não a contrarie em nada.
A verdade revelada de Deus contrariará a vontade do nosso eu em muitas coisas; de maneira que deveríamos desconfiar de um cristianismo que faz com que tudo o que ouvimos e vemos acerca da Palavra de Deus seja trazido à acomodação da nossa própria vontade.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 03/02/2013